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Dean

Sam e S/n conseguiram me surpreender com tudo o que prepararam. Passar o meu último Natal com eles, era tudo o que eu queria.

Ainda bem que eu havia ignorado o Sammy e comprado umas bobagens para dar de presente a eles. Revista de mulher pelada e creme de barbear ao Sam e um chaveiro do Guns.N roses para S/n. Sabia que ela ia achar engraçado, pois lembraria do episódio da camiseta, mas também saberia que eu não havia esquecido.

Percebi que ela havia saído para a rua, dando espaço para mim e o Sam, mas eu a queria junto de mim, quero dizer, de nós.

- Sabe, a S/n comprou toda a comida, inclusive bolo de amora - Sam fala notando meu olhar na porta - Ela disse que era a única coisa que sabia, que não poderia faltar. - diante o meu silêncio, Sam aconselha - Cara, tá esperando o quê? Vai lá, fala com ela!

- Ela não é como as outras Sam! - digo largando o copo de bebida na mesa de centro - Não é só mais um intervalo!

- Como assim? - Sam pergunta confuso, sem entender do que eu estava falando

- Nada, deixa para lá - falo levantando do sofá e cortando um pedaço do bolo

Olho pela janela e a vejo, escorada em sua moto, olhando para o céu escuro. Ela parecia tão bem, tão tranquila. E lá estava novamente o imã me puxando para ela. Servi o bolo, peguei dois garfos e fiz o que Sam sugeriu outra noite. Dividir o bolo de amora com a S/n.

Ela estava diferente, parecia leve e em paz. Nem ao menos recusou e se afastou, quando sentei ao seu lado, perguntando se queria dividir o bolo.

Como imaginei, ela gargalhou quando viu o chaveiro. Mas ela segurou o presente com tanto cuidado e imagino que tenha ficado feliz pelo meu simples gesto.

Fui o mais sincero possível, quando ela pede desculpas por não ter comprado nada para mim, pois, ela estar ali, já era suficiente para mim. Mas senti uma necessidade inexplicável de pedir a ela para que não fuja mais.

Seus olhos eram como uma lâmpada e eu como um vaga-lume atraído por sua luz, sentindo uma força me puxar para mais perto dela. Ousei tocar seu rosto, senti medo que ela me afastasse, mas ela simplesmente fechou seus olhos e quando disse que não iria fugir, foi como se ela tivesse me puxado de vez. Não resisti ao ter sua boca ali, tão próxima à minha. Nos beijamos e foi um beijo completamente diferente de todos que já dei - e não foram poucos. - foi suave, leve, calmo igual a noite depois de uma tempestade de fim de tarde. Naquele momento algo mudou em mim, mas ainda não sei o quê, só sei que não estou mais tão disposto a ir para o inferno.

- Não vou mais deixar vocês! - ela diz assim que nos afastamos - Mas isso não vai mais acontecer!

- Eu... entendo! - digo com pesar - Me desculpe.

- Não me leve a mal, Dean - ela fala - Por mais que eu queira, não consigo te ver como um cara qualquer que conheço em um bar, um cara de uma noite e nada mais. Mas não quero e não posso me envolver mais do que isso. Sei que vou me machucar.

- É! afinal, sou um condenado ao inferno não é mesmo? - falo rindo, tentando disfarçar o incômodo que se abateu sobre mim - Não tenho nada a oferecer a não ser algumas noites de diversão.

- Então vamos esquecer que esse beijo aconteceu - ela diz se pondo de pé a minha frente - Vem! Não vamos deixar o Sam sozinho.

De volta ao quarto, S/n senta ao lado do Sam no sofá e eu sento na poltrona ao lado. Sam liga a TV e nos convida para assistir ao jogo de futebol americano. Na verdade, pouco prestei atenção. Pois apesar de S/n e eu termos decidido que nada poderia acontecer entre nós, era impossível não olhá-la. E por diversas vezes , nossos olhos se cruzaram, acompanhados de discretos e tristes sorrisos.

*

O tempo continua passando sem dó. Já enfrentamos e matamos muitas coisas. conheci a tal de Ruby, o demônio que tem ajudado Sam. Ela disse a ele que sabia como me salvar do inferno e mesmo eu não acreditando, perguntei a ela se isso era verdade, mas ela me confirmou o que eu já sabia. Não existe saída para mim.

Ela era um demônio esquisito, diferente dos outros que já vimos. Até me salvou de ser morto por bruxas. Disse querer ajudar Sam a viver sem mim, a estar preparado para continuar caçando. S/n e ela se conhecem, mas não se suportam e vivem se provocando. Ela não confia na Ruby e já deixou isso muito claro ao Sam e a mim, quando nos aconselhou a fazer o mesmo. Ruby a chama de Princesinha e isso a deixa extremamente irritada e sempre preparada para cravar a adaga no demônio loiro, que é como ela a apelidou.

Quanto a nós dois - s/n e eu - nada mais aconteceu, apenas olhares perdidos e uma distância segura para mim e para ela. Inclusive, ela tem pedido quartos separados, durante as viagens. Mas pelo menos, não foi mais embora, como prometeu.

Eu tenho aproveitado as noites como posso, bebo muito e pego mulher nos bares. Mas a algumas noites, deu tudo muito errado. Saí do bar com uma mulher, linda, gostosa pra caramba. Passaria a noite como eu gosto. Avisei ao Sam que queria o quarto e ele disse que iria para o da S/n, já que ela disse que não voltaria para o Hotel naquela noite.

- Como assim? Não vai voltar? - pergunto sentindo um incomodo estranho, enquanto a mulher entra no quarto e Sam sai para a rua em direção ao quarto da S/n.

- É, ela me deixou a chave do quarto dela caso eu quisesse fugir de você e suas piranhas! - ele diz mostrando o molho de chaves e levantando as mãos em rendição - Palavras dela!

- Tá! - pigarreio - ela disse mais alguma coisa? Disse para onde ia?

- Não! - ele se vira mas para como se tivesse lembrado de algo e me olha sorrindo - Na verdade, ela estava muito bem vestida, acho que só foi aproveitar a noite, assim como você.

Ele toma o rumo do quarto, me deixando ali, com mil pensamentos perturbadores. Até que ouço a mulher me chamar.

Estávamos deitados na cama, eu deitado de costas, sem camisa, e ela só de sutiã e calcinha, por cima de mim. Minha empolgação, já não era a mesma. A mulher em minha frente era muito gostosa, mas meus pensamentos já não estavam mais nela. Ela beija meu pescoço, passa a mão pelo meu peito, e eu só consigo pensar na S/n fazendo isso com outro cara.

A mulher a minha frente se ergue e noto como o seu cabelo era parecido com o da S/n. Mas que merda é essa? O que eu estou fazendo?

- Oh filhinha! - dou umas batitinhas na coxa dela para que ela saia de cima de mim - Não vai dar não!

- O quê? - ela fica confusa

- Desculpa! Eu... me lembrei de uma coisa - digo vestindo minha camiseta - Vai, se veste que te levo em casa ou para onde quiser.

Deixo a garota frustrada no mesmo bar que nos conhecemos. Entrei nele achando que poderia encontrar a mulher que pela segunda vez, acaba com a minha diversão. Mas ela não estava lá, e nem nos outros seis bares que entrei naquela noite a sua procura!

 Mas ela não estava lá, e nem nos outros seis bares que entrei naquela noite a sua procura!

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