Duas famílias e uma briga antiga. Em meio ao caos da melancolia e dos segredos, duas pessoas que sentem uma chama acendendo pouco a pouco. Mas nem todos os desejos da vida podem ser realizados.
O que eles fariam se esse amor fosse impossível de vive...
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JÁ SE PASSARAM DUAS SEMANAS desde o evento, Filipe ainda está no hospital, mas já está fora de perigo.
Incrivelmente, Vincenzo deu seu número para Violeta e ela ligou para ele na semana passada informando que Ret já estava fora de perigo e agradeceu à nossa família pela quinquagésima vez.
Meu pai seguiu esses dias muito silenciosamente, acho que ajudar a família Cavaleiro mexeu com ele. Vin, como sempre sendo muito gentil e transparente com seus sentimentos, estava preocupado com Filipe, que, embora fosse seu antagonista na vida, mostrou empatia.
Depois de uma reunião de duas horas, vou para casa. Eu tenho alguns projetos, pensando em abrir uma marca com meu nome e começar a colocar em prática as coisas que aprendi em Milão na faculdade de moda.
Eu sigo a rota e paro em frente a uma cafeteria para comprar um café gelado.
Depois de comprar meu café, entro no carro e coloco a música The Monster de Rihanna e Eminem.
Eu vejo o hospital onde Ret está hospitalizado e tenho uma ideia maluca de visitá-lo. Isso é loucura, por que eu faria isso? Estou dispersando meus pensamentos.
Embora na minha mente eu estivesse dizendo claramente - siga seu caminho - eu não tinha mais controle dos meus movimentos, e só percebo isso quando estou estacionando meu carro no estacionamento do hospital.
Será apenas para ver se está tudo bem e receber notícias de Filipe esta semana para tranquilizar Vin pois ele ainda está abalado pelo acidente, certo?
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Depois de passar por toda a parte burocrática para fazer a visita, vou para a sala onde Ret foi transferido. Eu encontro Violeta no meio do caminho.
- Antonella? - Ela pergunta curiosamente e me cumprimenta com um pequeno abraço.
- Olá, Violeta! Passei aqui para saber de Filipe, Vincenzo ainda está confuso com tudo isso, eu queria tranquilizá-lo.
- Oh, perdoe minha falta de educação por não ligar para avisar o quadro de Fefo, mas estou com a maior pressa de ficar aqui no hospital e cumprir minhas obrigações na empresa.
Isso é loucura, ela ainda está tendo que fazer algo na empresa quando seu filho está hospitalizado? Certamente meu avô liberaria toda a minha família, incluindo vir, ficar comigo no hospital se fosse um cenário em que eu estivesse sofrendo o acidente.
- Entendo.
- Tudo bem, Antonella. Ele está mostrando uma grande melhora todos os dias, já acordou e está falando normalmente.
Suspiro e uma estranha sensação de alívio se espalhou por mim.
- Se você quiser, pode entrar para vê-lo, ele está apenas dormindo. Irei lá rapidamente para fazer uma ligação e já volto.
Concordo com a minha cabeça e ela passa por mim, como sempre muito elegante.
Eu entro na sala e percebo que há um buquê de rosas Príncipe Negro na mesa ao lado da sua cama. Só agora consegui observar o rosto dele.
Ela está dormindo, a pele no rosto ainda tem algumas marcas levemente roxas. Vestido com uma roupa de hospital, percebo que ainda tem os ombros largos e vários fios colados à sua pele.
Embora abatido, ainda é bonito. Muito bonito, na verdade.
Atraída pelas rosas que não temos em nosso jardim, eu me aproximo e pego uma no vaso e a levo para o meu nariz, puxando o ar e cheirando seu aroma.
- O cheiro da rosa é agradável, mas o seu supera, Princesa Garcia. - Me assusto com a rouquidão da voz de Filipe e me inclino na mesa.
- Você quer aproveitar o fato de que eu já estou no hospital e me assustar até a morte, Filipe?
Ele abre os olhos e solta uma risada nasal.
- Desculpe, não pude deixar de dizer isso. Você realmente tem um cheiro delicioso, qual é o seu perfume?
- Tenho ciúmes dos meus perfumes, mas esta é uma fragrância francesa.
Era para ser apenas um passo para saber como ele está, mas agora estamos falando do meu perfume. Sério?
- Como você está se sentindo?
- Bem, na medida do possível. Quase foi desta vez, mas por algum motivo não foi.
Os olhos de Filipe são tomados por um tom escuro e, ao mesmo tempo, vejo um brilho estranho.
- Por que você veio? - Ele olha para mim e pergunta diretamente.
- Eu estava passando e decidi vir aqui para saber se estava tudo bem. Incrivelmente, Vincenzo está preocupado com você.
- Vincenzo? Por quê?
- Como assim, por quê? Vincenzo te encontrou e te trouxe aqui. Você não sabia?
- Não! Ninguém me contou e eu também não fiz questão de perguntar. Mas que porra é essa, Enzo?
Engraçado como o apelido de Vin soava em sua voz curiosa.
Sim, isso é loucura!
Eu me sento na cama e pego sua mão.
- Eu sei que pode parecer estranho, mas estamos muito felizes por ter ajudado e você está bem. Meu pai também está preocupado com você, mas ficará feliz em saber que a transfusão foi boa para alguma coisa.
Ret arqueia uma sobrancelha, mas logo concorda com sua cabeça.
- É estranho para mim saber que, além da minha mãe, alguém sente uma preocupação real comigo, mas de qualquer forma, obrigado.
Filipe segura minha mão e olhamos um para o outro por alguns minutos em silêncio, mas nos assustamos quando a porta é aberta e uma mulher um pouco mais velha, mas ainda muito bonita, entra e parece entrar em choque quando me vê.
- Vovó Amélia? Você não teve uma reunião com Júlio?
- O que você está fazendo aqui, garota? - Ela me pergunta furiosamente.
Eu rapidamente soltei o aperto da mão de Ret e me levantei. Suspiro pesado e eu olho para o Filipe.
- Eu já vou indo, Ret. Espero que você receba alta em breve, fique bem!
Eu caminho em direção à porta e, antes de passar, Amelia segura meu braço.
- Eu não quero você perto do meu neto, por favor, fique longe. Se você acha que eu acredito nessa sua preocupação e de sua família, você está errada.
- Solte a Antonella, nem todo mundo é egoísta, Amelia. Deixe-a ir agora! - Filipe fala e ajeita sua postura na cama.
Amelia me deixa ir e eu saio rapidamente sem olhar para trás, por alguns longos minutos eu tinha esquecido que nossas famílias são inimigas.
