- NÓS DEVERÍAMOS ACAMPAR COM a galera neste fim de semana. - Gustavo fala enquanto morde um lanche de fast-food completamente gorduroso, me dando ânsia de vômito. E enquanto isso, como minha salada caprese.- Oh, sim! Vamos nos misturar com o quê agora? Onças? - Falo sarcástico e vejo Gus revirar os olhos. - Levando em consideração que da última vez você levou todo mundo para o meio de traficantes, mano, você só sabe propor programações que arriscam nossas vidas.
- Que eu saiba você não achava ruim quando praticamente trepava com duas minas no sofá do camarote do baile e se entupia de droga. - Ele responde sarcástico e o olho com repreensão.
- Claro, eu estava sozinho. - Respondo como se fosse óbvio. - Não me preocupo se posso morrer ou não quando não estou sendo responsável por ninguém.
- E você estava responsável por quem? O Ret que eu conheço nunca se importou como a galera ia chegar em casa. Somente com si mesmo, e na verdade nem isso. - Franzo minha sobrancelha e ele sorri com aquela cara de vagabundo.
- Por algum acaso está me chamando de egoísta? - Coloco minha mão no coração de forma dramática e ele tomba a cabeça para o lado soltando uma piscadela.
- Eu tô, papo reto! - Dou um dedo do meio para ele e ele joga um beijo. - Mas falando sério, o que aconteceu lá no baile do PZ para você ficar assim, Ret?
- Um drogado assediou Antonella e PZ se aproximou dela. - Falo tentando ignorar o incômodo crescente no meu peito assim que as palavras saíram da minha boca.
- Uh! Sabia que era algo relacionado à loirinha. - Ele sorri e bate palminhas, me fazendo refletir porque não arrebento essa peste.
- Nem comece, mané.
- Não estou dizendo nada, mano. - Ele passa alguns segundos me olhando de forma ansiosa. - Você gosta dela, assume logo.
- Gosto dela, até porque é minha irmã, certo? - Questiono incomodado e ele aperta os olhos castanhos de forma desconfiada.
- Errado! Você gosta dela de outra forma, amigo. Eu te conheço. - Ele insiste e começo a ficar nervoso, me sentindo encurralado.
- Ela é minha irmã, caralho! - Eu falo um pouco exaltado e ele se senta na minha frente.
- Está falando isso mais para si do que para mim. Não é como se você fosse o Lúcifer por isso.
- Você tem dimensão das coisas que fala, Gustavo? - Levanto evitando fazer contato visual com meu amigo, sabendo que ele conseguiria me ler de forma assertiva. - Não acha isso preocupante? Desejar alguém do próprio sangue.
- Depende do seu ponto de vista. De acordo com as reflexões que eu faço dentro da minha cabecinha, não te acharia errado por isso. Vocês foram apresentados como desconhecidos, apenas vizinhos, não como irmãos.
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ALMA REVEL - FR
FanfictionDuas famílias e uma briga antiga. Em meio ao caos da melancolia e dos segredos, duas pessoas que sentem uma chama acendendo pouco a pouco. Mas nem todos os desejos da vida podem ser realizados. O que eles fariam se esse amor fosse impossível de vive...