Capítulo 59

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Londres, Inglaterra.

Mariana Sharma.

Não tinha conseguido dormir direito, mesmo com o Sebastian fazendo carinho e me consolando dizendo que tudo ficaria bem, ele passou a madrugada toda acordado, preocupado de dormir e alguma coisa acontecesse comigo. Quando levantei ele ainda dormia e deixei que descansasse um pouco, pois mais tarde ele precisaria de toda disposição para ir trabalhar. Não estava muito animada, então coloquei apenas uma calça pantalona azul escuro, uma blusa que deixava uma pequena parte do meu estômago visível na cor azul bebê e um coturno preto. Meu cabelo ficou preso no alto e não coloquei uma maquiagem básica hoje. Saí do meu apartamento e peguei o táxi do Xavier, conversamos pouco hoje pois acredito que ele tinha percebido meu desanimo e minha péssima aparência. Quando cheguei no prédio, caminhei silenciosamente para a minha cabine e coloquei minha pasta em cima da mesa, abri o notebook e assim que a tela ligou, uma notificação surgiu. Era do senhor King informando que a reunião com o proprietário foi marcada para quarta-feira, o que era uma boa noticia quando paro pra pensar que não estou preparada para uma reunião dessas, respirei fundo e então comecei a trabalhar, pesquisando moveis que combinariam com a decoração do saguão. Estava tão concentrada no meu trabalho que não vi quando o Jhonny chegou e colocou suas coisas na cabine ao lado da minha, quando notou que eu o encarava, me deu um aceno de cabeça e em seguida saiu para encher sua garrafa d'água. Tá legal, isso foi estranho. Então um nó se formou em seu estômago quando lembrei que ele e Siena passaram a noite juntos, meu Deus, e ela contou para ele sobre o Bash e eu? Não, Siena não faria isso. Faria? Acredito que não ou então o Jhonatan teria surtado, não é? Que confusão. 

_ Mari..._ chamaram meu nome e ao ouvir aquela voz embargada e cheia de dor, foi como se eu não pudesse respirar ou me mover.

_ Dakota. _ sussurrei.

Dakota caminhou até mim e então envolveu em um abraço bastante apertado, ela estava pálida e seus olhos fundos e vermelhos. Não tinha se dado o trabalho de se arrumar como de costume, quase chego a crer que a mesma veio com a roupa que dormiu, mas duvido muito disso. Ela deu um soluço e notei que chorava, quis vomitar e morrer por isso. Nos afastei. 

_ Sebastian terminou comigo, Mari._ sussurrou. _ eu não sei o que fazer, eu..._ 

_ Dak._ disse Jhonatan. _  o que houve? _ 

_ Sebastian, acredita que aquele idiota me chamou para dizer que tinha se apaixonado por outra mulher?! E o pior, foi para cama com ela. Eu o odeio, Jhonatan._ disse ela.

Às lágrimas se formavam em meus olhos e a culpa estava me sufocando. Precisava sair daqui, mas para onde eu iria? Isso deixaria obvio que eu estava escondendo algo, mas ao ver como o Jhonatan me olhava, tive a certeza de que a Siena havia contado. Quero morrer. 

_ Não fique assim, meu bem. _ consolou ele.

_  O que me dói é ter que encarar o fato de que ele nunca gostou de mim da mesma maneira que eu gostava dele, se gostasse ele me falaria antes, na verdade ele acho que ele nunca gostou. _ disse ela.

_ Ele deve estar sofrendo por ter te magoado..._ sussurrei e ambos olharam para mim. 

_ E como você, sabe?_ perguntou Jhonatan, áspero. 

_ Não sei, apenas lembrei de uma vez que ele me disse que ela era sua melhor amiga._ disse e tecnicamente não foi mentira. 

_ Bom, espero mesmo que ele sofra. E que ela seja tão infeliz quanto ele._ respondeu ela e eu estremeci e pela primeira vez nessa manhã vi o Jhonatan me olhar com outro sentimento que não decepção e raiva. 

_ Não diga isso, Dakota. Apesar daquele miserável merecer uma boa surra, não deve desejar o mal para ele, acho que nem para ela. Isso diz mais sobre você do que eles._ disse Jhon. 

_ Tem razão, mas ainda o odeio. _ respondeu.

_ Eu preciso ir ao banheiro. _ disse e saí sem que eles pudessem responder.

Não aguentava mais ficar nenhum minuto, precisava sair daqui. Caminhei até a sala do diretor e com urgência bati em sua porta, o senhor King me mandou entrar e assim o fiz, pedi para que o mesmo me liberasse, pois estava passando mal devido meu ciclo menstrual e por alguma razão ele me liberou. Voltei para pegar minhas coisas e os dois não estavam nas cabines, não esperei até que voltassem e então segui rumo ao saguão do prédio e depois ao lado de fora, não queria chamar o Sebastian por dois motivos, não queria que ele soubesse do que estava acontecendo comigo para não chateá-lo e segundo porque ele também tinha muita coisa para resolver em sua clínica, decidi que iria andando até o hotel onde morava pois precisava por para fora tudo que estava sentindo. 


Meu querido vizinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora