Capítulo 24

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Londres, Inglaterra.
Mariana Sharma.

Minha cabeça estava doendo devido a quantidade significante de álcool que ingeri ontem à noite e eu estaria surtando agora se não soubesse que ele ficou comigo antes de ter bebido todas ontem e sinceramente eu estava precisando muito de um amigo e sim, o considerava um amigo depois de tudo que ele presenciou, poderia dizer que somos até íntimos de uma forma inocente. Levantei e percebi que estava em meu quarto, porém não me lembrava de ter vindo até aqui, olhei ao arredor e não vi o Bas e fiquei grata por ele não ter dormido comigo. Decidi sair do quarto e no caminho até a cozinha, o avistei dormindo no sofá. Bom, coloquei um som baixinho e então fritei umas duas panquecas e fiz um café quentinho devido ao frio que estava fazendo essa manhã. Enquanto eu pegava os pratos, não resisti e fiz uma dancinha quando o refrão da música tocou e dei graças a Deus por Sebastian está dormindo, pois era minha parte favorita da música e seria vergonhoso se ele me visse assim. Depois que tudo estava pronto, estava prestes a chamar o Bash, mas para a minha surpresa ele estava acordado. Droga.

_ Bom dia. Acordou tem muito tempo? _ falei e torci para que sua resposta fosse não.

_ Bom dia, acabei de acordar. _ respondeu e eu senti meu coração ficar aliviado.

_ Há, que bom então. _ respondi.

Coloquei os pratos em cima da mesa e logo vi Sebastian se aproximando da mesma, tentei não olhar para ele, mas meus olhos traidores não me obedeceram. Ele estava colocando a camisa, que supus ter tirado para dormir e seu cabelo estava bagunçado de uma forma bem atraente. Ergui meu olhar para seu rosto e seus olhos estavam me observando, foi quando percebi que ele tinha terminado de colocar sua camisa. Droga, acho que ele notou meu constrangimento, pois logo deu um sorriso de canto.

_ Não precisa ficar constrangida, sei o quanto sou atraente. _ comentou ele e eu revirei os olhos de imediato.

_ Aí, cala boca. _ respondi enquanto colocava as panquecas nos pratos e depois o café.

_ Definitivamente eu não esperava por ontem à noite e também não estava em meus planos ficar de ressaca. _ comentou ele enquanto bebia um pouco de café.

_ Eu também não estava esperando e acho que você era a última pessoa que eu pensaria que ficaria aqui comigo. _ respondi dando de ombros.

Sebastian comeu um pedaço da panqueca e um momento depois de ter engolido, ele me olhou de um jeito sério que me deixou um tanto incomodada.

_ Você se arrepende por ontem? _ sua pergunta atraiu minha atenção toda para ele.

De fato, eu não esperava por ele e nem que passasse a noite toda aqui comigo, mas pensar em como nos divertimos e em como ele estava me tratando fez com que eu apenas aproveitasse o agora. Talvez se fosse Siena que estivesse aqui, eu ficaria deprimida pois iria querer falar sobre Chris durante toda a noite e com certeza choraria horrores e com o Bas foi ao contrário, apesar de saber que eu poderia falar o quanto quisesse, preferi deixar tudo o que me deixava mal de lado e fiquei feliz com isso. Ergui meu olhar para ele e o mesmo estava em silêncio aguardando uma resposta e algo em seus olhos indicavam um pouco de ansiedade.

_ Não. E você? _ perguntei tentando não deixar óbvio que eu também não queria que ele tivesse se arrependido.

_ Também não. _ respondeu dando de ombros.

_ Parece que agora somos oficialmente amigos, senhor Sharpe. _ comentei divertida e pude ver um brilho em seus olhos que não tinha visto antes.

_ Parece que sim, senhorita Sharma. _ disse ele e bebeu mais um pouco de café.

_ Será que eles estão muito irritados conosco? _ perguntei pensando no furo que nós demos com os nossos amigos.

Sebastian ponderou um pouco antes de dizer qualquer coisa e eu senti que ele estava um pouco incomodado por conta de Dakota.

_ Irritados não. Talvez um pouco chateados. Dois deles, pelo menos. _ respondeu ele.

_ Siena vai querer saber por que eu não fui. _ comentei normalmente.

_ Está preocupada em dizer que eu dormi aqui? _ perguntou e confesso ter ficado um pouco surpresa.

_ Não. Me refiro a dizer que não fui por conta do Chris e ter que explicar tudo para ela. _ disse.

_ Se te machuca é só não dizer. _ respondeu ele um tanto distante.

_ Alguma vez precisou fazer isso? _ perguntei e dessa vez foi ele quem me olhou surpreso.

_ Por que deduziu isso? _ perguntou ele.

_ Podemos dizer que sou uma boa observadora. _ respondi com cuidado.

Sebastian ficou em silêncio por um tempo, mas logo afastou seja qual fosse seus pensamentos e fez sua expressão provocativa de sempre.

_ Eu sempre soube que ficava prestando muita atenção em mim. _ comentou ele.

Depois de tomarmos nosso café, Sebastian voltou para casa e mais uma vez me vi sozinha aqui e confesso que desejei que ele não tivesse ido. Organizei a cozinha e depois fui para o meu quarto tomar um banho quente, vesti um short jeans e uma camisa de manga longa azul escuro e umas meias para esquentar meus pés, em seguida peguei meu notebook e voltei para sala onde me sentei no sofá e comecei a estudar alguns projetos para entregar sexta. Estava fazendo cálculos quando meu celular notificou, peguei o mesmo na esperança que fosse o Christopher, mas eu admito que senti uma leve decepção ao ver o nome de Siena no topo da barra de mensagens.

De Siena:
- Mari, bom dia. Tudo bem? O que aconteceu ontem?
De Mari:
- Bom dia, Si. Estou bem, apenas não estava muito animada para sair ontem.
De Siena:
- Por conta do que aconteceu com o Chris, né? Af. Irei matá-lo.
De Mari:
- Entendo que queira fazer isso, mas precisará entrar na fila. Rs.
De Siena:
- Já tem fila? Quem é o outro?
De Mari:
- Sebastian.
De Siena:
- Mariana! Achei ótimo você ter falado nele até porque ele também não apareceu ontem. Ele estava aí com você?
De Mari:
- Sim, ele ficou aqui.
DeSiena:
- Humm. Entendi.
De Mari:
- Dakota ficou irritada? M.S
De Siena:
- Se ficou, não deixou transparecer. S.N

Pelo menos isso era um ponto positivo. Quase que eu dava um suspiro de alívio agora e que bom que ela não tinha ficado chateado comigo por não ter ido. Desliguei meu celular e tentei me concentrar no trabalho, mas outro SMS me chamou atenção, peguei meu celular e o nome do Christopher estava no topo da barra. Achei que ficaria superfeliz por saber que ele queria falar comigo, mas tudo que senti foi uma raiva por lembrar dele com aquela mulher idiota.

De Christopher:
- Oi. Podemos falar?
De Mari:
- Oi. Sim.
De Christopher:
- Mari, detesto ficar brigado com você. Mas, eu estou muito chateado.
De Mari:
- Bom, não é só você que está.
De Christopher:
- Você? E o que eu fiz?
De Mari:
- Por que estava dançando com aquela mulher ontem?
De Christopher:
- Onde você viu isso?
De Mari:
- Não importa onde vi, Christopher. Não foi essa minha pergunta.
De Christopher:
- Foi uma amiga do Daniel. Estava com raiva e fui dançar com ela, mas nada além disso.
De Mari:
- Não foi isso que deu para entender.
De Christopher:
- Mais foi isso que aconteceu. Você vai ter que acreditar em mim.
De Mari:
- Do mesmo jeito que você vai ter que acreditar em mim quando disse que não sai de casal?
De Christopher:
- Quem era aqueles rapazes?
De Mari:
- Colegas de trabalho.
De Christopher:
- Entendi.
De Mari:
- Hum, que bom.

Desliguei meu celular novamente. Pensei que me sentiria melhor depois de conversar com ele, mas só me sinto ainda pior. Não consigo sentir que ele acredita em mim ou que eu acredite nele. Cacete. Peguei meu celular e enviei uma mensagem para o Sebastian.

De Mari:
- Christopher me enviou um SMS. Nós falamos, mas ainda não consigo me sentir bem com ele. Relacionamento é uma droga. Preciso beber.

Meu querido vizinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora