S/n é filha de um anjo caído, uma Nefilim, com um passado que a deixou com muitos traumas. Ao conhecer Dean Winchester, ela acaba sendo obrigada a entrar em uma luta interna com os seus próprios sentimentos.
A amizade com Sam Winchester também se t...
Desde que o Sam comentou sobre o Dean querer comemorar o Natal este ano, entendi o porquê. Sabia que esse seria o último e ele queria ter esse momento com o irmão. Talvez fazer as coisas, como quando eram pequenos. É importante para ele, mas Sam não estava entendendo.
Fiquei longos dias longe deles, e senti tanta falta, acho que me apeguei a eles sem ao menos perceber. Algo que sempre evitei com todos que cruzaram o meu caminho. Quanto ao Dean, ainda tenho medo de sua aproximação. Ele tem me olhado de uma forma diferente e sempre que percebo, meu coração acelera. Ouvir ele dizer que está morrendo, me causou um incômodo tão grande em meu peito, uma dor conhecida brotou em mim. Mas eu não amava o Dean, como amava a pessoa que perdi. Então por que estou me sentindo assim?
Quando notei que ele havia dado um passo em minha direção, não pensei duas vezes em me afastar. Estava cada dia mais claro, que eu corria perigo e que acabaria ferida e sozinha se me deixasse levar pelos sentimentos.
Já estava escuro quando estacionamos em frente a porta do quarto do hotel. Não havíamos trocado se quer uma palavra até aqui.
- Por que você foge? - ele me pega de surpresa, assim que desliga o carro
- Como? - pergunto fazendo-o me olhar
- Toda vez que me aproximo de você, de alguma forma você se afasta - ele diz - Você parou de vir nas caçadas com a gente e parece que está sempre procurando uma rota de fuga, quando estou por perto.
- Dean... - Baixo a cabeça e respiro fundo antes de olhá-lo novamente - Essa sou eu! Fugi a minha vida inteira. Ao menor sinal de perigo, eu me afasto.
- Perigo? - ele pergunta confuso - Você me considera um perigo para você? Achei que tínhamos deixado toda essa história para trás.
- E deixamos! Mas... - eu luto contra mim mesma - Você... faz eu sentir coisas que eu não quero sentir - ele me olha em silêncio e surpreso com minha confissão - Eu... evito criar qualquer tipo de ligação com as pessoas. Seu pai e depois o Bobby, foram os únicos que conseguiram se aproximar depois que... - mantenho minha cabeça baixa sem conseguir olhá-lo - Agora veio o Sam e sem perceber nos tornamos amigos. Mas com você... É diferente!
- Eu me sinto bem quando estou perto de você! - sua vez de me surpreender - E eu também não consigo explicar isso. Só sei que não quero que se afaste. Quero que fique!
Ficamos em silêncio nos olhando enquanto as palavras eram absorvidas. Sinto um leve tremor no muro erguido em volta do meu coração, ao sentir ele colocando sua mão quente na minha e seus lindos olhos verdes grudados nos meus.
O meu coração se debatia enlouquecidamente querendo quebrar o muro que o protegia. Mas a razão gritava, implorava para ser ouvida, pedia para que eu não me rendesse ao charme de Dean Winchester.
E num golpe baixo, ela usa as minhas mais dolorosas memórias para me tirar do encantamento e me jogar na cruel realidade que é a minha vida, me fazendo desviar os olhos e afastar o seu toque, apagando o brilho que por um momento meus olhos haviam adquirido.
- Desculpa - falo abrindo a porta do carro - Não posso!
Entro no quarto o deixando para trás e me tranco no banheiro com a desculpa de que irei tomar um banho. No chuveiro, desejo que a água leve embora todo esse sentimento que crescia em meu peito. Mas é inútil, eu sei. Até a alguns dias atrás, eu faria minha mala e colocaria meu pé na estrada, fugiria como sempre, mas agora nem isso, eu consigo mais fazer. Eu simplesmente não quero partir!
*
No outro dia pela manhã, acordo com o Sam já no lap top, sentado junto a pequena mesa.
- Bom dia! - digo esfregando meu rosto me sentido mais cansada do que quando me deitei. Talvez seja por que mal tenha conseguido dormir.
- E aí? - responde Sam sem tirar os olhos da tela
- Cadê o Dean? - pergunto ao notar que só havia nós dois ali no quarto
- Acabou de sair para comprar o café e tentar descobrir onde a senhora Carrigan mora.
Fico um pouco aliviada em não vê-lo assim que acordo. Ontem, depois que saí do banho, percebi que ele não havia entrado no quarto e olhando pela janela, vi que o carro não estava mais lá. Provavelmente havia ido atrás de alguma mulher. O vi chegando mais tarde, mas fingi estar dormindo.
Após lavar o meu rosto, sento junto a mesa em frente ao Sam. O olho enquanto procuro um jeito de iniciar a conversa que pretendo. Ele nota que desejo falar algo e fecha o lap top.
- Vai, diz o que você está querendo dizer - ele fala
- Dean e o natal! - ele suspira e baixa a cabeça - Sam... você sabe o porquê ele quer fazer isso, não sabe? É o último Natal dele
- É, eu sei! - ele confessa - E é por isso que eu não quero comemorar.
- Não entendi - falo confusa
- Não posso ficar sentado, bebendo meu drink, fingindo que está tudo bem, quando sei que no próximo Natal, ele estará morto - seus olhos marejam - Eu não posso!
- Eu entendo! Mas também sei que no próximo Natal, você estará se corroendo por não ter aproveitado este!
O silêncio reina, assim que Dean abre a porta, mas sei que falei o que precisava. Deixei Sam pensativo.
*
Depois do café, os meninos vão até a casa da mulher que faz as guirlandas, mas eu descido ficar. Dean me olha antes de fechar a porta e sair.
Um tempo depois eles voltam e assim que entram no quarto, levanto meu olhar e noto um certo alívio no rosto do Dean. Será que ele achou que eu teria ido embora?
- O que é isso? - ele pergunta ao ver os pedaços de madeira no chão
- Bobby ligou! - falo - disse que madeira de eucalipto mata a coisa. Saí e Consegui algumas. Agora é só fazer as estacas - me sento em uma das camas segurando uma madeira e uma faca.
- Eu te ajudo! - fala Dean pegando outra faca e sentando na cama ao lado
Sam vai para o lap top tentar saber mais do casal Madge e Edward Carrigan. Ele descobre que o casal morava em Seattle e havia dois registros de sequestros no Natal do ano passado. Eles se mudaram para Ypsilanti em janeiro e a decoração da casa não era de azevinho - planta comumente usada nas decorações natalinas- E sim de Verbena e menta, coisas pagãs.
A noite iremos invadir a casa do simpático casal, armados com estacas de madeira e prontos para descobrir o que acontece lá.
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O gelinho do coração está começando a derreter ❤️💦🧊
