9

2.2K 188 9
                                    

A lembrança da dor aguda, me dilacerando, arrancando de mim uma parte do que eu era, me faz estremecer. Flashs daquele dia infernal, invadem a minha visão e depois de muito tempo, volto a sentir o pânico me dominando.

— Sam, para! — peço desesperada

Mal espero o carro parar completamente para descer, buscando desesperadamente por ar, por alívio à minha ânsia de vômito.
Deixo o meu corpo cair de joelhos na calçada enquanto tento trancar novamente as memórias ruins no canto escuro da minha mente. Ponho a mão no meu peito tentando acalmar o meu coração e a minha respiração acelerada.
Sam vem correndo ao meu socorro sem entender nada do que estava acontecendo.

— S/n, você está bem? — pergunta se abaixando e pondo o braço por cima do meu ombro — O que houve?

— Desculpe! Foi só… uma falta de ar! Está tudo bem!

— Tem certeza? Não parece tudo bem! — pergunta preocupado

— Tenho! Vai ficar tudo bem! — levanto-me com a sua ajuda, mas logo desenvencilho-me do seu toque — Por favor, esquece que isso aconteceu, ok?!

Viro-me e entro no carro novamente, Sam está confuso, sem entender o que aconteceu, mas não toca mais no assunto.

De volta à pousada, ao entrar no quarto, vejo Dean sentado na cama. Sem falar nada, vou direto ao banheiro, precisava jogar uma água no rosto para tentar recuperar-me, mas também precisava de um minuto sozinha antes de voltar a concentrar-me no caso.

— O que aconteceu? — ouço Dean perguntando

Não escuto a resposta do Sam, mas deduzo que ele apenas deu de ombros, pois em seguida, ele começa a contar o que descobrimos. Logo, Dean diz que o anjo atacou novamente e neste momento saio do banheiro me sentindo eu mesma novamente.

— Você tá legal? — pergunta Dean

— Estou ótima! O que o nosso amiguinho de asas aprontou agora? — pergunto desviando a atenção que estava sobre mim

Após alguns segundos me analisando, Dean conta que ouviu no rádio da Polícia que um cara chamado zacks — um bêbado local — bateu na porta de um estranho ontem à noite e o esfaqueou no coração. Depois, foi até a polícia e confessou o crime.

— Alguém mandou ele matar — fala Dean levantando-se e pegando um papel que estava grudado no espelho — E eu sei o endereço da vítima.

*

A fachada da casa do Frank — a vítima — estava isolada por uma fita amarela, sinalizando ser uma área de crime. Decidimos que pular a cerca lateral seria a melhor opção para invadir o local. Sam consegue arrombar uma janela para podermos entrar.
Ele senta à frente do computador da vítima enquanto eu e Dean damos uma geral na casa, mas sem encontrar nada importante.

— Achou alguma coisa? — Pergunto ficando ao lado do Sam

— Não tem muita coisa aqui! — diz abrindo umas das pastas do computador — A não ser, esse arquivo protegido por senha. Espera aí!

Sam começa a digitar e em poucos segundos ele consegue liberar o arquivo.

— O bloqueio já era!

— Já? Você é bom nisso!

— E o que tem aí? — pergunta Dean se colocando no outro lado

- Nossa! Tem um monte de emails, dúzias. Para uma moça chamada Jennifer.

Sam clica na primeira pasta e uma série de arquivos de conversas se abre, nos fazendo descobrir que a moça em questão tinha apenas treze anos e que eles haviam marcado um encontro justamente para hoje.

A Nefilim e os winchesters Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora