chapter seven

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- EU JÁ DISSE QUE NÃO  precisava de toda essa confusão, Vincenzo

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- EU JÁ DISSE QUE NÃO precisava de toda essa confusão, Vincenzo. Sim, você está errado!

Continuo discutindo com meu irmão, que insiste em dizer que está certo em ir atrás de Filipe para "me defender".

- Você não conhece a intenção dele. Eu conheço esse tipo de pessoa e Filipe não vai usá-la para afetar a família porque eu não vou deixar você no meio disso.

- Olha, eu desisto! Lute como uma pessoa louca com quem você quiser. Estou indo para o meu quarto.

Eu subo as escadas sentindo minha cabeça doendo e meus músculos tensos.

Meu irmão sempre foi ciumento e muito protetor, mas às vezes não há necessidade.

Não me importo se Filipe estava procurando problemas ou não. Mas para que Vincenzo cedeu então?

Ele estava literalmente só falando comigo.


• • •
  

Depois de tomar banho e colocar meu pijama, vou para a minha varanda e observo o céu estrelado.

Incrivelmente, esfriou do nada no Rio de Janeiro. Mas isso não me impede de decidir dar um passeio pelo condomínio.

Ainda estou estressada com Filipe e Vin que literalmente acabaram com minha noite, a que combinei com Mel para beber e me divertir.

Coloquei meus chinelos e coloquei minhas mãos no bolso do moletom do Vin, adoro roubar as roupas dele.

Passeando, vejo o jardim de rosas e rio lembrando das vezes em que me sentei em um banquinho perto da entrada, sempre lendo um livro ou apenas sentindo o aroma das flores.

Eu caminho em direção ao mesmo banquinho e ouço uma voz não muito longe.

"É preciso ter um sonho pra se adaptar a realidade

E quanto menor é a adaptação a realidade

Maior é a necessidade de persistir no sonho até tu conseguir realizar

A realidade é um glorioso cemitério de sonhos."

Assim que essa pessoa acaba de recitar o verso, fico surpresa quando percebo que é o Ret sentado debaixo de uma árvore, segurando um caderno e uma caneta. Acho que o que ele leu era muito pessoal, mas achei interessante na mesma medida.

Parecendo alheio ao que acontece ao seu redor, eu decido sair antes que ele me veja.

- Você não deveria estar dormindo neste momento, Princesa Garcia? Seu pai não ensinou que é feio bisbilhotar as pessoas? - Eu fico assustada com a sua voz e congelo no meu lugar.

Tenho a coragem de ir até ele e percebo que ele está vestido com calça de moletom azul marinho e uma camisa branca.

- Eu estava apenas andando e decidi vir aqui, eu não tinha visto você. Oh, como você percebeu que eu estava aqui? - Perguntei curiosamente e ele olhou para o meu rosto.

- Pelo seu cheiro. É impossível não notar quando você está por perto. - Confesso que fui pega de surpresa.

- Você que escreveu? - Eu decidi mudar de assunto e ele inicialmente parece perdido, mas logo entende e responde com um aceno de cabeça. - É muito bom, Ret! Triste, mas é lindo. Eu não sabia que você gostava de escrever.

- Obrigado, e você não sabe muito sobre mim para dizer isso. De qualquer forma, as pessoas não sabem disso e eu não costumo mostrar o que escrevo. - Eu o senti um pouco rude no seu discurso, mas fiquei quieta.

- É uma pena, você parece ser bom nisso. Se sente assim? Tipo, você tem algum sonho que precisou enterrar nessa realidade?- Eu sorrio com essa mania de que tenho que tentar ser legal.

Ele olha para mim por alguns minutos e percebo que eu estava alheia olhando para o caderno dele de longe e desejando explorar mais de suas letras.

- Bem, já é tarde, você deveria ir para casa. Tenho certeza de que se seu irmão nos ver aqui, ele pensará que estou amordaçando você neste jardim e forçando você a ser minha escrava. - Sinto minhas bochechas corarem e percebo que ele não respondeu minha pergunta.

- A propósito, eu queria me desculpar com você por toda essa confusão. Meu irmão geralmente fica com ciúmes a maior parte do tempo.

- Você não deveria se desculpar por ele. Vincenzo que brigou comigo, não você. Mas de qualquer forma, eu não me importo.

Confesso que Filipe é um pouco arrogante. Estou tentando ser amigável e ele está prestes a me dizer para sair correndo daqui. Embora ele parecesse estar em um momento muito particular, eu provavelmente invadi o espaço dele.

- Eu já vou indo. Boa noite! E parabéns pelo verso, achei profundo.

Ele ficou em silêncio e eu fui para casa. Eu não olhei para trás, mas senti minhas costas queimando com seus olhos.

Filipe parece ser uma pessoa muito fechada e solitária. Ele aparenta isso. Não consigo explicar.

De qualquer forma, não sou próxima dele e provavelmente também não estarei.

ALMA REVEL - FROnde histórias criam vida. Descubra agora