Londres, Inglaterra.
Sebastian Sharpe.
Aparentemente iria cair um temporal, só esperava que eu conseguisse chegar no hotel antes do mesmo. Estava no meio de um transito péssimo e quase entrei em uma discursão com o cara da frente por não adiantar, até minha avó dirigia mais rápido do que ele. Mas, eu acho que ele não gostou do muito desse comentário, dane-se. Finalmente cheguei no hotel e assim que desci do carro um trovão soou forte, entrei rapidamente no saguão e fiquei feliz por o elevador não estar ocupado, apertei o botão do nosso andar e assim que cheguei apressei-me até a porta do seu AP. Bati duas vezes seguidas, mas não ouvi nenhuma resposta, meu coração parecia que teria um ataque cardíaco devido a velocidade que estava batendo, chamei seu nome e nada. Droga!
_ Onde essa garota se meteu._ disse para mim mesmo em quanto tirava o celular do bolso para ligar pra ela.
Em quanto o celular chamava, direcionei meu olhar para minha porta e notei que porta estava destrancada, o que era estranho pois eu havia trancado antes de dormir na casa da Mari. Será que ela estava ai? Abri minha maleta para verificar se tinha colocado as minhas chaves dentro, mas surpreendentemente não as encontrei, então supus que a Mariana tinha achado elas em seu apartamento e curiosamente ido para o meu. Com esse pensamento desliguei a chamada, abri a porta e entrei no meu apartamento, tudo parecia no lugar a não ser as minhas chaves jogadas em cima da mesa de centro, em silencio caminhei até o meu quarto e ao entrar no mesmo senti toda aquela preocupação ser transformada em alivio, Mariana estava deitada em minha cama, de costas para porta e toda encolhida em meus travesseiros. Outro trovão rasgou nos céus e a vi encolher, foi nesse momento que lembrei de quando a mesma disse que tinha medo quando o tempo estava assim, sorri fraco com essa lembrança. Retirei os meus sapatos e depois caminhei até a cama onde calmamente me deitei ao seu lado.
_ Oi _ sussurrei atraindo sua atenção.
Mariana se virou para mim e ao notar como seu rosto estava molhado e seu nariz assumindo um tom avermelhado por conta do choro, trouxe-a para mais perto de mim e a envolvi em meus braços.
_ Porque você não me ligou?_ perguntei em quanto acariciava seu cabelo.
_ Eu não queria atrapalhar você. _ respondeu baixinho.
_ Ana, você não me atrapalha. _ respondi com um suspiro. _ o que aconteceu? _
_ Nada demais, eu só..._ tentou dizer, mas parou para respirar fundo. _ Dakota veio desabafar comigo hoje, Bash, ela estava muito mal e com raiva. Chegou até dizer que gostaria que você e eu fossemos infelizes. _ respondeu.
Não pude não encolher diante daquelas últimas palavras que Mariana disse, me doía demais saber que Dakota tinha dito tais coisas. Mas o que eu estava esperando? Que ela me desejasse felicidades? Talvez no fundo, eu tivesse esperanças de que uma hora ela entenderia, mas não era esse o caso.
_ Foi o Jhonatan quem aconselhou a mesma para não dizer essas coisas. Mas, não por mim, ele deve me odiar tanto quanto Siena e Dakota. _ sussurrou e em seguida se encolheu no meu peito ao ouvir mais um trovão.
_ Jhonatan não odeia você, estava magoado por ter escondido isso dele e com raiva de mim por ter feito o que fiz com sua amiga. Mas, não te odeia._ respondi tentando tranquilizá-la.
_ Como você sabe disso? Na verdade, como soube que eu estava aqui? _ perguntou ela.
_ Jhonatan foi até meu consultório e me acertou com um soco. _ respondi e tentei não rir um pouco ao pensar nisso.
Foi nesse momento que Mariana se apoiou em um cotovelo e ergueu o olhar para mim, seus cabelos escorreram por seu ombros e confesso ter perdido o fôlego diante essa visão. Surpresa e preocupação surgiram em seu rosto e com cuidado seus dedos tocaram o lado esquerdo de meu rosto, senti um latejar e xinguei mentalmente o Jhonatan por isso.
_ Isso não vai ficar muito bonito e deve estar doendo, vou pegar gelo._ disse ela se levantando preocupada, mas segurei seu pulso para impedi-la.
_ Está tudo bem, Ana. Não dói muito._ respondi trazendo-a para mais perto de mim.
_ Sebastian, desculpa por isso. _ disse ela e foi minha vez de ficar chateado e um pouco nervoso.
_ Eu quero que pare de pedir desculpas, Mariana. É sério, estou disposto a suportar e encarar qualquer coisa para ficar com você, mas ao ficar pedindo desculpas, eu penso que se arrepende de ter escolhido a mim e acha que me arrependo de ter escolhido você. E é isso que me magoa. _ disse em quanto me sentava na beirada da cama.
_ Não, não quero que pense essas coisas._ sua voz estava carregada de preocupação e senti meu coração aquecer quando senti seus braços me cercarem por trás. _ estou apaixonada por você, Sebastian. Quero ficar com você, só me sinto culpada quando vejo seus amigos brigando com você. _ completou.
_ Meus amigos e eu sempre brigamos, Mari. Essa não é a primeira vez e nem será a última. Jhon e eu conversamos e ficaremos bem, com Dakota talvez demore ou talvez não voltemos a ser amigos como antes, mas isso faz parte da vida. Eu só preciso saber se terei você do meu lado para passarmos por isso juntos._ respondi e fiquei um pouco assustado e surpreso por ser tão sincero com ela sobre o que estava pensando.
_ Você é incrível. _ disse ela e beijou minha bochecha.
_ Eu sei _ respondi para descontrair. Mari me deu um tapinha. _ Ai, brincadeira. É você quem tem me feito ser melhor._
_ Há, agora sim. _ disse ela com um sorriso tão perfeito que fiquei tímido. _ acho que vou trazer algo para o seu rosto. _
_ Já disse que não precisa. _ respondi
_ Obvio que precisa, não deixarei que esse lindo rosto seja danificado._ disse ela em quanto saia da cama.
_ Sabia que você sempre me achou lindo. _ comentei me lembrando de quando ela e Siena apareceram na minha porta.
_ Exibido._ disse ela um pouco mais alto, pois estava na cozinha. E como se de propósito, um trovão ecoou. _ Ah! Sebastian!_ gritou ela e sorrindo me levantei para encontrá-la.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Meu querido vizinho
RomanceMudar geralmente é uma decisão muito difícil, principalmente quando o futuro parece tão incerto. Muitas pessoas estão acomodadas e acostumadas com a rotina que levam que tem medo do novo, medo de que alguma mude e estrague a vida "perfeita" que se e...