chapter sixty-four

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O CHEIRO DO MATERIAL DE LIMPEZA e o ambiente gelado fazia meu estômago embrulhar

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O CHEIRO DO MATERIAL DE LIMPEZA e o ambiente gelado fazia meu estômago embrulhar. Os gritos abafados de todos naquela sala já não eram mais um problema, visto que minha mente estava presa no barulho da minha respiração arrastada e a imagem cravada do rosto de Violeta completamente machucado na maca passavam pelo meu olhar como um filme em repeat automático.

Porra! Eu estava me sentindo como um pedaço de merda em cima da terra. Mais uma vez deixei meu egoísmo me consumir, fazendo com que tapasse meus olhos perante o resto do mundo.

Como eu consegui esquecer de ser um filho minimamente presente para a minha mãe que sempre fez tudo por mim?

A excitação de abrir minha gravadora, os momentos com a minha outra família, o fogo ardente do que estou vivendo com Nella, me fizeram esquecer que também existe uma vida fora desta bolha.

Agora não importava mais, pois não teria como tirar minha mãe daquela situação e me colocar no lugar dela.

Ah, como eu queria! Só eu poderia colocar na balança o tanto que queria.

Mas não seria possível, e a ideia de perdê-la está me assombrando completamente.

- Lipe? Olhe para mim. Consegue andar? - A voz doce da loira me tira dos devaneios e olho para seus olhinhos lacrimejantes.

Balanço minha cabeça concordando, mas meu corpo não atende meus comandos. Minhas pernas pareciam gelatina.

Do que adiantava tanta postura, se quando a vida mais exigia de mim eu me mostrava um covarde?

Eu sempre fugia. Eu nunca encarava.

Associei a imagem da Violeta com as merdas que vivi na mansão Cavaleiro e me afastei com medo de todo aquele pesadelo voltar.

Quem eu estava querendo enganar? Eu era um fodido. Jamais superaria meus demônios e transferir a culpa do meu fracasso para os Cavaleiro tornava mais fácil do que assumir que eu era fraco.

- Vamos sair daqui, Ret. - Antonella torna falar, mas o zumbido gritante na minha cabeça me impedia de responder.

Suspendo o olhar analisando todos daquela sala. Gael ainda permanecia com a autoridade de um leão disposto a defender todos da selva, enquanto Augusto se portava como uma hiena suja e mesquinha.

Ele nunca gostou da minha mãe. Sempre quis somente persegui-la para fazer inferno dos seus passos para Júlio.

Mas eu abandonei ela. O que me diferencia dele?

Gustavo, Tico, Steff, Mel e Caio estavam todos de pé, observando a cena preocupados, esperando o momento de intervir.

Vincenzo, portado de forma semelhante a Gael, permanecia ao meu lado de pé, completamente atento aos movimentos do puto do Augusto. Sei que não hesitaria em pular na bala por um de nós.

ALMA REVEL - FROnde histórias criam vida. Descubra agora