Capítulo 50

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Londres, Inglaterra.
Mariana Sharma

Nós tínhamos decidido passar o domingo no meu Ap assistindo filmes, escondidos dos nossos amigos e de qualquer problema que nos tirasse da nossa paz, incluindo os pensamentos ruins a respeito do que iria acontecer amanhã. Não queria falar para ele que estava com medo de que meus amigos me odiassem, ou não quisessem mais falar comigo. Dakota com certeza não iria olhar mais para mim, Jhonatan provavelmente ficaria do lado de sua amiga mais antiga e a Sie, bom, acredito que dessa vez ela iria ficar contra mim e a favor do Christopher. Eu teria que ser muito forte para aguentar os comentários maldosos e toda a rejeição. Meu Deus, o que tinha acontecido na minha vida? Não estava em meus planos nada disso, era somente meu trabalho, depois abrir minha empresa e no meio disso me casar com o Chris, eu não tinha planejado me apaixonar por um cara que definitivamente me tirou do sério todo esse tempo em que estava aqui. Mas, não posso controlar o futuro, não é mesmo? Que confusão. Estava perdida em meio aos pensamentos quando senti o lado esquerdo do sofá afundar.

_ Quer um pouquinho de brigadeiro? _ perguntou Bash.

_ Não, obrigado. _ respondi aérea.

_ Tudo bem, isso está um pouco estranho. O que tá acontecendo? E por favor, não me esconda nada. _ falou enquanto segurava minha mão.

Por um momento não quis dizer qual era o problema pois não queria magoá-lo. Mas, não queria ficar mentindo ou escondendo nada dele ou não teria como isso dar certo, então com esse pensamento, respirei fundo e disse.

_ Eu não quero que pense que me arrependo do que aconteceu, mas estou preocupada Bass. Não gosto de saber que os meus amigos, as pessoas que amo irão me odiar por eu gostar de você. Eu não estava esperando por isso, por essas mudanças. Meus planos eram trabalhar e depois me casar com o Christopher, era uma vida perfeita. Planejada. Mas aí você apareceu e virou tudo do avesso e eu posso ser uma pessoa horrível, mas apesar de tudo isso que disse agora, não quero deixar você. _ respirei fundo quando finalmente terminei de falar.

Sebastian por alguns minutos apenas me observou, como se tentasse assimilar tudo o que tinha acabado de ouvir e me senti mal por pensar na possibilidade de ter o magoado.

_ Primeiro eu quero que saiba que gostei de ouvir essas coisas, quer dizer, gostei do fato de ter sido sincera comigo. _ fez carinho no torso da minha mão. _ E segundo, eu também não esperava por nada disso, Mari. Fiquei semanas assustado com o fato de ficar pensando todo o tempo em você. Tinha as coisas no consultório para resolver, uma relação muito boa com Dakota e estava satisfeito com minha vida social. _ comentou e eu tive que sorri.

_ Não acredito que você estava satisfeito com sua vida social já que era tão carrancudo. _ brinquei e ele me deu um empurrão de leve e sorriu.

_ Tanto faz, o fato é que eu não queria mudar nada da minha vida até conhecer você. Acha que também não odeio o fato de que irei perder a minha melhor amiga? Que vou gostar de olhar nos olhos dela e saber que eu a decepcionei? Eu sempre soube que ela queria algo a mais, mas sempre deixei claro que essa não era a minha vontade, mas sabia do seu sentimento por mim e vou magoá-la, não porque quero, mas porque me apaixonei por você. _

Suas palavras eram tão sinceras que não contive as minhas lagrimas, saber como ele se sentia e do que estava abrindo mão apenas por mim era assustador, mas lindo ao mesmo tempo. E se existia alguma dúvida dentro do meu coração, essa acabou de ser destruída, pois se ele estava disposto a tudo por mim, eu estaria disposta a tudo por ele. Senti seus dedos roçarem minhas bochechas no intuito de secarem minhas lagrimas e sorri tímida com aquele pequeno gesto.

_ Eu quero ficar com você, Mariana. E estarei ao seu lado em todo momento, mesmo que não seja fácil, está bem? _ sussurrou contra meus lábios.

_ Estou feliz. _ sussurrei de volta enquanto mapeava seu rosto com minhas mãos. _ Você me deixa feliz. _

Sebastian sorriu tímido e pude perceber um tom de rosa em suas bochechas. AI MEU DEUS, ele tinha acabado de corar para mim.

_ Ai que fofo! _ praticamente gritei.

_ O que? _ perguntou.

_ Você está vermelho! _pronunciei sorrindo feito idiota, o que deixou ele ainda mais tímido.

_ Não estou nada! _ respondeu um tanto sem jeito e nervoso.

_ Quem diria que eu conseguiria te deixar sem graça. _ comemorei

_ Eu não estou sem graça. _ reclamou enquanto se levantava.

_ Há é? E por que está levantando? _ perguntei erguendo a sobrancelha.

_ Porque você é insuportável e eu vou embora. _ respondeu vestindo a camisa.

Praticamente dei um pulo do sofá seguido por um grito esganiçado e corri para ficar na frente da porta para bloquear a sua saída e ele fez o possível para não explodir em uma risada.

_ Você sabe que posso retirá-la daí muito facilmente, não sabe? _ perguntou cruzando os braços.

Revirei os olhos.

_ Não se atreveria. _ Desafiei e seus olhos brilharam.

_ Resposta errada. _

Sebastian segurou meu quadril e me jogou por cima de seus ombros como seu eu fosse um grande saco de batatas, estava reclamando um monte quando percebi qual era minha visão daqui de baixo. Foi automático beliscar uma de suas nadegas e posso dizer que sua resposta também foi instantânea, pois logo senti suas mãos contra minha bunda.

_ Aí! _ reclamei.

_ Você quem começou. _ respondeu enquanto me colocava no sofá.

_ Grosseirão. _ rebati.

Sua resposta para mim foi mostrar a língua, o que eu tinha achado muito 'maduro' e quando estava prestes a responder, meu celular tocou com o nome de Siena na tela principal.

_ Silêncio total. _ disse para o Bass.

Chamada ativa • Sie

- Oi, Sie. M.S
- Mariana, socorro. Preciso de sua ajuda imediatamente! S.N
- Por quê? O que houve? M.S
- Houve esse áudio, espera ... (Oi, sie. É, bom, acredito que a essa altura você se lembre do que aconteceu na sexta quando saímos, certo? Acho que nós precisamos conversar.) S.N
- Ai MEU DEUS! SIENA, E AGORA? O QUE VOCÊ RESPONDEU? M.S
- Mariana, não fala assim ou eu vou ficar ainda mais desesperada! Falei, "Oi, e sim, eu me lembro e precisamos conversar." Mari, estou apavorada. Há, e marcamos de conversar na sua casa. S.N
- De conversar aqui?! Como assim? M.S
- Por favor, não me mate. Mas aqui em casa tem não irei ter privacidade nenhuma! Minha prima vai estar aqui e só tenho você. S.N
- Tudo bem, tudo bem. Quando será? M.S
- Hoje à noite ... S.N
- SIENA! Olha, tudo bem. Vou organizar algumas coisas e te mando mensagem assim que tudo estiver pronto. Beijos. M.S

Chamada encerrada.

Desliguei meu celular um tanto nervosa, primeiro porque o Jhonatan finalmente iria conversar com a Siena e deixar tudo em pratos limpos e segundo porque provavelmente Sebastian e eu teríamos que fingir estarmos sem se falar na frente deles, uma loucura. Nesse momento tinha me virado para falar com ele, mas notei que o mesmo olhava para o celular.

_ Merda, o Jhon está vindo pra cá. _ comentou ele. _ preciso ir. _

_ Tá bom, mais tarde nós nos falamos. _ respondi.

O acompanhei até saída e quanto estava fechando a porta fui impedida por uma de suas mãos, ergui meu olhar para ele e o mesmo sorriu e me roubou um beijo.

_ Agora sim, até mais. _ falou e foi embora.

Quando finalmente fechei a porta, estava sorrindo feito boba.

Meu querido vizinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora