A Escrava dos Dragões

A história é controlada por quem a narra

Desculpem a demora.

Essa é uma história muito querida por mim, a primeira que comecei a concretizar. 

Já tive minhas dúvidas quanto a seguir a publicação dela, pois sei que é uma história Dark, mas decidi que vale a pena.

Aqui moram alguns pesadelos e outras fantasias. E por isso demoro na escrita, há partes que me afetaram mais do que eu gostaria.

Vou tentar acelerar as publicações, mas não prometo nada. 

Obrigada por lerem.

=)

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PDV Lyta

Deitada sobre a grama macia, encarei a copa das árvores altas existente no espaço de treinamento da Biblioteca Feérica. A miríade de tons de verde que se movimentava suavemente em contraste com o céu azul me hipnotizando. Inspirei fundo e me concentrei nos barulhos. Ali a natureza sempre parecia muito viva e vibrante. Insetos zumbiam e ao longe, sons de animais como pássaros e mamíferos soavam a diferentes distâncias. Nunca estava completamente silencioso. E me parecia ser o correto. A natureza é barulhenta por essência, pois a vida não sabe ser silenciosa. Sempre há algo nascendo, morrendo, lutando, comendo, digerindo.

Com um gesto preguiçoso, desenho no ar a aparência do portal que transportou a mim e Lucien para a praia paradisíaca semanas atrás. Fechei os olhos usufruindo da sensação suave de formigamento quando a magia percorreu meu corpo e se projetou para fora, obedecendo o comando silencioso da minha mente. Como em uma tela, revisei os três mecanismos mágicos presentes no mesmo portal. Todas eram magias requintadas. Duas delas consumiam gigantescas cargas de magia. Um escudo protetor em duas âncoras.

Se entendi bem, existem múltiplos tipos de portais, a maioria simplesmente abre um caminho cortando o véu para outros reinos, não o suficiente para passar de um universo para outro, mas o suficiente para que você se locomova entre elas. Mudar de dimensão é algo que ninguém em sã consciência faria. O mais desafiador é o tempo necessário para encontrar o ponto certo de corte. Por isso poucas criaturas usam portais novos, a maioria prefere usar os caminhos deixados por outros.

E sempre há o risco de se cortar demais, abrindo caminho para uma outra dimensão. Não que esse seja um feito fácil. Não é nada fácil romper o tecido dimensional, pois ele é composto por energia e matéria escura, com gigantescas doses de magika. A obra que li, um diário de uma Fada Sombria, quase 80% da magika está no tecido dimensional, protegendo a existência. Fora que energia e matéria escura são os mais abundantes e fortes elementos básicos que existem. Mas não é nesse ponto que desejo me aprofundar.

Algumas raças, como leprechauns, são especializadas em identificar as cicatrizes do tecido claro, a trama complexa de energia e matéria claras que compõe nosso universo, usando rotas já existentes para se locomover rapidamente e com segurança. Aengels e Daemons já possuíram o maior mapa conhecido de portais entre os mundos dessa dimensão, mas guerras por poder quase extinguiram essa preciosa biblioteca que hoje existe em pedaços roubados por uns e outros.

De maneira geral, todas as dimensões são compostas pelos mesmos elementos, exceto por um. Magika. A magia material. Ela é completamente diferente em cada dimensão, incompatível mesmo com outros. O mesmo elemento, resultados absolutamente diferentes em cada dimensão, incompatibilidade entre a maioria conhecida. O que me traz de volta aos portais. Mesmo com técnicas, materiais e palavras diferentes, no final das contas existem apenas três tipos de portais: os interdimensionais, os temporais e os interlocais. A esmagadora população de seres que fazem uso de portais, usam esse último tipo.