chapter twenty

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CHEGO EM CASA EXAUSTO DEPOIS de passar praticamente a noite inteira em uma balada com o Gustavo, já que Caio recusou o convite para dormir com a Mel

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CHEGO EM CASA EXAUSTO DEPOIS de passar praticamente a noite inteira em uma balada com o Gustavo, já que Caio recusou o convite para dormir com a Mel. Falar nela, que coincidência ela ser melhor amiga da Antonella. Achei estranho.

Falar em achar coisas estranhas, meu carro preferido, um Audi R8, que ganhei de presente da minha mãe no meu último aniversário, não estava na garagem da mansão. Provavelmente, a empresa encarregada de vir buscar nossos carros de quinze em quinze dias pegou para lavar e fazer um checkup, mas o estranho foi não terem me avisado nada. Vou perguntar ao meu avô depois.

Vou ao banheiro do meu quarto e ligo a banheira, despejo alguns sais de banhos, verifico a temperatura da água e constato que estava ideal.

Retiro minhas roupas, minhas correntes e meus anéis, entro na banheira e relaxo meus músculos. Pego meu celular conectando na minha playlist no Spotify em aleatório e um jazz começa a tocar. Acendo um cigarro e começo a fumar.

A luz baixa deixa o banheiro mais aconchegante. Fecho meus olhos e sinto o cansaço deixando meu corpo aos poucos. Foram dias intensos, me sentia estranho. Sentia umas sensações de aperto no meu coração, como se a qualquer momento algo aconteceria. Eu sempre me senti diferente, como se as pessoas olhassem para o seu futuro com uma certa empolgação, enquanto eu só achava que o amanhã seria pior que o ontem e o hoje. Tive esse sentimento de esperança em dias melhores até meus 13 anos, depois percebi a realidade sádica, foi como se algo dentro daquele garotinho quebrasse. Parei de me importar com muitas coisas, não tenho nada a perder, me desliguei de sentimentos, sensações e coisas que pudessem me enfraquecer, me fazer criar expectativas ou nutrir alguma esperança que o futuro me traria coisas boas, como o carinho do meu pai, o apoio do meu avô e a liberdade da minha mãe. Eu sei o que é real e apenas decidi não alimentar ilusões, e não me incomoda viver assim. Apenas carrego a glória e a dor de viver do meu jeito.

Passo mais trinta minutos ali, no silêncio, ouvindo apenas a música baixa e os gritos altos dos meus pensamentos.

• • •



Acordo com o clarão do sol atravessando uma fresta da minha cortina preta aberta. Vejo no relógio digital ao lado da minha cama que marca nove e quarenta e cinco da manhã.

Sento na cama me espreguiçando, deslizo os lençóis brancos do meu colo e vejo que acabei caindo na cama nu e dormindo profundamente.

Nesse horário, presumo que todos da casa já tenham tomado o café da manhã e ido ocupar o dia com seus compromissos toscos.

Vou até meu closet e pego uma calça moletom preta e uma camisa listrada, escovo meus dentes e lavo o meu rosto.

Vou em direção a bancada da cozinha e vejo Cida começando a preparar o almoço.

- Bom dia, Cida! - Cumprimento mesmo sem ânimo, mas tenho um pequeno carinho por ela que se mostra sempre preocupada comigo.

- Bom dia, senhor Filipe! Como está?

ALMA REVEL - FROnde histórias criam vida. Descubra agora