chapter eleven

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- FILHA, TENHO UMA SURPRESA para você

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- FILHA, TENHO UMA SURPRESA para você. Mas não vou te dizer, vou colocar uma venda nos seus olhos e te mostrar só quando chegarmos ao local.

Meu pai chega animado no meu quarto e me contagia com sua felicidade.

- Nossa, me diga logo! Eu sou ansiosa, você sabe disso.

- E dramática também. Vista um moletom que está um pouco frio. Vamos lá, minha garota!

Eu obedeço à ordem dele e ele vem em minha direção, colocando a venda nos meus olhos.

Meu pai me guia pelas escadas e continua assim até pararmos no jardim, eu sei por causa do cheiro de rosas.

- No jardim, Sr. Gael? Você comprou um arco com a letra A cheio de rosas? Eu adoraria. - Peço para tentar adivinhar enquanto ainda estou de olhos vendados.

- Uma boa ideia, vou guardar essa. Mas de qualquer forma, decidi fazer isso porque sei que você ama este jardim e também ama o que trouxe aqui.

Meu pai pega a venda e eu vejo um lindo piano preto, cercado por rosas azuis e brancas. Com os olhos cheios de lágrimas, eu abraço meu pai forte.

- Pai, eu não acredito! Eu estava sentindo tanta falta de tocar piano.

- Eu sei! Senti falta de ouvir você tocar para mim também. Agora você pode passar horas aqui fazendo o que quiser sem ouvir as reclamações de seu avô e sua mãe. - geralmente eles implicavam por causa do "barulho"

- Eu te amo tanto, Sr. Gael!

- Eu te amo na dimensão do universo, minha Tonton!

Passamos o resto da tarde tocando piano e rindo bastante.


• • •



Depois do jantar, tomo banho e visto uma roupa leve, colocando uma jaqueta jeans por cima.

Como estou entediada e Mel saiu com a família, decidi vir ao jardim tocar um pouco mais de piano até meu sono chegar.

O que eu não contei foi ouvir a melodia da música Moonlight Sonata de Beethoven.

Aproximo-me tomada pela curiosidade de saber quem tocaria tão bem esse clássico e fico impressionada quando vejo Filipe sentado com uma postura impecável, tocando com muita intensidade e, ao mesmo tempo, leveza as notas no piano.

Eu observo sua entrega silenciosa, apoiando-me perto dele de costas, pego uma rosa cheirando seu aroma.

Filipe termina e respira fundo, abaixa a cabeça e então percebo que sua mão direita está ferida.

Eu me aproximo com calma e coloco minha mão no seu ombro. Eu só não esperava que ele se virasse como uma besta agarrando meu pulso com força.

Eu quase perdi o equilíbrio do meu corpo, mas quando ele percebeu que a dona da mão sou eu, ele me agarrou pela cintura e me puxou para si mesmo, tentando me sustentar.

- Você quer me matar de coração, Antonella? Eu poderia ter te machucado.

- Desculpe, pensei que você tivesse notado minha presença.

Confesso que fiquei surpreso por ele não ter percebido que estava sendo observado. Filipe parece triste e disperso.

- Você está bem? Você tem brigado? - Eu pergunto.

- Estou ótimo e isso aqui - ele aponta para a mão ferida - não importa muito.

Ele se senta no banco e desliza os dedos pelo piano. Eu vou em sua direção e me sento ao lado dele, ele se afasta um pouco e olha para o meu rosto.

- Eu não sabia que você gostava de música clássica e tocava piano. -Ele revira os olhos e solta um sorriso curto.

- Eu te disse que você não sabe muito sobre mim, princesa.

- Eu amo piano! Músicas clássicas são as melhores. Beethoven, em particular, traz tanta intensidade às suas músicas. - Eu suspiro e Ret ainda me encara em silêncio.

Devido à proximidade de nós dois, pude observar os traços do rosto dele, a pequena tatuagem que ele tem perto do olho.

Ele é um homem muito atraente e bonito.

- É seu? - Ele pergunta apontando para o piano, me tirando do transe.

- Sim, meu pai me surpreendeu mais cedo. Eu amo o piano desde os oito anos de idade e foi ele quem me ensinou a tocar. - No mesmo segundo, observo os ombros de Filipe caindo, sua expressão e seus olhos castanhos claros quase meio esverdeados estão mais sem brilho que o normal. - Mas não me importo de compartilhá-lo com você. Você pode vir tocar quando quiser!

Ele permanece em silêncio e vejo que um dos cortes em sua mão começou a sangrar.

Preocupada, eu pego o pulso dele e ele fica um pouco assustado com a forma repentina da minha ação.

- Você está sangrando, Filipe. Isso pode inflamar, sabia? Por que você não vai ao hospital para que eles façam um curativo?

Ele continua olhando para mim e puxa a mão suavemente, ele parece tentar não parecer rude.

- Eu te disse que está tudo bem, Antonella. É que nem todo mundo tem um pai dos sonhos como o seu e uma família perfeita, você deve ser grata por isso.

Ele fala com uma mistura de raiva e tristeza, mas eu decido não tocar mais no assunto.

Eu me acomodo no banco e volto a tocar a música que ele estava tocando quando cheguei aqui. Eu sei que Filipe estava me observando, mas eu não me deixei intimidar.

- Fefo, você está aqui? - A voz de uma mulher se faz presente e nós nos viramos em sincronia para trás.

A dona da voz é Violeta, mãe de Filipe.

- Oh, me perdoem se estou incomodando vocês. Eu pensei que você estava sozinho, filho.

- Tudo bem, eu já estava indo embora. Sinta-se à vontade para conversar.

- Você não precisa sair, querida. Voltarei outra hora.

Ret permaneceu em silêncio em seu lugar, apenas Violeta e eu conversamos.

- Já é tarde, amanhã tenho alguns compromissos mais cedo. Fique à vontade, eu insisto. - Eu respondo dando um pequeno sorriso e ela olha para mim com carinho. - Eu já vou indo. Bem, boa noite para vocês. Tchau, Filipe!

Ele apenas acena com a cabeça e quando estou passando por Violeta, ela pega minha mão gentilmente.

- Você é uma boa pessoa, Antonella.

Envergonhada com o elogio, respondo um "obrigada" suavemente.

ALMA REVEL - FROnde histórias criam vida. Descubra agora