Capítulo 47

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Londres, Inglaterra.
Sebastian Sharpe.

Estava parado fazia uns cinco minutos em frente a porta do apartamento da Mari. Estava decido, mas assim que cheguei aqui, foi como se toda a coragem fosse arrancada de mim. Por que o que aconteceria depois? E se ela não quisesse falar ou me ver? E se eu a perdesse para sempre? Eu estava muito confuso e com medo, odiava me sentir assim. Por que eu tive que ouvir meu pai? Poderia muito bem está vivendo da maneira que ela quis, constantemente irritado e sozinho. Parando para pensar, realmente não dava para viver assim e foi somente por isso que eu tomei coragem para bater na porta. Me pareceu que o meu coração ia sair pelo peito pela velocidade que estava batendo e só piorou quando notei que eu não fazia ideia do que eu ia dizer. Merda! Eu estava quase saindo quando a porta foi aberta e pude ver o rosto dela. Mari parecia confusa e surpresa, mas não tinha nada que indicasse raiva por eu ter aparecido, era um bom sinal. Notei que usava um baby doll vermelho, que desenhava sua silhueta e, por um breve momento, perdi a noção do que eu tinha que fazer ali. Se ela ficou incomodada, não deixou transparecer. Umas das coisas que mais mexia comigo era essa mania de querer me desafiar em tudo.

_ Sebastian _ meu nome em seus lábios era algo de outro planeta, me arrepiava até a alma, mas antes que ela pudesse me dizer qualquer coisa, eu respondi.

_ Por favor, não fala nada, só me escuta. _ disse mais firme do que eu esperava.

Em silêncio, ela se moveu para esquerda e sem pensar duas vezes eu entrei. Ela tinha mudado os móveis de posição e ficou bem parecida com minha sala de televisão, mas esse era assunto para outro momento. Respirei fundo e então a encarei.

_ Então? _ perguntou enquanto cruzava seus braços.

_ Eu não aguento mais ficar assim, não suporto mais passar por você ou pela frente do seu AP e fingir que eu não te conheço ou que isso não me afeta. Você tem me afetado bem mais do que eu gostaria de assumir. Tem tomado a maioria dos meus pensamentos, não consigo trabalhar bem e nem dormir direito porque toda vez que fecho os olhos, seu rosto vem em minha mente. Seu cheiro de cereja me toma por completo, fico louco. É um inferno, Mariana. _ disparei e eu estava tão assustado e afobado quanto as minhas palavras.

Mariana não disse uma só palavra, mas estava tão chocada quanto eu. Minha respiração ficou irregular, mas se eu tinha que falar tudo, então falaria tudo.

_ Desde que você chegou aqui, colocou tudo de ponta cabeça com suas teimosias, perguntas e suas reclamações de que tudo que eu fazia te incomodava. Eu estava muito tranquilo e cada dia mais aceitando minha rotina, em minha zona de conforto, mas você precisou vir querer saber mais sobre mim. Querer me conhecer e ser minha amiga. Revirou minha vida com essa história de ser seu ouvinte, seu conselheiro e depois eu não conseguia mais ficar sem saber como você estava, o que estava acontecendo. Fiquei furo da vida quando eu soube que era outra pessoa quem iria ouvir você tagarelando e não eu. Fiquei furioso quando ouvi vocês dois na cama, quis que fosse eu, Mari. Em todos os momentos, eu quis estar com você. Não consigo mais ficar com Dakota, porque todas as vezes penso em você, sabe como eu me sinto quando isso acontece? Um merda. Porque quero alguém que jamais poderei ter._ falei ainda mais.

Não percebi o momento em que tínhamos nos aproximado, mas estava perto. Ela mordia seu lábio inferior, um dos indícios de que estava um tanto nervosa, mas ainda assim não falou nada.

_ Me manda ir embora. Me manda ir embora se você não sentir o mesmo por mim. Me peça para sumir da sua vida, e eu farei. Faço até uma mudança, se necessário. Mas eu sumo de uma vez por todas, se é realmente isso que quer. _ não existia mais tanto espaço entre nós e tudo em mim estava irregular porque no fundo, eu tinha medo da resposta que ela iria me dar.

Meu querido vizinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora