chapter sixty-five

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UMA VEZ NA UNIVERSIDADE UM PROFESSOR disse uma frase em uma de suas aulas que me marcou muito

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UMA VEZ NA UNIVERSIDADE UM PROFESSOR disse uma frase em uma de suas aulas que me marcou muito. Ela dizia: "Somos feitos de carne, mas temos de viver como se fôssemos de ferro."

A partir daí, trouxe ela como um mantra. Na adolescência eu pintei meu futuro com um marido que me amasse e fosse fiel, construindo junto comigo minha própria história longe da pressão da minha família. Mas logo tive a notícia mais avassaladora da minha vida.

Eu ia ser mãe!

Nunca passou pela minha cabeça interromper a gravidez, pois já sentia que essa criança traria consigo a força que eu necessitava para seguir em frente. Mas nem tudo são flores e, infelizmente, eu tive que abdicar muitos sonhos.

Eu consegui disfarçar bem, consegui vestir minha casca de mulher bem resolvida que não tinha sido afetada por todo avalanche. Todavia, somente eu sabia a dor que carregava, em compensação, quando eu olhava para Fefo em meus braços sentia um gás para continuar e nada no mundo importava se ele estivesse seguro e ao meu lado.

Quantas vezes eu chorei escondida por vê-lo se sentir rejeitado pelo homem que acreditava ser seu pai. Quantos dias angustiantes passei vendo meu filho se sentir acanhado em meio à loucura de Júlio e o julgamento de Amélia, além do rancor que Augusto carregava.

Eu me sentia fraca e o sabor da derrota era horrível. Até que um dia eu resolvi contar toda a verdade para Filipe, e eu sabia do risco que corria de perdê-lo de vez, mas ficaria feliz mesmo assim, sabendo que ele teria Gael e todo clã Garcia. Eles sempre foram leais aos seus.

Meu Deus! Como eu me senti feliz em saber que sua vida estava prosperando em um lar saudável. E apesar de todos momentos intensos que vivemos, não importava o que estaria por vir, meu Fefo encontraria o apoio que precisava.

Naquela manhã eu acordei sentindo uma coisa estranha no meu peito. Minha intuição dizia que algo mudaria naquele dia. Mesmo assim, tomei meu café da manhã recheado de frutas frescas e geleia de morango, e fui trabalhar.

Entrei no carro e coloquei um MPB para tocar no som, me sentindo livre por viver minha vida longe de ameaças toscas e sabendo onde meu filho se encontrava.

Foi quando o carro derrapou e em questão de segundos, um clarão tomou conta da minha visão e não consigo distinguir exatamente como ocorreu. Só me lembro de acordar na maca do hospital escutando o lamurio dos meus pais, despejando suas desculpas e fazendo promessas. Apesar de terem sido responsáveis por tanta desordem na minha vida, não carrego magoa no peito.

Mas eu senti que o clarão voltaria logo, por isso quis ver a pessoa mais importante da minha vida e a razão de eu estar no mundo. Então, pedi aos meus pais que chamassem Fefo e quando vi seus olhinhos verdes, meu mundo foi tomado por paz.

Conhecendo sua tendência a se culpar de tudo, soltei minhas palavras e abri meu coração falando somente o que sentia naquele instante.

Paz e muito, muito amor.

ALMA REVEL - FROnde histórias criam vida. Descubra agora