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Dean

Depois de um dia viajando, chegamos a Hoppewell e fomos falar com o sócio da vítima, ele nos contou que o cara tinha uma vida perfeita, mas que só passou a ser um gênio da arquitetura, a cerca de dez anos atrás e que antes disso ele não passava de um barman em um bar chamado LLOYD'S

No controle de animas - além de descobrir que a secretária se chama Carly, tem 23 anos, curte caiaque e os peitos são de verdade - descobri que de todas as ligações da semana foram sobre grandes, negros e com cara de cão, dezenove ao total.

Pegamos a lista que a secretária havia me passado e começamos a conferir uma por uma das chamadas, nos passando como agentes do controle animal. Algumas não passavam de reclamações sobre o cachorro do vizinho, até que chegamos à casa de uma médica. A empregada disse que fazia dois dias que ela havia feito as malas e ido viajar sem dizer para onde ia. Perguntamos a ela se havia visto o cão e ela nos disse que nem se quer ouviu falar e achou que a doutora estava imaginando coisas, mas que ela não era assim. Nos contou também que ela havia se tornado a mais jovem cirurgiã chefe a dez anos. Mais um sucesso repentino dez anos atrás e ainda por cima, atrás de uma das fotos que estavam pregadas na geladeira, estava escrito LLOYD'S BAR e uma data. Coincidência ou não era de dez anos antes.

Claro que aí estava o ponto em comum, o bar. Decidimos ir até lá para ver o que rolava. O lugar era uma espelunca no meio do nada, em uma encruzilhada na beira de uma estrada. Assim que chegamos já notamos algo estranho, em meio às ervas daninhas havia muitas flores milefólio. São usadas em rituais, mais especificamente, rituais para conjurar.

Peguei uma pá e cavei bem no centro da encruzilhada. Sem demora, a pá bateu em algo duro, fazendo barulho no ferro.
Era uma caixinha com alguns itens macabros. Um feitiço, um vodu do sul usado não só para invocar o demônio, mas para fazer um pacto.

- Todas essas pessoas estão fazendo pacto com o capeta. - falo - A coisa está ficando boa

- Elas não estão vendo só um cão negro - diz Sam - Estão vendo um cão do inferno. Eles são os pitbull do demônio.

- E seja qual for o demônio, ele voltou para cobrar. Para onde a doutora estiver fugindo, não vai correr o bastante.

- Então quer dizer que é igual a lenda de Robert Jhonson? Vender a sua alma ao diabo da encruzilhada?

- É, só que não é só uma lenda. Nunca ouviu as músicas de Robert Jhonson? Tem referências ocultas em todas as letras. Tem o blues da encruzilhada, o blues do diabo, cão do inferno correndo atrás de mim... A história diz que ele morreu engasgado no próprio sangue, alucinado e falando de grandes cães do mal.

Sam acha que devíamos descobrir se mais alguém fez isso e tentar ajudar. Mesmo que eu não concorde com isso - já que ninguém os forçou a fazer um pacto com o demônio - Descido que é o que vamos fazer. Em meios as coisas da caixinha do feitiço, havia uma foto então resolvemos ver se alguém no bar o conhecia. Se é que ainda estava vivo.

Descobrimos que o cara se chamava Geoge, morava em lugar caindo aos pedaços, então claramente o pacto não foi por dinheiro. Antes de bater na sua porta, Sam nota um pó preto no chão, cobrindo toda a soleira. Estávamos abaixados tentando identificar o que era quando derrepente a porta se abre e um senhor aparentando ter uns sessenta anos nos pergunta o que queremos.

Demoramos um pouco a convencê-lo que só queríamos ajudar. Ele nos deixa entrar. O Lugar era uma bagunça, muitos quadros e objetos estranhos. Ele nos diz que o pó que vimos na porta era pó dos bobos, nunca tínhamos ouvido falar até então, ele nos diz que é vodu e que foi a avó dele que o ensinou, diz que afasta os demônios. Ele até nos deu um pouco. Ele nos diz que entende que queremos ajudar, mas que nada poderia ser feito. Que havia chamado o demônio por que era fraco, pediu talento ao invés de pedir por fama. Agora era pobre e com uma pilha de quadros que ninguém queria. E pior de tudo é que mesmo depois do pacto o demônio não foi embora, ficou uma semana no bar convencendo as pessoas a fazerem o mesmo. Ele diz que tentou avisar, mas que ninguém acreditava em um velho bêbado. Perguntamos quem mais estava lá, ele nos diz que havia um arquiteto e uma médica, viviam no jornal, eram famosos, depois ele disse que havia mais um, um cara legal chamado Hudson Evan, não sabia o que ele havia pedido e que aquilo não importava mais. Tentamos convencer ele que não era tarde e que poderíamos ajudar, mas ele nos mandou embora, queria terminar o quadro antes de ser pego.

Saímos dali e enquanto Sam procurava pelo endereço do tal Evan, não pude deixar de pensar no que levava uma pessoa a vender a sua alma por dinheiro, fama e coisas tão banais, tão passageiras, já que em dez anos não estariam nem vivas para desfrutar de tudo aquilo. Pensei no papai que fez isso pelos filhos e que mal teve tempo para se despedir.

- Encontrei o endereço. Vamos!

Capítulo meio chato né gente? Mas é uma explicação necessária para o desenrolar da história

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Capítulo meio chato né gente? Mas é uma explicação necessária para o desenrolar da história.

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