Capítulo 33

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Londres, Inglaterra.
Mariana Sharma.

Tinha passado da meia noite e eu ainda estava debruçada sobre minha mesa, frustrada com os esboços que não saiam do jeito que eu pensava. Chris tinha ido dormir tem um tempo e estava quase fazendo o mesmo quando um barulho soou, observei ao redor da sala e depois olhei para o corredor do quarto, mas Chris parecia ainda dormir e meu apartamento não era tão grande a ponto de não conseguir ver caso uma pessoa tivesse entrado. Novamente o mesmo som ecoou pelos meus ouvidos e dessa vez soltei o lápis sobre os papéis e sai da cadeira, o barulho era alto, mas abafado o que só me fez deduzir uma coisa, só poderia estar vindo do apartamento ao lado e não pensei em nada quando decidi sair e ir até ele. A porta não estava trancada e eu não perdi tempo para abrir a mesma e entrar no apartamento, sua sala estava destruída, vidros dos porta-retratos espalhados por todo chão, seu tapete sujo do que eu supus ser vinho tinto, mesinha de centro virada de cabeça para baixo em um canto da sala e no outro canto estava vestígios do que supus ser a taça. Medo se instalou em meu peito, o que tinha acontecido aqui?
Em silêncio e com cuidado caminhei pela sala procurando pelo Sebastian, mas o mesmo não apareceu, fui em direção a sua cozinha com a maldita esperança de encontrá-lo lá, mas não estava. Respirei fundo para controlar a maldita respiração que no momento estava bastante irregular quando ouvi o som da sua voz.

_ O que está fazendo aqui? _ perguntou Bash.

Sua voz estava melancólica e embargada o que me dizia que ele esteve bebendo antes de tudo isso acontecer. Mas o que eu não entendia era o porquê ele tinha feito isso, Dakota tinha dito ao celular que ele estava bem, então o que tinha mudado?

_ O que aconteceu com você? _ perguntei com cautela.

_ Não é da sua conta. _ respondeu seco e sem nenhum tipo de emoção.

Tentei não ficar magoada com suas palavras.

_ Ouvi um barulho de coisas sendo quebradas e... _ tentei falar, mas o mesmo me impediu.

_ E o que? Ficou incomodada? Veio pedir para que eu parasse? Bem, não fui incomodar você quando estava me impedindo de dormir ontem à noite. _ suas palavras foram afiadas e eu não consegui imaginar nenhum momento que tinha ficado tão constrangida como agora.

_ Sério que..._ as palavras não saíram, mas não foi preciso, pois ele pareceu ter entendido.

_ E como deu para ouvir. Um inferno se é que me entende. _ respondeu e não tentou disfarçar o desprezo em sua voz.

_ Eu..._ estava ficando com raiva de mim por não conseguir falar.

_ Vá embora, Mariana. Quero ficar sozinho! _ disse ele um tanto frio, porém firme.

_ Preciso saber se você está bem. _ respondi e assumi um tom gélido na voz.

Sebastian sorriu debochado, mas não chegou a ir aos seus olhos. Percebi o que estava havendo aqui, sua raiva não era direcionada a mim, mas ele estava tentando me deixar mal para que eu o deixasse sozinho. Mas ele não iria conseguir, não quando ele ficou comigo quando precisava de alguém para ouvir meus lamentos sobre relacionamento.

_ Preciso que vá embora. _ disse ele.

_ Não irei para lugar algum. _ respondi enquanto me aproximava.

_ Por favor, preciso ficar sozinho. _ tentou ele mais uma vez.

A distância entre nós estava ficando menor e eu podia ver o desespero em seus olhos cada vez que eu me aproximava. Mas eu não podia recuar, não sem saber o que se passava com ele.

_ Por quê? _ minhas palavras foram quase tão desesperadas quanto as suas.

_ Por favor..._ implorou baixinho.

Meu querido vizinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora