Duas famílias e uma briga antiga. Em meio ao caos da melancolia e dos segredos, duas pessoas que sentem uma chama acendendo pouco a pouco. Mas nem todos os desejos da vida podem ser realizados.
O que eles fariam se esse amor fosse impossível de vive...
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O BARULHO DO ALARME DO MEU celular invade o meu quarto e eu me sento na cama preparada para outro dia.
Ontem, depois que voltei do quarto em que Ret estava, passei horas olhando para minha parede cheia de fotos com minha família.
Eu me vi me perguntando como seria uma realidade com Filipe sendo criado como meu irmão e de Vin desde que eu era criança. Acredito que teria sido muito melhor para ele, já que, pelo pouco que sei sobre Ret, ele parece ter muitos traumas sobre sua família. Minha casa sempre foi uma casa muito boa para se viver, o problema era a superproteção que às vezes sufocava, mas ainda era uma casa saudável.
Eu nunca vou me acostumar com esse fato de que ele é meu irmão? Esse pensamento tem alugado um triplex na minha cabeça desde que descobri. Estou até pensando em voltar à terapia para me ajudar melhor neste assunto.
Vejo que se eu continuar aqui, vou acabar me atrasando para minhas reuniões. Hoje vou me encontrar com a dona do espaço que escolhi para montar minha loja física. Eu tenho muitos planos para a minha marca e tento fazer tudo sozinha o máximo possível. Pode parecer egoísta da minha parte, mas quando você tem uma família que não pode aceitar o fato de que você cresceu e precisa dar a cara a tapa para conquistar as coisas, e é claro que sou muito privilegiada, mas tenho a necessidade de resolver minhas coisas sozinha e ter tudo na minha mão beijado toda a minha vida não tem graça.
Este passo que estou dando é muito importante para mim. Quero participar de todos os detalhes. Desde as primeiras reuniões até o lançamento. Eu não quero que seja apenas mais um negócio organizado pelo meu pai, irmão e avô. Eles sabem disso e estão se esforçando para me deixar ser o mais "independente" possível.
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Descendo para tomar café, percebo que na mesa, o lugar de Filipe está vazio. Afinal, não estou impressionada que ele tenha saído ontem. Percebi há muito tempo que receber ajuda é algo fora da vida diária de Ret.
Saúdo minha família com um beijo na testa, Mel com um abraço e um aceno para Caio. Ainda estou me acostumando com esse novo ciclo de pessoas.
- Você viu o Filipe, filha? - Meu pai pergunta e eu nego com a cabeça.
- Ele deixou uma mensagem informando que teria que resolver algumas coisas mais cedo, Gael. Mas está tudo bem. - Caio responde ao meu pai e vejo que pelo menos Ret está se esforçando para não ser tão indiferente à nossa família.
- Que ressaca! Acho que vou me afundar em um pote de geléia de amora para ser feliz novamente. - Thi faz seu drama e coloca a cabeça no ombro de Vin, que está bebendo seu café puro e sem açúcar.
- Eu te avisei, Thiago. Foi você quem não me ouviu. Agora eu preciso ir porque tenho uma reunião importante agora. - Vincenzo costumava ser muito sério sobre o trabalho. - Beijos família!
