1 DIA ANTES

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Último dos capítulos curtinhos. 

Os próximos voltarão ao normal. E para quem perguntou, sim o livro está acabando. 

o(〒﹏〒)o


Depois que ele finalizar eu vou escrever o final alternativo (que era meu plano inicial) e depois teremos epílogo. Mas em breve tudo acaba. 

Como sempre, se hidratem, fiquem confortáveis, e bora ler o pequenino do dia.

Fui!

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PDV Desconhecido

Seis dias de disputas políticas, tão importantes para mortais, tão inúteis diante da imortalidade. Seis dias de jogos, manipulações, tramas, interrompidos pelo iminente despertar do inimigo. Revelar que Gaius sabia que Lyta era uma fada dragão, o que confirmou as não tão antigas suspeitas que haviam sido soterradas em montanhas de mentiras há apenas alguns dias, fez a comunidade de dragões olhar com desconfiança para seus anciãos. Esses que no passado definiram o destino de inúmeras vidas com suas falsas verdades agora precisam lidar com multidões que desconfiam até mesmo de seu respirar.

O diário de Gaius sempre foi seu ponto fraco. A impossibilidade de compartilhar suas descobertas e todo o conhecimento adquirido lhe fizeram adquirir o hábito de escrever, deixando ao futuro a chance de descobrir toda sua grandiosidade e sabedoria. Seu orgulho e desejo de mais reconhecimento lhe causando uma imprevisível queda. Liam não apenas confrontou Gaius, como líder da rebelião, Liam compartilhou cópias dos diários localizados entre todos os dragões. Equanto a reunião ocorria, panfletos e cópias eram disponibilizados incontrolavelmente. A revolta pela situação das fadas dragão, parceiras de almas desses seres, aquelas a que todo dragão cresceu sonhando em encontrar, causou uma ruptura severa entre a comunidade dracônica e seus líderes anciãos.

Os dragões que tiveram a oportunidade de conhecer suas parceiras e as perderam no passado, e que ainda vivem, todos voltaram sua atenção para o local onde elas estão enterradas vivas. Ao verem suas amadas aprisionadas, inconscientes, adoecidas, as asas destruídas pela ganância dos líderes, forjou algo novo no coração desses dragões, uma sabedoria e compreensão novas. A guerra não lhes parece mais tão atraente. O domínio não faz mais sentido. A escravidão confortável de outrora revelou-lhes sua face oculta e dolorosa. Ela não escolhe aliados, tem apenas inimigos. Poucas fadas serão capazes de sobreviver ao despertar e eles não tem tempo de pesquisar. O Fogo Infernal já lambe as fronteiras da antiga grandiosa Cidade das Fadas. O despertar apressado e desesperado revelará a loucura que uma prisão solitária e consciente causa na mente. Uma loucura que levará vidas e vidas para ser curada.

Em outros pontos de Drakkon e nos muitos mundos onde os dragões ainda sobrevivem e lutam, o culto a Lyta ganhou novos adeptos. Tanto entre dragões como entre as raças libertadas por ela. Vampiros, lobisomens, lycans, elfos, unicornios, wryms, e tantos outros, ao saber da divindade de sua libertadora, agora erguem altares à deusa oculta, a deusa guerreira, a deusa das fadas. Rápido como a relação entre fogo e palha, a fé encontrou seu caminho para o coração desesperado dos oprimidos como no coração vazio dos opressores. E como fogo em palha, encontrará a madeira onde queimará longamente. Uma fé cega e espontânea, espalhada por mais de 800 mundos, fé naquela que saciou o que muitos sequer sabiam que ansiavam. A deusa sem rosto.

Agora a jovem fada e recém desperta deusa se habitua às suas novas funções, novas habilidades. Ela sonha e teme suas competências e responsabilidades. Uma deusa forjada na dor, na fragmentação, no vazio, na traição, na injustiça. Irmã de Ogum, YMhin e Hórus, os campos de batalha são agora parte de seus domínios. Herdeira direta de Érebos, nas trevas, no oculto e nas sombras ela encontra sua maior força e potência. Descendente das Cinco, a magia pura e caótica lhe corre pela alma obediente e submissa aos seus desejos. Marcada por Singularitatem, ela se torna a primeira nativa da matéria escura e clara, ao mesmo tempo. Caminhante de dois elementos impossíveis de se misturar. Uma deusa nascida para os dragões e fadas, ordem e caos entranhados um no outro.

Militares treinados na rígida hierarquia monárquica, mesmo contrariados, os dragões aceitaram o chamado para a guerra. É a sobrevivência de todos em jogo. Acostumados à vitória, os dragões estabeleceram estratagemas de guerra, análise do inimigo, certos que podem matar um deus. Sem as armas adequadas, eles acreditam em suas força bruta, mental e numérica. Esperançosos, diante do ser mais forte que já enfrentaram, optam por uma luta injusta, cujo final foi decidido antes de começar.

Guardas são colocados para observar o despertar de Lyta, a primeira linha de ataque contra a deusa que se tornou o símbolo do outro, do inimigo, do que deve ser destruído. Soldados que aceitam a quase certeza da morte. Soldados cuja honra de morrer em uma guerra tornarão mais forte a deusa que combatem. 

A Escrava dos DragõesOnde histórias criam vida. Descubra agora