𝐇𝐔𝐌𝐀𝐍𝐒 ☬ it & st cast

CAPÍTULO 68 - compreendida por um estranho

tw: abuso de drogas, abstinência, violência

CASA DOS LILLIS, 08h30

No dia seguinte, a tensão só estava maior por parte das pessoas mais próximas de Sophia. Agora não era somente Wyatt o mais desesperado. Juliana e Jake estavam com os nervos a flor da pele. Wyatt tranquilizou aos outros que tentaria encontrá-la pelos arredores da cidade enquanto Finn, Jack e Sadie ficavam no hospital. Haviam poucos minutos que Millie também havia chegado na casa, para ajudar em qualquer coisa.

Já Sophia, havia estranhado um pouco o cômodo onde havia acordado. Mas David a tranquilizou quanto aquilo e esclareceu que dormiu na sala enquanto a mesma dormiu pelo resto do dia em sua casa e seu quarto. Sophia não sabia o porque, mas confiava de alguma forma naquele estranho que só havia a visto 2 vezes na vida. De certa forma ele não parecia uma ameaça para ela, e aquilo era bom.

— Porque estava dormindo no meio da rua?

— E-eu não sei. Eu sou dependente química e já estou a alguns meses sem ter contato com nenhuma droga. Só fumei maconha na escola mas foi por um período curto. Nem tive como sentir o efeito. Tenho tomado alguns remédios para o tratamento mas para minha libido não ficar muito prejudicada, acabei parando de tomar um pouco e os sinais de abstinência estão presentes agora. Mas acho que isso já ia acontecer mesmo que eu estivesse firme e forte com os remédios.

— Entendi! — o homem sentado ao outro lado da mesa amadeirada se ajeitou na cadeira. — E quem estava com você?

— Alguns amigos e meu namorado. Estávamos no hospital porque aconteceu alguns problemas e aí eu estava me sentindo meio molinha e queria fazer alguma coisa. Eu nem me lembro para qual direção fui. — ela explicou. — Espero que não briguem muito comigo. Tem algumas mensagens do meu namorado para eu responder mas vou tranquilizar ele quando eu chegar em casa.

— Sabe... Eu também fui um dependente químico.  Talvez eu possa até entender seus sentimentos para se drogar. As vezes a vida não colabora muito com seus escolhidos.

— Eu comecei a me drogar quando eu vi que não tinha mais nenhuma solução. Eu tenho um irmão gêmeo deficiente e não sei se essa diferença faz minha mãe gostar mais dele ou faz ela querer puxar saco dele para ele não se sentir mal ou insuficiente. Só que tudo isso de certa forma foi me afetando com o tempo, porque nem mesmo uma psicóloga me passou o sentimento de compreensão que eu precisava. Então quando eu usei pela primeira vez, e vi que aquilo fazia eu ter um sentimento mais profundo e tranquilo. Só que eu via que quando o efeito ia embora, aquilo tudo voltava como um muro pesado em cima de mim. Eram várias histórias ruins onde eu estava envolvida, meus amigos que passavam por coisas ruins e eu sempre estava lá para ajudá-los, minha mãe querendo me comparar com o Jake e tudo isso foi só subindo. Eu queria ser perfeita, mas estou longe disso.

— Sophia você não precisa ser perfeita. Todos nós temos momentos ruins na vida e todos nós cometemos erros. Ninguém pode criar uma imagem sua e exigir que ela seja desse jeito.

— Sim... — ela concordou. — É como fazem com os artistas. As pessoas moldam uma personalidade perfeita sobre aquele ídolo, cria uma imagem na cabeça delas e aí quando o tal famoso comete um erro, eles simplesmente se decepcionam como se fosse uma facada nas costas. Eu não sei o porque as pessoas tentam fazer isso se sabem que erros apenas nos tornam mais humanos do que já somos. Já me culparam muito por ser viciada. Minha mãe me apoia ao mesmo tempo que me derruba no chão.