Capítulo 1

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Londres, Inglaterra.
Mariana Sharman.

Eu estava muito animada por conta de todas as coisas que estavam acontecendo comigo, mas definitivamente mudança não era para mim. Eu estava atolada em caixas e móveis. Quando me mudei, aluguei um apartamento pequeno, mas ele não vinha com todos os móveis, então tive que comprar alguns.
Bom, para resumir tudo que tinha acontecido, eu me formei em arquitetura moderna, amava de todo coração criar imóveis e eu devia isso a minha mente super criativa e também ao meu pai que sempre me incentivou a inventar coisas. Enfim, sou do Brooklyn, mas uma semana atrás recebi uma mensagem de uma das maiores empresas de arquitetura de Londres, então quase não pensei quando decidi me mudar para cá. Minha amiga, Siena, ficou animada afinal ela também viria estudar moda. Seu maior sonho era criar sua própria marca de roupa. Fiquei muito feliz ao saber que ela moraria aqui, mas triste por ela ter dito que já tinha alugado um apartamento com uma prima distante. Ela até insistiu para que eu fosse ficar com elas, mas eu conhecia bem a família da Siena e sabia como alguns dos familiares podiam ser bem ruins e constrangedores quando queriam.
Voltando, os meus pais ficaram felizes por mim, mas minha mãe não queria que eu fosse para longe e ela não estava sozinha nisso, o meu namorado, Chris, também ficou preocupado. Nós namoramos há uns dois anos e bem, ele é incrível. Gentil, divertido e um amor de ser humano. Chris é administrador da empresa de marketing do pai e planejava que eu fosse trabalhar com ele quando me formasse. Eu não preciso dizer que isso era algo em que nós não concordamos muito, mas ele preferia não tocar no assunto toda vez que eu tentava conversar sobre. Enfim.
Nesse momento, estava desempacotando uma das caixas quando ele entrou na sala com mais uma. Não precisei dizer que era para por no quarto, pois ele fez questão de anotar na caixa o nome dos itens para ficar mais fácil. Ele é bem organizado nesse quesito e eu não tinha do que reclamar. Honestamente, homens bem organizados e responsáveis eram o meu fraco e o Chris além de ser os dois, é incrivelmente bonito. Sorri com esse pensamento.

_ Mari, onde eu coloco essa caixa?_ perguntou Siena.

_ Pode deixar naquele cantinho ali, Sie._ disse e sorri meiga.

Ela concordou e não demorou para realizar sua tarefa.

_ Bom, aquela foi a última. Agora o difícil vai ser só organizar tudo._ comentou Chris.

Assim que ele terminou de falar, apoiou um de seus braços no batente da porta e ficou em silêncio em quanto olhava para mim e para Siena.

_ Bem, acho que por hoje chega, não é?_ falei em quanto olhava para o relógio no meu pulso.

Ao me levantar, ergui os braços para cima e me alonguei para poder relaxar os músculos que estavam tensos. Depois de alguns minutos, me endireitei e direcionei meu olhar para ambos. Siena e Chris eram amigos desde sempre e bem antes de mim, foi ela quem nos apresentou um para o outro e desde então somos inseparáveis.

_ Eu estou morrendo de fome, deveríamos pedir algo para comer, o que acham?_ sugeriu Siena.

_ Definitivamente uma das melhores ideias que você já teve, Sie._ falou Chris, sorrindo.

Antes que eu pudesse concordar, minha barriga falou antes de mim e os dois olharam na minha direção e sorriram.

_ Acho que eu não preciso falar nada._ disse e sorri em seguida.

Foi Chris quem pegou o celular para ligar para pizzaria, mas parou e nos encarou com uma expressão entediante.

_ Eu até ligaria, mas lembrei que não estamos mais no Brooklyn._ falou dando de ombros.

E rápido assim, o clima ficou tenso entre nós e eu sabia que tinha um toque de indireta para mim em suas palavras. Até tentaria falar com ele, mas no fundo sabia que ele iria fugir desse maldito assunto e não queria brigar, então fui até a minha jaqueta que estava em cima do sofá e peguei minha bolsa com minha carteira e meu celular e quando estava abrindo a porta, a voz da Siena soou.

_ Onde você vai?_ perguntou, tentando deixar o clima mais leve.

_ Procurar uma pizzaria._ falei e tentei soar gentil.

Em seguida fechei a porta. Caminhei na direção do elevador e apertei o botão do mesmo e ele sinalizou que estava no quinto andar. Não iria demorar, já que o meu andar era o sexto. Em quanto esperava, pensei em como o Chris me irritava quando agia dessa maneira. Eu estava feliz, será que ele não entendia isso? Ele não precisa gostar ou algo do tipo, só não queria que ficasse quebrando o clima.

Fui tirada dos meus pensamentos quando a porta do elevador se abriu e eu literalmente pulei dentro dele. Nossa. Que vergonha. Para minha sorte, não tinha ninguém para presenciar minha desgraça alheia. Pensei, mas congelei quando ouvi um coçar proposital de garganta bem atrás de mim. Que ótimo. Assim que fiquei de frente para porta do elevador, pude ver um homem alto e moreno bem em minha frente. Ele aparentava ter a idade do Chris, porém mais sério. Talvez fosse por ele não está com um semblante muito bom ou por ter notado que eu estava encarando muito. Droga.

_ Alguma coisa errada?_ perguntou sem muita emoção na voz.

_ Como disse?_ perguntei, tentando ser indiferente.

Minha resposta aparentemente engraçada, fez com que ele abaixasse um pouco a cabeça e desse um riso de deboche.

_ Estava me encarando._ foi tudo que disse.

_ Não. Não estava._  falei, dando de ombros.

_ Ok, então._ falou por fim.

Eu realmente gostaria de saber de onde esse cara veio, porque até notei, estava sozinha naquele bendito corredor, não poderia está tão distraída a ponto de não sentir sua presença antes. Parei de tentar entender como ele surgiu quando lembrei que eu tinha que achar uma pizzaria. Ótimo, vou ter que falar com ele de novo. Ok, Mariana. Tudo pela pizza.

_ Você saberia me dizer onde eu encontro uma pizzaria?_ falei e me odiei um pouco por isso.

Por um momento, eu achei que ele realmente não fosse me responder e eu quis me enfiar em um buraco por ter falado com esse cara, mas fiquei um pouco grata quando ele respondeu.

_ Centro._ disse e saiu assim que a porta do elevador se abriu.

_ É sério?!_ perguntei mais para mim do que para ele.

É claro que tinha que ter no centro, mas eu não fazia ideia de onde era o centro. Sério, ou ele não sabia dar uma localização ou ele fez de propósito. Aposto na segunda opção. Idiota!

Meu querido vizinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora