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Contato físico deixa-me tensa, e com o Dean, o meu corpo reagiu de um modo estranho, como se soasse um alarme me avisando sobre um grande perigo. A melhor decisão seria manter uma distância segura.

Entramos na cripta mal iluminada à procura da tumba do padre Gregory. O lugar era sombrio com muitas figuras angelicais de causar frio na espinha.

Antes de entrarmos no espaço onde ficava as tumbas, Dean recebe uma ligação do Sam. Percebo que ele fica tenso e diz que logo estaremos de volta.

- O anjo apareceu para o Sam! - fala assim que encerra a ligação - Vamos ver se descobrimos alguma coisa por aqui e depois vamos voltar para a pousada

Ao entrarmos, algo nos chama a atenção imediatamente. A cripta do padre estava tomada por uma planta chamada Losna, ela é associada aos mortos e geralmente aos que não descansaram.

- E não está crescendo em nenhum outro lugar - fala Dean olhando para as outras tumbas - só no túmulo do padre Gregory. É ele s/n!

- É, com certeza! - falo ainda abaixada olhando para a tumba - O que quer fazer agora?

- Vamos invocar o espírito do Gregory!

- Sério? Vai fazer isso aqui mesmo? Na igreja? - pergunto levantando

- claro! Só precisamos de algumas coisinhas e o ritual da sessão está no diário do papai - fala enquanto caminha de volta a saída

- Legal! Vai chamar a Whoopi Goldberg também? - brinco

- Para de graça! É serio - ri parando e virando-se para mim - Se o espírito do padre estiver perto, a sessão trará ele para cá e aí... daremos a ele o descanso

- Mas... se for um anjo, ele não vai aparecer e nada acontece.

- Exatamente! É a vantagem do nosso trabalho. Não precisamos ter fé, podemos ter certeza.

- Certo! Vamos lá ver como está o Sam e ir atrás do que precisamos para a sessão.

*

Chegamos na pousada e Sam nos conta a experiência de ter visto o "anjo". Disse que ele havia pedido para matar um homem mal. Sam disse ter perguntado o que o homem havia feito, mas o anjo disse que ele ainda não fez, mas que irá fazer. Contamos a ele sobre tudo o que descobrimos e da ideia de fazer a sessão na igreja. Sam concordou, mas não estava acreditando que se tratava de um espírito. Quando eles começam uma discussão, descido esperá-los do lado de fora. Quando fecho a porta atrás de mim, escuto Dean falando que a mãe costumava dizer para ele todas as noites, que os anjos estariam olhando por eles, na verdade, essa foi a última coisa que ela disse a ele. Mas que ela estava errada, não tinha nada para olhar por ela. Nem poder superior, nem Deus. Só existe caos e violência. E o mal aleatório é imprevisível, chega derrepente e nos despedaça.

Naquele momento, percebi o quanto Dean winchester estava quebrado por dentro. Jhon havia-me contado quando nos conhecemos, sobre a morte da esposa. Morreu tomada pelo fogo, presa no teto do quarto do Sam por uma força invisível. Ele tirou o Sam do berço e entregou a Dean - que na época tinha apenas quatro anos - e o mandou para fora da casa enquanto tentava inutilmente salvar a mulher. Naquela noite restou apenas um pai sozinho com dois filhos pequenos e a sede de acabar com qualquer coisa sobrenatural. Principalmente, o responsável por aquela tragédia.

*

Já havia anoitecido quando saímos da loja com Sam atrás de nós rindo das escolhas do Dean.

- Cara, nós já fizemos uns encantos caidaços antes, mas fala sério, toalha do Bob esponja ao invés de toalha de altar? - diz Sam rindo

A Nefilim e os winchesters Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora