chapter twenty-eight

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DEITADO NA CAMA DO QUARTO de hóspedes, eu passo a refletir o tanto que a minha vida virou de cabeça para baixo nesses últimos dias

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DEITADO NA CAMA DO QUARTO de hóspedes, eu passo a refletir o tanto que a minha vida virou de cabeça para baixo nesses últimos dias.

Eu sofri um acidente, eu quase levei uma facada e eu descobri que meu pai não era quem eu pensava.

Hoje o dia foi agradável em partes. O jantar foi legal, as pessoas estavam todas em sintonia. Os Garcia são bastante receptivos e gentis. Mas será que eu me encaixo aqui? Eu tenho a impressão que não sou tão bom quanto eles.

Ouvi a conversa de Mel e Antonella. Ela negou que sente algo por mim e talvez seja melhor assim. Não queria ter ficado tão incomodado em saber isso como eu estou agora.

Ah, e ainda tive a infelicidade de ver aquele filho da puta do Marcos. Eu senti minha raiva triplicar mais ainda em saber que ele ainda permanece naquela casa.

Aí veio a culpa me corroer. Estou tão imerso egoisticamente em meus problemas, que esqueci totalmente que minha mãe deve estar comendo o pão que o demo amassou naquela casa.

Só queria uma maconha das boas para me fazer relaxar.

• • •



Descendo as escadas, me aproximo da cozinha. Hoje é mais um dia daqueles que eu acordo morto de ressaca, mas dessa vez consegui me controlar e beber menos.

- Bom dia! - Cumprimento todos que estão sentados nos seus devidos lugares fazendo o desjejum.

Estranho ninguém me responder, mas mesmo assim continuo quieto. Me sento no lugar posto ao lado de Enzo e uma moça de uniforme vem servir meu café.

Enquanto isso, observo todos comendo em silêncio. Eu nunca participei de um café da manhã aqui, talvez seja o costume deles.

- Obrigado. - Agradeço após a moça ter me servido e começo a comer.

- Filipe, seu imbecil! - Me entalo com o café e rapidamente olho em direção à porta.

Lá estava ele. Marcos entra furioso na mansão arrastando minha mãe, que estava toda machucada e chorando.

- Isso é sua culpa! Tudo de ruim que acontece aqui é sua culpa!

Ele fala com uma arma aponta na cabeça de Violeta e eu me desespero. Tento a todo custo levantar da cadeira, mas eu não consigo.

- Me ajudem, por favor. - Eu grito chorando para todos da mesa, mas ninguém parece me ouvir.

- Sua. Culpa. Apenas. Sua. Culpa. - Marcos sussurra as palavras pausadamente e o que mais temia aconteceu, ele atirou na cabeça dela.

Sangue voa por todos os lados e as lágrimas caem sem parar do meu rosto.

- Monstro! Você é um monstro, Marcos.

Ele começa a rir, então ouço todos da mesa rirem também. Menos ela. Antonella me olha sem dizer nada.

- Você é o culpado de toda desgraça que acontece aqui, Filipe. Só você. - Todos repetem e eu já não aguento mais.

Começo a me debater na cadeira e então ela vem. Antonella vem em minha direção e deposita as mãos no meu rosto. Desliza com delicadeza e olha nos meus olhos.

- Isso é um sonho. Nada disso aqui é real. Eu estou te chamando lá fora. Acorde, por favor! - Ela sussurra olhando para mim, enquanto eu continuo chorando.

Olho para todos da mesa gritando que eu sou o culpado e parece que meu coração vai sair pela boca.

Fecho meus olhos com agonia e sinto uma gota de lágrima cair em mim. Abro meus olhos e vejo a imagem de Antonella chorando em desespero, e então ouço seu sussurro.

- Filipe, por favor!

E movido por uma força estranha, eu acordo assustado.

Vejo que estou no quarto e ela também. Ajoelhada perto da cama, suas mãos em meu rosto e o seu molhado de lágrimas.

- Era só um sonho. Está tudo bem! Estou aqui com você. Você está seguro, Ret.

Eu me sento na cama assustado e sinto seus braços me rodearem.

Passamos alguns minutos na mesma posição e então resolvo quebrar o contato.

- Você está bem? Eu machuquei você? - Pergunto preocupado e meio perdido.

- O que? Claro que não! Eu ouvi um barulho estranho e vim ver o que era, aí eu entrei aqui e te encontrei tendo um pesadelo. - Ela responde como se fosse óbvio. - Por que você achou que me machucou?

- Eu não sei. - Dou de ombros e permanecemos em silêncio por alguns minutos. - Já estou bem, obrigado!

- Com o que você estava sonhando? - Os olhos azuis brilham de curiosidade.

Rapidamente a cena de todos gritando aquilo comigo, a imagem da minha mãe morta, o desespero em seus olhos vem na minha cabeça. Eu não iria contar meus demônios para ela.

- Não me lembro. - Respondo querendo acabar logo com esse assunto.

- Ah, tudo bem. Você quer ficar sozinho?

- Sim, melhor assim.

- Ok. - Ela levanta e vai em direção à porta. - Não fique com vergonha, se precisar de algo pode me chamar.

Concordo com a cabeça e ela sai do quarto. Antonella é tipo uma pedra preciosa, não consigo me acostumar com sua bondade.

"Isso tudo é culpa sua."

Essa frase martela na minha cabeça e sinto minha respiração pesar, preciso saber se pelo menos minha mãe está bem.

Envio uma mensagem para ela perguntando como estão as coisas por lá.

Sei que não vou conseguir dormir. Acho melhor sair para ficar chapado em algum lugar, não consigo permanecer em sã consciência com essas merdas gritando na minha cabeça.











NOTAS

Capítulo no feriado, pois hoje acordei inspirada. Gostaram? Eu fico com vontade de bater em Marcos toda vez que ele desperta algum gatilho no nosso bebê.

Já ouviram o novo álbum do nosso namorado? Não paro de ouvir, cara. Ret é o melhor, não tem jeito! Ainda não decidi qual é a minha música preferida do LUME, mas acho que todas.

Enfim, obrigada por tudo!
Volto em breve com mais capítulos.
Vocês são as melhores! :)


BYE, BYE, VIDAS!

ALMA REVEL - FROnde histórias criam vida. Descubra agora