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Dean adormece com a cabeça encostada no vidro do carro e logo após tomar o chá com a raiz do sonho, também adormeço.

Acordo no susto e chamo o Dean que desperta sem entender o porquê de ainda estarmos ali.

Descemos do carro e começamos a olhar em volta. Derrepente ouço uma música e uma luz foca em uma mulher, sorrindo para o Dean. Espera! Aquela mulher sou eu?

Estou em choque, vendo eu mesma ali na minha frente. Olhando apaixonada para o Dean. Ela - ou melhor, eu. Se lá, isso esta confuso - estende a mão para o Dean e convida-o para ir embora com ela, para deixarem as caçadas para trás e viverem uma vida normal, juntos.

Eu não sei o que falar, nem como agir. Olho para o Dean que esta um pouco mais a frente e o vejo sorrindo. Ele sonha com isso?

Ele parece se lembrar de que a verdadeira eu, está ali e me olha constrangido. Mas não consigo olhar em seus olhos, apenas abaixo minha cabeça e me viro para outro lado fingindo que não estou vendo aquela cena.

Escuto ele perguntando para onde ela havia ido e noto que a imagem se desfez, não havia mais nada ali. Vejo Jeremy, nos espiando atrás de uma árvore.

- Dean, ali! - chamo sua atenção para o rapaz que começa a correr.

Corremos atrás dele, pela mata escura, mas quando me dou por conta, estou sozinha.

- Dean! - eu o chamo, mas sem obter resposta

Dean

Num minuto estava correndo ao lado da S/n e no outro me vi em um corredor de hotel com papel de parede de árvores. Entro em um quarto e vejo um homem sentado a uma mesa de costas para mim. Chama-o achando ser o Jeremy, mas quando o homem se vira, vejo eu mesmo na minha frente.

Digo que aquilo tudo era só um sonho e que eu poderei acordar quando quiser e num estalar de dedos. Mas não é isso que acontece quando tento fazer.

A porta do quarto fecha e se tranca e o meu outro eu, mostra uma arma, dizendo que iríamos conversar, antes de dar um tiro de aviso.

S/n

Acordo no carro assustada após ouvir um tiro. Vejo Dean ao meu lado e toco em seu ombro chamando-o. Mas quando ele se vira, me afasto e agarro o trinco da porta. Não era o Dean e sim o Jeremy.

Ele usa o taco para acertar minhas costelas, abro a porta e me rastejo para fora do carro, sentindo dificuldade de respirar pela dor causada.

Jeremy confessa que matou o Dr Greeg, pois o mesmo não queria mais lhe dar a droga que o deixou viciado. Diz que é insuportável não sonhar e que é o mesmo que ficar acordado por quinze anos.

- Deixa eu adivinhar, isso te enlouquece - digo deitando no chão cheio de folhas

- É, eu só quero ficar em paz - ele diz se aproximando - Só quero sonhar

- Desculpe! Mas isso não vai rolar!

- Resposta errada! - ele fala por entre os dentes e na mesma hora sinto uma corda amarrando cada uma de minhas mãos e meus pés, os prendendo em uma espécie de estaca de ferro, me impedindo de me mexer. - Estou ficando cada vez mais forte! Você e o seu namoradinho, não vão acordar, não dessa vez! Eu não vou permitir!

Dean

- ... Isso é, você vai para o inferno e não levanta um dedo para impedir isso, não tem muito amor-próprio... - O meu outro eu, fala enquanto andamos em círculos - Mas também, não é uma vida digna a ser salva não é mesmo?!

- Vamos Dean, acorda! - sussurro para mim mesmo

- Afinal, você não tem nada além do Sam! - ele para na minha frente - Você não tem nada! É tão estúpido e obediente quanto um cão de guarda

- Qual é? Isso não é verdade - sorrio nervoso

- Não? Quais são as coisas que você quer? Você costuma sonhar com o quê? Com o seu carro? É do papai. Com sua jaqueta de couro preferida? Do papai. Sua música? Do papai. Até a garota por quem está apaixonado e não tem coragem de admitir, foi o seu pai que, querendo ou não, colocou na sua vida.
Tem algum pensamento original? Não. Tudo se resume à "Tome conta do Sam", "tome conta do seu irmão caçula". Aposto que ainda ouve a voz do papai na cabeça né? Alto e claro.

- Cala essa boca, cara! - falo tentando manter a calma

- Pense bem nisso - ele chega mais perto nos deixando cara a cara. - Tudo que ele fazia era treinar você, mandar em você. Mas o Sammy? O Sammy ele adorava, o Sammy ele amava.

- Aí, esta me irritando! - aviso

- O papai sabia quem você era. Um bom soldado e nada mais. O instrumento sem corte do papai. Você viver ou morrer, não era importante para ele, ele não se importava. E a S/n? Jamais vai querer um fracassado como você, um fraco, incapaz de lutar pela própria vida.

- SEU DESGRAÇADO! - perco a paciência e o empurro, fazendo-o se chocar contra a mesa e a parede. - MEU PAI ERA UM CANALHA OBCECADO - ele vem para cima, mas eu acerto um soco, depois outro. O pressiono contra a parede com a arma em seu peito e falo tudo que está entalado em minha garganta - AQUELA HISTÓRIA DELE QUERER QUE EU PROTEGESSE O SAM, ERA PROBLEMA DELE, ERA ELE QUE NÃO CONSEGUIA PROTEGER A FAMÍLIA - acerto os dois lados do seu rosto, com o cabo da arma - FOI ELE QUEM DEIXOU MINHA MÃE MORRER. ELE NUNCA PROTEGIA O SAM, MAS EU PROTEGIA. NÃO ERA JUSTO, EU NÃO MERECIA O QUE ELE FEZ COMIGO, EU NÃO MEREÇO IR PARA O INFERNO, EU MEREÇO FICAR COM A MULHER QUE EU AMO!

Com o peito tomado pelo ódio, me afasto antes de acertar dois tiros no peito do meu outro eu.
Quando me aproximo do corpo, ele abre os olhos, que agora são totalmente negros, iguais aos dos demônios.

- Não pode fugir de mim, Dean - fala com voz demoníaca - Você vai morrer! Você vai se transformar, naquilo que a S/n mais odeia.

S/n

O desgraçado do Jeremy, me acerta nas pernas, repetidas vezes com o taco de beisebol. Gemo de dor e de raiva desse maluco infeliz.

- Não há nada que eu não possa fazer aqui - diz Jeremy

- Por causa... da raiz do sonho? - pergunto dando uma risada em meio a dor

- É, é isso aí - ele fala convencido!

- Só... que está se esquecendo de uma coisa, Jeremy - falo ainda sorrindo e erguendo um pouco a cabeça para olhar em seus olhos - Eu também tomei a raiz do sonho

- JEREMY! - ouço um homem gritar ao mesmo tempo que sorrio de canto

- Não... - Jeremy olha apavorado para o homem segurando um taco de beisebol - Pai!

- Me responda quando eu falar com você, moleque - o sujeito fala ríspido

Jeremy está tão em choque que nem notou quando me soltei das cordas e peguei o bastão de suas mãos. O acerto uma, duas, três vezes. E aí tudo acaba!

Dean e eu acordamos, num sobressalto, tentando recuperar o fôlego. Nos olhamos ainda assustados e ofegantes com tudo o que vivemos agora a pouco. Não sei o que ele viu e viveu no sonho, nem quais serão as consequências disso, mas eu sei o que quero fazer, tomei uma decisão muito importante depois que percebi que aquele meu eu apaixonado, estava mostrando em sonho, aquilo que eu estava sentindo na vida real.

 Não sei o que ele viu e viveu no sonho, nem quais serão as consequências disso, mas eu sei o que quero fazer, tomei uma decisão muito importante depois que percebi que aquele meu eu apaixonado, estava mostrando em sonho, aquilo que eu estava sent...

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Pelo menos, o doido do Jeremy serviu para alguma coisa. 🤭
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