Prazer, Imperador

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*REVISADO.

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Ontem, após o encontro com Gaius, me senti incomodada e irritada. Lance e Lucien não entenderam o motivo, já que eu consegui o que eu queria. E eles não me entenderem me irritou ainda mais. Nem eu entendo direito o que exatamente nessa situação me irritou tão profundamente, mas a cada segundo a fúria está crescendo dentro de mim. Estou louca para ir para a Biblioteca Feérica, mas hoje eu tenho um encontro com Lysandra logo cedo. Lucien me trouxe e me deixou na recepção aguardando e Lance virá me buscar. Estou sentada, impaciente quando uma mulher, toda de branco vem me chamar. Eu a sigo e noto que não vamos pelo caminho habitual. Parece mais longo. Longo demais.

- Olá, tem certeza que este é o caminho?

- Já estamos chegando. - Ela respondeu com um sorriso e uma voz firme.

Olhei em volta desconfiada. Não parecia nem que eu estava na área da clínica mais. Que estranho. A Lysandra tinha alterado o local da consulta? Era algo novo? Chegamos em um jardim extremamente bonito, com plantas ornamentais em formatos diferentes de tudo que já vi.

- Chegamos. Fique à vontade.

Vi a mulher sair rápido e olhei boba para o jardim. Era realmente espetacular. Com uma fonte onde peixinhos diferentes de tudo que já vi nadavam indiferentes aos problemas do mundo.

- Lyta! – Ouvi uma voz grave falar.

Me virei e dei de cara com um homem que parecia uma versão mais madura dos gêmeos, menos bonita. E com mais cicatrizes. Uma cortava sua boca do lado esquerdo até a mandíbula, e pequenas cicatrizes estavam em todo seu rosto, discretas mas visíveis. O cabelo curto platinado, o corpo alto, forte e musculoso. Vestido com uma calça branca, sapatos brancos e uma camisa violeta. Uma túnica longa simples, mas que era perfeitamente costurada, quase como se tivesse sido costurada no corpo dele. Impecável. Duas únicas jóias me chamaram atenção. Um anel no indicador da mão esquerda e um adorno prateado na cabeça que parecia uma coroa?

Encarei ele confusa. Quem ele era? Ele se aproximou de mim, me encarando com seus profundos olhos azuis. Eu reconheceria aqueles olhos em qualquer lugar. Um parente do Lance, com certeza. Mas por que ele havia me levado até ali? Vi o homem estender a mão, pegar a minha e depositar um beijo galante em meus dedos.

- É um imenso prazer finalmente conhecê-la, minha querida Lyta.

- Senhor...?

- Heron, pai de Lance e Lucien, minha querida Lyta.

Senti minha boca se abrir involuntariamente. Se ele era o pai dos dragões então... ele era o Imperador! Merda! Tentei me lembrar de como se faziam reverências na Terra e comecei o gesto desajeitado e tremendo num súbito medo.

- Me perdoe Senh... Desculpe! Majestade! Eu não sei como devo me comportar! Mil perdões!

- Não precisa nada disso! Agora eu não sou o Imperador. Sou apenas Heron, pai de Lance e Lucien. - Ele disse pegando minhas mãos. - Quando for o momento de te conhecer como Imperador, meus filhos te ensinarão como se portar. Nesse momento, eu sou um pai, conhecendo a amada dos filhos.

Encarei ele em choque. De que raios ele estava falando? Eu não era amada pelos filhos dele! Um pai? Merda, merda, merda, merda!

- Venha, minha linda flor, vamos dar um passeio. Você parece um pouco trêmula e chocada comigo. – Ele pegou meu braço e prendeu no seu, pegando minha mão e acariciando enquanto me levava para caminhar lentamente pelo jardim. - Eu sei que deveria ser mais paciente, esperar mais tempo. Mas entenda, meus dois filhos queridos, gêmeos, os grandes guerreiros do Império Dracônico, apaixonados por uma pequena e delicada flor, protegendo-a de tudo e todos. Eu precisava conhecer você, ver seu rostinho lindo, conversar contigo, saber suas intenções com meus garotos. – Ele riu divertido com a última parte. – E ter certeza de que eles a estão tratando bem. Eles estão, querida?

A Escrava dos DragõesOnde histórias criam vida. Descubra agora