Duas famílias e uma briga antiga. Em meio ao caos da melancolia e dos segredos, duas pessoas que sentem uma chama acendendo pouco a pouco. Mas nem todos os desejos da vida podem ser realizados.
O que eles fariam se esse amor fosse impossível de vive...
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QUATRO REUNIÕES MARCADAS PARA hoje à tarde e eu estava mais um dia abrindo mão de almoçar para conseguir minimamente organizar os tópicos de cada reunião na minha agenda branca de bolinhas vermelhas. Por mais que apreciasse a tecnologia, ainda me sentia melhor utilizando folha de papel e uma canetinha de pompom.
A minha marca estava fazendo um sucesso avassalador no mercado e cada dia mais os números me surpreendiam. Estava trabalhando feito uma condenada, mas estava trazendo retorno.
O processo criativo da próxima coleção já está começando a tomar forma, mesmo ainda colhendo os frutos do hype da coleção de lançamento.
Tomo um gole de água e volto a ler mais alguns e-mails que recebi de um dos sócios do meu pai que pediu ajuda em alguns assuntos referentes à um novo negócio que ele estava investindo, quando recebo uma ligação via FaceTime do senhor Gael.
- Olá, minha boneca! - Ele aparece sorridente na tela e identifico sua tradicional cadeira de couro do escritório.
- Oi, papai! - Cumprimento com um sorriso de lado, mas ainda divido a atenção entre a ligação e o notebook.
- Ainda está trabalhando, Tonton? - Pergunta e eu aceno com a cabeça concordando. - Você já almoçou?
Olho para a tela do celular cogitando a possibilidade de mentir para meu pai, mas ele arrancaria a verdade de qualquer forma.
- Estou indo agora. - Tento amenizar e ele me olha sério.
- Olha, você trate de levantar dessa cadeira de woman boss e vai almoçar. Já passou das 12 horas, filha. - Me dá bronca e eu acabo rindo sem graça.
- Beleza, paizinho. Estou indo agora, ok? Ti amo papà.
- Amo você daqui até o céu, minha bonequinha. - Meu coração aquece ouvindo essas palavras vindo do homem que tanto admiro.
Desligo a chamada e abro o app de delivery escolhendo uma salada de ervas finas com salmão juntamente com um suco de limão. Ligo para a recepção e aviso que meu almoço chegaria em alguns minutos.
Meu celular toca mais uma vez e eu suspiro começando a ficar cansada.
- Alô. - Falo assim que atendo o número desconhecido.
- Antonella Bianchi Garcia, certo? - A voz grossa de um homem fala do outro lado da linha.
- Sim. Com quem estou falando? - Suspiro imaginando ser algum atendente de banco me oferecendo cartão de crédito como se o meu black não fosse o suficiente.
