Capítulo 15

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Londres, Inglaterra.
Sebastian Sharpe.

_ Sério, bas. Você precisa conhecer minha nova amiga. _ disse Dakota mais uma vez.

Eu não estava muito a fim de sair desde aquela ligação horrível que eu recebi ontem. Sabia que não seria certo e que eu ficaria pior quando voltasse para casa. Porém, por um outro lado, eu não queria ficar sozinho cercado de lembranças e também não queria chatear a Dakota, fazia tempo que ela tinha ficado tão animada com alguma coisa e eu não queria ser o responsável por desapontá-la. Respirei fundo.

_ Jhonatan também vai? _ perguntei.

_ Com certeza. _ respondeu ela com um sorriso.

Nós não namorávamos, nem nada do tipo. Mas, sempre tivemos um lance e também era minha melhor amiga. Eu já estava acostumado com sua presença e com o seu carinho e não queria que nada nos atrapalhasse, então por ela dar sempre um jeito de me ver quando podia, eu faria isso por ela.

_ Tudo bem. Irei. _ respondi por fim.

Dakota pulou em meu colo e distribuiu beijos por todo o meu rosto até parar em meus lábios.
Segurei sua cintura e intensifiquei um pouco aquele pequeno momento, suas mãos foram parar em meu para o meu cabelo e logo senti seus dedos se enroscarem no mesmo.

_ Eu gosto muito quando me beija assim._ disse ela se afastando um pouco.

_ Que bom. _ respondi.

_ Tenho que ir agora. Vou passar no shopping e comprar alguns vestidos. _ falou ela.

_ Se quiser, posso te dá uma carona. Preciso resolver umas coisas no consultório. _ falei.

Ela concordou e então saímos do meu AP. Ao passar pela porta ao lado, não pude conter um tremor e foi automático revirar os olhos ao pensar na garota irritante que morava ali. Ontem quase não dormir por causa da risada exagera da amiga e dela. Precisei que me conter para não voltar lá e mandar ficarem quietas. Quando saí de meus pensamentos, Dakota e eu já estávamos entrando no carro e indo para o shopping, o percurso foi tranquilo e não demorou até que eu a tivesse deixado e seguido para o consultório, precisava estar em um lugar onde eu sabia que seria útil para alguém, tinha que pensar em qualquer outra coisa que não fosse a notícia que a Bela não tinha resistido a cirurgia.

_ Merda! _ berrei, frustrado.

Olhei para os quatro cantos da sala e então sua foto em especial me chamou atenção. Era linda. Tinha cabelos castanhos escuros, seus olhos puxados em tom de azul. Passei meu polegar sob seu retrato e notei que ele tinha ficado molhado então foi aí que soube que estava chorando de novo, abri minha gaveta e enfiei o mesmo dentro dela. Não aguentava mais ficar aqui. Fechei minha maleta e então sai.
No caminho de volta para casa, eu a avistei. Ela estava molhada e cheia de sacolas. Sua amiga logo trás chamando por ela, mas a mesma não fez menção de parar. Estava tão cansado e tão preocupado com tudo que aconteceu que foi automático encostar o carro e descer. Sua reação não foi a melhor ao me ver e quando mandei entrar no carro, ela negou. Qual o problema dela? Eu estava aqui, tentando ser um cara legal e impedindo que ela ficasse mal e ainda assim ela era teimosa, tinha feito menção de sair, mas a segurei pelo pulso. Era estranho tocar nela, tudo em mim vibrava, parecia ter dado curto-circuito. Ela pareceu pensar o mesmo, pois ao olhar para os seus olhos pude notar sua surpresa e irritação.
Depois de uns minutos ela seguiu para o carro, mas disse que ainda assim não iria significar que estávamos bem um com o outro. Mal-agradecida, eu estava quase indo embora e a deixando ali, mas outra parte de mim se recusava a deixá-la sozinha correndo riscos.
Entramos todos no carro e então fomos para casa. Durante a viagem, nós estávamos em silêncio absoluto e por um momento, me peguei querendo saber o que a mesma estava pensando. Ela estava vidrada nas ruas e até sua concentração me tirava do sério. O jeito como apoiava o rosto em sua mão com expressão aleatória como se não estivesse aqui, mas em um outro planeta era insuportável. Desejava mais do que tudo chegar em casa e me livrar de sua presença. Assim que nós chegamos, as duas se retiraram e não pegaram as sacolas, mas eu não reclamei em voz alta pelo fato de que ambas estarem terrivelmente molhadas e quisessem trocar de roupa, apenas por isso peguei as sacolas e as entreguei.

*

Isso só poderia estar acontecendo comigo, sou um filho da mãe muito azarado, porque é claro que seria ela a nova amiga de Dakota. Merda. Ela estava ao lado de Jhonatan e o mesmo sorriu antes de dizer.

_ Sebastian, essas são Mariana e Siena. _ falou.

Mariana. Seu nome combinava com ela, era tão irritante quanto a pessoa que o carregava. Sabia que não deveria ter vindo, era tudo culpa de Dakota ou dessa garota que apareceu do nada. Mas para minha alegria, ela também não parecia está nem um pouco feliz com essa situação e pelo menos tínhamos isso em comum, nos odiamos, e isso significa nós não precisamos conversar. Ao sair de meus pensamentos, percebi que todos esperavam minha resposta e me esforce pra caramba poder dizer.

_ Prazer em conhecê-la, Mariana. _ respondi.

_ Não acredito que realmente seja. _ falou mais para mim do que para o restante.

Apertamos nossas mãos e ficamos nos olhando por um tempo. Precisava admitir que ela não estava como nos outros dias, estava bonita. Não que nos outros não estivesse, só que agora é diferente. Mariana pareceu me analisar também e quase vi seus olhos brilharem de tanta raiva. Era como se restaurante fosse queimar devido nossa fúria um com o outro e eu queria que isso acontecesse, talvez assim não precisasse lidar com ela.

_ Vocês se conhecem? _ perguntou Dakota.

Meu querido vizinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora