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S/n

Só eu sei o quanto Azazel é persistente e obstinado quando quer algo. Se ele precisa do Sam para os seus planos, ele não ira descansar enquanto não conseguir. Fujo dele desde que completei dezoito, e isso já faz cento e trinta e dois anos.

Ainda no bar decidimos que iríamos passar a noite na pousada que eu já havia me instalado e no dia seguinte, veríamos qual seria o próximo destino.

Eu estava apoiada no carro, fazendo companhia ao Dean enquanto Sam foi na recepção para fazer o registro e pegar um quarto para eles.

- Me diz uma coisa - Dean fala assim que ficamos sozinhos - Você já tinha visto aquele demônio da encruzilhada?

- Não

- Mas ele falou o seu nome e posso até estar enganado, mas ele não parecia muito feliz em te ver não - diz também se apoiando no carro e ficando ao meu lado.

- Provavelmente ele já deve ter ouvido sobre mim

- E você é o quê? Uma celebridade do inferno? - ele ri

- Sou justa! - falo sério - Não os mato se não for preciso, apenas os exorcizo e os mando de volta. Mas as vezes acontece e acredite, muitos preferem morrer pelas minhas mãos ao ser torturados por Azazel.

- Você disse que foge dele a muito tempo. Por que? O que ele quer com você?

- Eu não sei! Nunca parei para perguntar - digo sorrindo de canto

- Gostei do lance da adaga. Mas você sabe que não funciona em demônios né?

O meu sorriso se alarga, olho-o novamente, mas não falo nada, apenas digo Boa noite e vou para o meu quarto.

Depois de um bom banho, coloco a minha velha camiseta de banda de rock - a minha peça favorita para dormir - e jogo-me na cama. Antes de dormir, analiso tudo o que vivi neste dia - o meu ritual antes de pegar no sono - penso nos irmãos e no quanto parecem legais e corretos. Não esperaria menos dos filhos do meu amigo. Sam era o mais calado, mas também parecia ser o mais gentil. Jhon falou-me que ele havia largado essa vida para fazer faculdade, mas deve ter mudado de ideia. Infelizmente, acho muito difícil sair dessa vida assim.

Dean é o mais bruto e impulsivo, não deve conhecer muito bem os limites de até onde ir quando o assunto é caçar. Perigoso, de uma certa forma, mas gostei desse seu jeito. Mesmo achando que uma hora vamos acabar nos desentendendo por conta disso, por ele não pensar direito antes de agir. Também é inegável que ele é muito bonito, se não fosse pelo meu histórico com o amor, talvez eu até me permitiria o olhar de outra forma. Mas isso não é para mim, não mais.

*

Já passava das nove horas da manhã quando escuto uma batida na porta. Ainda sonolenta, levanto-me para abri-la.

- Bom... dia!

As palavras do Dean vão morrendo conforme ele passa os seus olhos sobre mim. Eu ainda estava dopada pelo sono para me lembrar que estava apenas de calcinha e uma camiseta que cobria somente uma parte das minhas coxas.
Na verdade, não me incomodei muito com isso, até achei divertido, vê-lo perder a fala, fez bem para o meu ego.

- Precisa de alguma coisa Dean? - falo tentando segurar o meu sorriso de deboche

- É... Eu... Nós vamos tomar café - fala limpando a garganta tentando se recompor - Vim ver se quer ir com a gente

- Claro! Me da cinco minutos e já encontro vocês!

Dean ainda da uma última olhada discreta para as minhas coxas antes se virar e eu fechar a porta.

Me troco ainda rindo da situação embaraçosa. Logo ao sair do quarto, vejo que os dois me esperam ao lado do carro. Mas a lanchonete era perto então seguimos a pé.
Pedimos o nosso café e nos ajeitamos em uma mesa enquanto esperávamos o nosso pedido.

- E então? - pergunto - Já temos um novo destino?

- Vou ver se encontro alguma coisa - responde Sam abrindo o seu lap top sobre a mesa - S/n, nosso pai... ele falava sobre nós?

- Sempre! Ele amava vocês Sam.

- Pode nos contar sobre quando ele te salvou? - pediu com um olhar cheio de saudades

- Foi em uma época difícil para mim! - digo olhando para as minhas mãos enquanto vasculhava as minhas piores lembranças - Estava cansada de tudo, tinha desistido de fugir, então dois demônios me encurralaram em um beco perto da minha casa que na época ficava no missoure. O pai de vocês estava lá e acabou com eles, cuidou de mim, como jamais meu pai biológico ou o adotivo, cuidaram.

Eu costumava ser uma pessoa alegre, apesar de uma infância terrível, vivia intensamente, divertia-me, mesmo tendo que me mudar constantemente. Até que me apaixonei e então tudo acabou. Não confio em ninguém, não me permito sentir qualquer coisa semelhante a afeto por alguém, não permito que as pessoas se aproximem, não quero correr o risco de alguém derrubar o muro que construí em meu coração. jhon foi o único amigo que deixei entrar na minha vida depois de tudo o que passei. O único que ganhou a minha confiança, meu afeto, meu respeito e admiração.

Um longo silêncio se fez depois disso, cada um mergulhado nas suas lembranças com o Jhon.
O nosso pedido chegou, e enquanto tomamos o nosso café, Sam passou a concentrar-se na tela a sua frente.

- Escutem isso - fala enquanto lê algo - Em Providence uma mulher esfaqueia um cara e disse que um anjo mandou ela fazer isso.

- Anjo? - pergunto com interesse

- É, foi o que ela disse. Está internada em uma clínica psiquiatra. O que acham? Fica à oito horas daqui.

- Sei lá cara - responde Dean - Acho que isso não tem nada a ver com a gente

- Eu acho que seria interessante irmos dar uma olhada - falo - Não estamos fazendo nada, o quê que custa não é mesmo?

- Fala sério! Acredita em anjos?

- Se demônios existem, por que não anjos?

- Acho que é loucura e perda de tempo - fala já se levantando - Mas vamos nessa!

- Acho que é loucura e perda de tempo - fala já se levantando - Mas vamos nessa!

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A Nefilim e os winchesters Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora