Duas famílias e uma briga antiga. Em meio ao caos da melancolia e dos segredos, duas pessoas que sentem uma chama acendendo pouco a pouco. Mas nem todos os desejos da vida podem ser realizados.
O que eles fariam se esse amor fosse impossível de vive...
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ESTAVA A TODO CUSTO TENTANDO SER simpática e responder aos sorrisos alegres dos meus amigos. Já fazia mais de uma hora que Filipe saiu daqui avoado sem se importar de ter sido um babaca escroto comigo.
O pior é que eu sabia do seu gênio forte, mas não acreditava que ele seria tão indelicado comigo daquela forma. Por mais que eu saiba que ele tem um jeito diferente de lidar com as coisas, de uma forma mais bruta, não é justificativa por se portar como um idiota.
- Caralho, mané! O Ret sumiu mesmo, nem atende o celular. - Guga fala e eu fico nervosa.
Espero que ele não faça nenhuma besteira.
- Tonton, eu estou tão feliz você! - Vin chama minha atenção e me abraça apertado. - Ti amo, piccola.
- Ti amo, Vin. - Retribuo seu abraço e fecho meus olhos tentando fazer com que esta angústia suma do meu peito.
As vezes sinto uma vontade absurda de me abrir com Vincenzo, pois ele sempre foi meu melhor amigo. Mas como faço para explicar que eu estou me envolvendo com nosso meio irmão?
Tenho muito medo de decepcionar minha família, e é por isso que eu sei que me afastar de Lipe seria a melhor opção, isso se eu não tivesse tão envolvida e não soubesse o quão difícil seria.
- Um brinde aos novos projetos e que nosso grupo tenha muito sucesso. - Steff levanta sua taça de gin e todos repetem sua ação com suas determinadas bebidas.
Viro minha taça de martini e Mel observa atenta.
- Tudo bem, Tonton? - Ela cochicha no meu ouvido.
- Está tudo uma perfeita merda, amiga. - Mordo a parte interna da minha bochecha segurando a vontade de chorar.
Porra! Eu sou muito sensível. Talvez seja porque minha família e amigos sempre me trataram com muito respeito e carinho, então quando acontece de forma contrária, me sinto como um filhotinho indefeso.
- Brigou com o Ret? - Mel pergunta ainda em um tom quase que inaudível.
- Ele foi um babaca, amiga. - Respondo enquanto deslizo meu dedo na taça.
- Homens são babacas em geral. Alguns são às vezes, outros são sempre, mas não fique mal por isso, ele que tem que ficar. - Ela fala revirando os olhos. - Provavelmente leve um tempo até que Ret consiga tirar toda aquela capa de si e se mostrar para você sem camada nenhuma.
- Tem razão! Vamos dançar, quero esquecer dele nesta noite. - Levanto puxando Mel e interrompo a conversa entre Steff e Enzo, puxando minha outra amiga para a pista de dança.
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Tiro o salto dos meus pés e suspiro sentindo um alívio absurdo.
