chapter twenty-four

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- TEM CERTEZA QUE NÃO ficar aqui tomando uma comigo, Tirré? - BK insiste mais uma vez

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- TEM CERTEZA QUE NÃO ficar aqui tomando uma comigo, Tirré? - BK insiste mais uma vez.

Estou pegando algumas cédulas de 100 reais e colocando na minha carteira. Cheguei há pouco mais de 30 minutos da mansão do Gael e preciso me distrair.

Pode parecer besteira, mas não sai da minha cabeça o comportamento de Antonella. Ela fugindo de mim como se eu fosse obrigar ou jogar na cara dela que tivemos alguns momentos de flertes ou algo assim.

Mas não deveria ficar mexido, normal todos terem essa visão de - pessoa inconsequente - quando se trata de Filipe Ret, né?!

- Relaxa, irmão. Vou só sair para espairecer.

- Não sei porque você está assim, não deu tudo certo com a família do seu pai lá? - Era estanho ouvir alguém falar assim do meu "pai".

- Deu tudo certo. Só quero ficar sozinho um pouco, sacou?!

- Jaé! Se precisar é só ligar.

Me despeço do meu mano e vou em direção ao bar que tem duas ruas depois da casa de BK.


• • •



Sentado na mesa do bar, bebo um gole do meu whiskey e me pego observando o céu estrelado, sendo iluminado pela luz da lua.

Passo a mão pela tatuagem da onça que tenho no meu pescoço.

- Quer uma verdinha, irmão? - Um dos vendedores de maconha conhecido da área chega me oferecendo.

Concordo com a cabeça e compro algumas gramas. Bolar um me faria bem no momento.

- Playboy não cansa de vim gastar a grana do vovô rico nessas áreas, né?! - Suspiro fundo quando vejo Marcel, um otario que simplesmente implica comigo desde que brigamos quando eu venci ele em uma batalha de rima e o mesmo não aceitou a derrota.

- Anos se passaram e você não cansa? Eu sei que é obcecado por mim, mas isso já está passando de algo além do não saudável. - Curvo meu lábio inferior em um sorriso de deboche e vejo sua mão apertar algo na cintura. - Oh, veio armado para brigar?

- Você é um mimadinho que acha que o teu dinheiro pode livrar tua cara de tudo. - Reviro meus olhos já sabendo de todo o seu discurso de sempre.

- Em nenhum momento eu citei grana aqui, cara. Acho que você tem um amor retraído por mim, hein?!

Quando vejo Marcel vindo em minha direção com a faca, rapidamente um ser baixo e loiro se põe em minha frente.

Por instinto, puxo a pessoa para trás de mim e sinto um ardor na região do meu antebraço.

- Você tá louco, caralho? - O dono do bar puxa Marcel e eu olho para o mesmo espumando de ódio.

- Eu vou acabar com você. Escreve o que eu tô te falando, sacou?! - Eu aponto para direção do filho da puta e vejo as gotas de sangue pingar em cima do meu tênis.

Sinto uma mão na região do meu ombro esquerdo e só então percebo que a pessoa que se pôs em minha frente foi a Antonella.

- O que está fazendo aqui? Ficou maluca?

- Você tá bem? Por que sempre que te vejo está com hematomas, sangrando ou brigando com alguém?


• • •




- Está tudo bem, Antonella, o corte não foi fundo. Na verdade, foi bem superficial, nem deve ficar marcado. - Explico pela vigésima vez ao ouvir ela insistir em me levar ao hospital.

Estamos sentados na parte de trás do bar, já que o dono nos cedeu o espaço e um kit para limpar o corte.

Estava tentando não focar na parte que ela literalmente pulou na bala para tentar me proteger. Acho que essa parada de lealdade para a família é verdadeira mesmo.

- Por que ele feriu você?

- Eu que deveria fazer as perguntas aqui. Como me achou?

- Me informei com alguns garotos que estavam andando de skate ali na pracinha. Me disseram que você estava na casa de um tal de BK, então fui até lá e ele me disse que provavelmente você estaria aqui.

- Sim, e o que você quer comigo mesmo?

- Já te disseram o quanto você é delicado? - Ela revira os olhos e eu repito o mesmo movimento. - Eu vim me desculpar pela forma que tratei você no jantar. Me senti culpada e não quero que pense que eu imaginei que você faria algo contra mim.

Respiro aliviado e só então me questiono o porquê de sentir essa sensação de alívio ao ouvir o que ela tinha a me dizer.

Desde quando o que Antonella acha ou deixa de achar influencia em minha vida?

- Relaxa. Não precisava se arriscar para vim aqui só dizer isso.

- Na verdade precisava sim. Não é como se só você tivesse demonstrado interesse no início. Eu só quero encerrar esse assunto e construir uma relação amigável contigo.

Observo o brilho sincero em seus olhos e a forma suave como ela consegue se expressar sem medo. Eu só gostaria de saber se eu conseguiria tirar a cena dos seu olhar na minha boca com desejo ou a sensação que tive quando senti o seu calor quando a mesma sentou no meu colo.

Antonella se aproxima mais de mim e quando levanta sua mão para tocar na minha, eu levanto rapidamente e ela se assusta um pouco.

Se quero evitar confusões, melhor me deixar longe do seu toque.

- Bom, já está tarde, melhor você ir.

- Tudo bem, já vou indo. Ah, o pai vai dar um jantar para comemorar e provavelmente vai convidar você. Tô te avisando para que consiga chamar todos os seus amigos de antes. Vai ser legal incluir eles na programação da nossa família.

- Eu não tenho tantos amigos assim. E o que exatamente estará sendo comemorado?

- Não tem um motivo específico, mas julgo que seja por sua causa. E você tem amigos sim, o Gustavo, o BK e o Caio. - Ela dá de ombros e eu sorrio.

- Muitos amigos, né? - Ela sorri de lado e concorda.

- O meu ciclo social consegue ser ainda mais reduzido. Mas enfim, já vou indo. E pela quinquagésima vez, tenha cuidado com esse machucado.

- Ok, capitã. - Engrosso minha voz e bato continência.

- Aparentemente você não leva nada a sério e eu vou repetir essa frase muitas vezes.

Faço um legal e observo ela entrar no carro e partir.

ALMA REVEL - FROnde histórias criam vida. Descubra agora