Epílogo

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Sam

Suspiro mais uma vez, girando o aparelho celular em minha mão. Pensando se disco ou não o número que está na tela.

Em momentos de desespero, de solidão, de sensação de estar sem saída, este número é o meu refúgio.

Desde que saí da jaula, a cinco anos atrás, após ter recuperado minha alma, ligar para o número dela, ouvir sua voz e contar a ela tudo que acontece comigo, é a minha terapia. Minha válvula de escape.

Já faz um tempinho que não preciso recorrer a ela, mas agora estou precisando mais do que nunca.

Analisando tudo o que tenho passado com o Dean no momento, aperto o botão de chamada sem pensar por mais tempo.

A chamada vai para a correio de voz e logo ouço a mensagem que já sei de cor

- aqui é a s/n! Não posso atender agora então deixe um recado aí que se eu achar importante, eu retorno.

Não deixo de sorrir, sempre que a escuto. Dou mais um suspiro e começo a falar para alguém que jamais irá escutar.

- Oi! Sou eu de novo. Faz tempo, eu sei, mas tem sido dias difíceis. Você faz tanta falta. Como eu gostaria que estivesse aqui. Eu tenho tanto para te contar.
Agora temos um lugar seguro para ficar. Um bunker dos homens de letras. Você ia gostar daqui - digo olhando para o grande espaço a minha volta - Tem de tudo aqui, o paraíso para um caçador. Eu e Dean somos o legado dos homens de letra, sabe? Bom, isso é uma longa história. Outra hora eu te conto. - meu sorriso vai morrendo, voltando a realidade em que ela não está mais aqui para ver isso tudo e que no momento estou sozinho e perdido. - S/n, o Dean... o meu irmão sumiu! Ele tem uma marca. A marca de caím. Metatron, o escriba de Deus, o matou, mas a marca o impede de morrer. O problema é que o corpo dele sumiu e agora sigo os rastros de violência e destruição que ele tem deixado. A marca o deixa com sede de matar, mas tem algo mais... eu sei que tem. Eu não sei mais o que fazer, não consigo encontrá-lo e fazê-lo parar. Você, talvez, saberia o que fazer... Eu só queria saber... eu só queria...

Uma lágrima escorre em meu rosto e eu encerro a mensagem. Durante uns dez minutos, deixo que a tristeza me envolva e me permito chorar.

O toque do meu celular faz com que eu me recomponha. Enxugo minhas lágrimas e respiro fundo umas duas vezes antes de atender o número desconhecido.

- Alô! - Do outro lado da linha, nenhuma palavra é dita, mas posso ouvir a respiração pesada de alguém. - Dean! É você? Me diz onde você está!

- Sam... - Essa voz... a voz feminina do outro lado da linha... a mesma voz que escuto sempre que ligo para desabafar em sua caixa de mensagem. Um calafrio percorre meu corpo me fazendo levantar num salto da cadeira. O coração quase saindo pela boca. - Sou eu...

- Não... Não pode ser! Você está morta!

- Acho... que chegou a hora de conversarmos, Sam!

A Nefilim e os winchesters Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora