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4 meses depois...

Dean

Acordo assustado, me sentindo sem ar. Tento me mexer, mas o espaço, além de escuro, era pequeno. Tateio meus bolsos e encontro um esqueiro.

Assim que o acendo, noto estar em uma caixa de madeira. Meu caixão, talvez. Me sentindo cada vez mais sufocado, começo a bater na madeira acima de mim enquanto grito por ajuda.

Mas é em vão, a ajuda não aparece. Após um soco na madeira, percebo que um pouco de terra caindo no meu rosto.

Ela invade a caixa de madeira, assim que arranco uma de suas tábuas. Sou soterrado pela Terra preta e úmida.

Com dificuldade, alcanço a liberdade, sentindo um alívio com os meus pulmões sendo preenchidos com ar novamente. Arrasto-me para fora do que percebo ser minha cova, já que vejo uma cruz de madeira cravada junto a ela.

Ponho-me de pé tentando reconhecer o lugar onde estava, mas ao redor só havia árvores destruídas. Seja o que for que me trouxe de volta, causou um grande estrago.

Começo a caminhar em busca de ajuda. Sigo a pé por uma estrada, abaixo de um Sol escaldante que às vezes me fazia duvidar se eu havia mesmo saído do inferno.

Algumas horas de caminhada depois, encontro um pequeno posto de combustível do meio do nada. A placa na porta dizia estar fechado, mas eu não aguentava mais de tanta sede.

Arrombei o lugar e fui direto para o freezer que guardava as garrafas com o precioso líquido. Após me servir dele, noto alguns jornais de Pontiac, Illinois. A data dizia ser dezoito de setembro. Quatro meses depois que fui mandado para o inferno.

Aproveito o banheiro do lugar, para lavar meu rosto que era uma mistura de terra e suor. Me olhando no espelho, levanto minha camisa, e não vejo nenhuma cicatriz em meu corpo, nenhum vestígio de que um dia fui rasgado por um cão infernal.

Mas algo queima em meu braço esquerdo e assim que levando a manga da camisa, vejo a marca vermelha em um formato exato de uma mão. Talvez tenha algo a ver com o meu retorno ao mundo dos vivos.

Estou vivo! Preciso ver meu irmão, preciso ver a S/n. Saber se estão bem, abraçá-los e gritar "EU VOLTEI!", mesmo que eu não faça ideia do porquê ou como.

Sem perder tempo, pego uma sacola e começo a pegar barras de cereais, chocolate, água... Não sei quanto tempo ainda levarei até ser encontrado.

Estava limpando todo o dinheiro do caixa, quando a TV ao meu lado, liga sozinha. Nenhuma imagem, apenas estática. Tem algo errado, pois assim que aperto o botão de desligar, o velho rádio sobre o balcão, liga em chiados. A TV religa logo em seguida.

Apresso-me até a prateleira com sal e começo a fazer barreiras nas entradas. Um estranho zumbido começa a ficar cada vez mais alto. A ponto de ficar insuportável. Inclino meu corpo para frente, tampando meus ouvidos e logo os vidros das janelas começam a se espatifar sobre mim. Era algo poderoso e que eu jamais tinha visto. Levanto do chão, assim que tudo se acalma. Olhando a minha volta, vejo que não sobrou um vidro inteiro para contar história.

Pego algumas moedas e vou até uma cabine telefônica que ficava no lado de fora. O primeiro número que tento é o do Sam, mas a voz automática do outro lado da linha, diz que o número foi desativado. Tento o da S/n, que chama, mas ninguém atende. Então ligo para o Bobby.

- Alô! - ele não demora a atender

- Bobby? - pergunto

- É!

- Sou eu!

- Eu quem?

- Dean

Ouço a ligação sendo encerrada. Não desisto e tento novamente.

A Nefilim e os winchesters Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora