A Nefilim e os winchesters Livro 1

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Parece que foi em outra vida ou até a história de uma outra pessoa, mas é a minha. Minhas dores, minhas cicatrizes!

Em um dia como outro qualquer - fugindo dos demônios de azazel - um anjo, literalmente, me salvou! Enfiou sua lâmina celestial nos dois demônios que me perseguia.

Num primeiro momento, fiquei assustada, em posição defensiva, mas foi impossível não ficar hipnotizada por sua beleza e sua áurea tão casta.

Castiel passou a me seguir, sempre me protegendo. Inevitavelmente, me apaixonei! Sabia que era errado, mas no momento em que eu soube que esse sentimento era recíproco, nada mais importava.

Éramos o completo oposto, ele era a mansidão e eu a fúria, ele era a paz de um fim de tarde ensolarado e eu a inquietude de uma madrugada sombria. Ele era a calmaria e eu a tempestade.

A filha de um demônio apaixonada por um anjo. Era mais do que óbvio que jamais teríamos paz. Quando Castiel virou as costas para tudo, suas responsabilidades, sua família, o céu... As coisas se complicaram ainda mais.

Não era apenas os demônios nos caçando agora, mas os anjos também. Castiel teve que matar alguns de seus irmãos na luta pelo nosso amor.

Derrepente, as perseguições cessaram, tanto de um lado como do outro. Por dois maravilhosos meses, podemos sentir o gosto do que seria ter uma vida normal.

Nos escondemos em uma casa no campo, com sigilos e proteções por todos os cantos. Por diversas vezes, acordava pela manhã achando que estava em um sonho, era tudo perfeito. Nos amávamos e estávamos felizes. Baixamos a guarda e esse foi o nosso segundo erro. O primeiro foi nos apaixonar!

Em uma manhã cinzenta e chuvosa, os anjos apareceram no nosso gramado. Mas dessa vez eles não estavam sozinhos. Eram comandados por um ser muito mais poderoso.

Eles conseguiram quebrar os sigilos, entraram na nossa casa e nos pegaram. Claro que nós lutamos, mas foi inútil. Fomos pegos de surpresa e meus poderes não foram páreos para o poderoso arcanjo.

Os anjos nos arrastaram porta afora, como se fossemos dois criminosos, dois pecadores. Ainda lembro de cada sensação que meu corpo sentiu naquele dia.

A fina chuva molhando nossos cabelos e nossas roupas, as gotas geladas escorrendo pelos nossos rostos, enquanto Castiel e eu permanecíamos de joelhos um em frente ao outro.

Seu olhar preso ao meu, me pedia perdão, como se ele fosse o culpado, como se me amar, tivesse nos colocado nessa situação.

- Realmente acharam que poderiam se esconder? - O arcanjo pergunta nos olhando com desdém - Conseguiram fugir por muito tempo, mas agora eu vim para resolver esse assunto de uma vez por todas!

- NÃO! - castiel grita tentando se soltar dos dois anjos que o mantinham imóvel - Não ouse tocar nela, Miguel!

- Não se preocupe! A lição que tenho para ela, será muito melhor que a morte!

Castiel continua a implorar a cada passo que o arcanjo dava em minha direção. Em meu rosto não havia medo, embora eu não soubesse o que aconteceria comigo, mantive minha cabeça erguida e nos meus olhos, nada mais do que raiva.

- Não sei como pude pensar em matar você antes? - Miguel diz, abaixando-se para deixar seu rosto perto do meu - Você será um excelente recado. O combustível de uma guerra futura!

Não entendia uma única palavra que este louco proferia, mas ele ali tão próximo enquanto a minha raiva era crescente, só me fez pensar em uma coisa.

Uma cabeçada com toda a força que ainda me restava. Eu sorria enquanto o nariz do arcanjo escorria sangue. Se eu ia morrer, ou seja lá o quê fariam comigo, não seria de cabeça baixa.