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Uma semana depois...

Isabela

Fiquei sentada na cama, observando a Cíntia arrumando todos os pertences dela na mala. Ela iria embora hoje. Eu tive oficialmente "alta hospitalar".

Ainda estava tomando remédios e precisando de ajuda para realizar quase tudo, porque os ossos da minha costela demorariam um pouco para calcificarem, mas eu estava consideravelmente melhor. Os roxos em minha pele estavam aos poucos diminuindo, mas ainda era muito pouco.

Isabela: Obrigada pela ajuda nesses dias.

Cíntia: Ai Isa... - ela sorriu pra mim, se aproximando e afagando o meu rosto - Eu queria muito poder ficar um pouco mais. Pelo menos pra te ajudar com o básico. Mas quando o Barão me contratou, ele sabia que eu podia cuidar de você só por esses dias. Essa viagem está marcada a meses, vou visitar meus filhos, e quando eu voltar, quero te encontrar bem.

Isabela: Eu vou ficar muito bem, graças a minha enfermeira - falei, enquanto sorria pra ela.

Cíntia: Toma todos os remédios certinho, não faz nada mirabolante. O Barão conversou comigo antes de ontem. Eu sugeri que você fizesse fisioterapia, vai ajudar no processo de recuperação. Acredito que ele já esteja cuidando disso.

Isabela: Antes de ontem? - perguntei e ela confirmou com a cabeça.

O Barão tinha sumido completamente, depois de a nossa conversa. Desde então, a única pessoa que eu tinha visto e conversado era a Cíntia. Ela me dizia que ele sempre vinha de madrugada, conversava com ela, dormia aqui e saia bem cedo, antes mesmo de eu acordar.

Nem entendia bem o motivo, mas isso me deixava meio mal. Até parecia que ele estava fugindo, ou sei lá.

A Cíntia me abraçou, novamente falou que deveria ligar para ela caso houvesse algum problema, e por fim ela recolheu as coisas dela e saiu da minha nova casa emprestada.

Eu continuei na minha cama, em um tédio completo,  assistindo um programa de televisão engraçado, até sentir a minha bexiga apertar com a vontade imensa de fazer xixi.

Tive que respirar fundo, antes de me escorar na cama pra levantar. Doía pra caralho ainda, até porque os remédios estavam sendo diminuídos com o tempo.

Andei até o banheiro em passos muito lentos, me encostando na parede, com receio de cair. E depois fui até o banheiro. Fiz xixi e lavei as minhas mãos, quando estava desligando a torneira, ouvi o barulho da porta sendo aberta.

O medo logo me dominou.

Isabela: Cíntia? - chamei, orando para que fosse ela.

Barão: Não. Sou eu - respirei aliviada, e dei mais uma olhada no meu reflexo no espelho - Onde tu tá?

Isabela: No banheiro - respondi em um tom mais alto, para que ele pudesse me ouvir e sai do banheiro em passos lentos. O Barão estava no corredor, com os braços cruzados, encostado na parede, encarando a porta do banheiro - Oi.

Barão: Bom te ver de pé - falou, me analisando dos pés a cabeça.

Não me intimidei. Eu estava com roupas compridas e seu olhar nem parecia de malícia.

PredestinadosOnde histórias criam vida. Descubra agora