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S/N

Sam, estava morto!
E Dean, desesperado, irritado, inconformado...

Eu queria dizer algo que o consolasse, mas isso não arrancaria a sua dor do peito. Nenhuma palavra o ajudaria, somente o tempo tem esse poder. E duvido muito que ele quisesse alguma coisa vinda de mim.

Levamos o Sam para dentro de uma das casas da cidade abandonada e o colocamos sobre uma cama.
A casa era simples, havia somente a cozinha com uma pequena mesa e duas cadeiras velhas e um quartinho onde agora estava o corpo do Sam.

Dean estava apoiado no portal que dividia os dois cômodos, olhando para o Sam deitado sem vida sobre aquela cama.

— Precisamos enterrá-lo, Dean — Fala Bob colocando a mão no seu ombro como forma de demonstrar apoio

— Ainda não, Bob! — responde Dean com um olhar perdido — Eu preciso dar uma volta.

— Como assim dar uma volta? — pergunto vendo-o se virar em direção a porta do casebre — Onde você vai?

— Eu... Preciso de um pouco de ar! — Responde parando para me olhar e logo em seguida saindo porta afora

Escuto o barulho do motor ligando e ficando distante ao mesmo tempo que inexplicavelmente, meu coração ia ficando apertado.

— Ele vai fazer alguma besteira não vai Bob? — pergunto cansada, enquanto me sento em uma das cadeiras

— Eu espero que não!

Passamos as próximas duas horas esperando por ele. Um pouco em silêncio e outro pouco com o Bob contando momentos da infância dos meninos e de como os tinha como filhos.
Estava tão arrasado quanto Dean.

Eu — que não queria me apegar — estava sentindo uma tristeza tão grande. Nas conversas que tivemos, ele me mostrou ser tão puro, justo, que acabou quebrando um pouco do muro que ergui em volta do meu coração.

Agora, estava eu ali sentada, olhando para ele, pensando nas nossas conversas e no quanto eu sentirei falta delas, foi quando derrepente, Sam abre os olhos e aspira o ar de volta para os seus pulmões.
Sam estava vivo!

— Droga Dean! — sussurro para mim mesma — Que merda você fez?

Bob e eu nos olhamos, um mais espantado do que o outro, ambos de olhos arregalados e boca aberta.

Sam senta na cama e nos olha confuso também

— O que aconteceu? — pergunta nos tirando do transe

— Você... desmaiou! — respondeu Bob sem saber, na verdade, o que dizer

Neste momento Dean abre a porta e vendo o irmão vivo de novo, corre para abraçá-lo, completamente aliviado.

Sam ainda está confuso, pois só se lembra de nos ver chegando e depois sentir uma dor aguda nas costas, não entende como sobreviveu a tal ferimento. Dean disse a ele que Bob deu um jeito, mas sinceramente, não sei se Sam caiu nessa.

Dean desvia a atenção dele para mim e me encontra, já de pé e braços cruzados, o olhando fixamente, como se estivesse dizendo: eu sei o que você fez!

— Dean, vamos ali fora um pouquinho? — pergunto segurando a porta da rua

— Será que dá para gente ir embora primeiro? — Diz querendo adiar o interrogatório que sabia que iria ouvir

— Agora Dean! — Falo aumentando o meu tom de voz

Ele suspira, visivelmente irritado, mas aceita. Saio para a rua e sou seguida por ele

Quando estávamos a uma distância que não pudéssemos mais ser ouvidos, eu paro e viro-me para ele, fazendo-o parar também.

— O que você fez Dean? — pergunto tentando manter a calma

— O que era preciso fazer para ter o meu irmão de volta — Responde

— E o que exatamente foi preciso fazer? — perguntei, mas, no fundo, já sabendo a sua resposta

Ele apenas me olha sem nada responder.
Então continuo.

— Quanto tempo? — pergunto — Quanto tempo você tem até os cães do inferno vir caçar você? Dez anos?

Ele suspira, fecha os olhos e faz as suas próximas palavras virarem facas Afiadas rasgando o meu coração.

— Um ano!

— O QUÊ? — grito, deixando todas as palavras fugirem da minha boca, enquanto todo o ar abandonava os meus pulmões. — O que você disse? — pergunto, rezando para eu ter entendido errado

— Tenho só mais um ano de vida! — fala aumentando o seu tom de voz — Em troca o meu irmão vai poder viver a dele

— A QUE PREÇO DEAN? — grito — Só mais um ano e Sam estará sentindo o mesmo que você estava sentindo até algumas horas atrás. O mesmo que você sentiu quando foi com o seu pai!

— Ele é mais forte do que eu — fala deixando os seus olhos marejarem — Vai aguentar viver sem mim! Depois que eu morrer, ele vai voltar para a faculdade, vai conhecer alguém legal... terá uma vida normal, vai deixar toda essa merda para trás

— Dean...- abaixo a minha cabeça e solto um suspiro cansado — E você? — pergunto voltando a olhar para ele — E a sua vida?

Ele me olha, deixando uma lágrima solitária escorrer em seu rosto

— Não tem nada aqui que me faça ter vontade de ficar!

— Não tem nada aqui que me faça ter vontade de ficar!

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Oh dó 😥

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Oh dó 😥

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