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Barbosa

Quando eu estacionei o carro na frente da antiga casa da Isabela, eu vi ela encarando o local. Tentei ficar mais de boa e não apressar, mas não tinha como. O tempo tava contado, os moleque fazendo a proteção em volta da casa estavam com o tempo cronometrado.

Peguei meu celular, vi de relance que a minha mina tinha mandado mensagem. Mas não respondi. Foco na missão, depois era lazer com a dona.

Barbosa: Não quero te apressar. Talvez seja foda pra ti estar aqui mais uma vez, mas a gente tem que correr.

Ela engoliu seco.

Isabela: Eu tô bem - ela afirmou, tirando o cinto.

Concordei com a cabeça e sai do carro, com a Isa do meu lado. Puxei o braço dela pra mim, pra dar apoio, porque ela ainda estava andando um pouco devagar.

Os moleques já tinham arrombado o portão da casa pra facilitar. Eu não vi nem um deles, mas sabia que estavam por perto. O Barão tinha me avisado.

A gente entrou pelo quintal, e depois abrimos a porta da casa sem muito esforço. A Isabela travou no lugar assim que a porta foi aberta. Até eu me assustei.

Tava tudo revirado. Caco de vidro por todos os lados, televisão quebrada no chão, roupas por todo canto, sofá fora do lugar e pelo cheiro a casa estava fechada a muitos dias.

Barbosa: Eita, caraí - saiu da minha boca.

Isabela: Vem, Barbosa. Eu só quero pegar minhas coisas e sair daqui de uma vez.

Eu assenti, e ela me puxou pro quarto. Tava tudo o mesmo caos. O filho da puta tinha feito um estrago fodido por todos os lados.

A Isabela se jogou no chão, perto de uma pilha de coisas reviradas, onde possivelmente antes era um guarda-roupas, e começou a colocar vários pertences dentro de uma mochila que achou por ali.

Frieza.

Tava na cara que tava doendo pra caralho, mas ela estava extremamente fria, de um jeito que eu nunca tinha visto. Olhar fodido de felina. E em questão de transparecer alguma parada, ela parecia uma pedra.

Barbosa: Me deixa te ajudar.

Ela nem me olhou, só jogou a mochila pra mim e eu fui colocando dentro dela qualquer coisa que achasse ser da garota.

Nem três minutos haviam se passado, a gente tinha conseguido recolher algumas paradas. Eu tava colocando uns álbuns de fotos, dentro da bolsa. Ela tinha me pedido pra pegar. Mas travei no lugar, quando ouvi a porta sendo aberta.

A Isabela me olhou, com os olhos arregalados.

Fiz sinal para que ela continuasse em silêncio, e saquei o oitão da cintura. Levantei bem lentamente, tentando não fazer barulho. Ao passar pela garota paralisada, deixei o meu celular com ela, mas vi que nem conseguia segurar ele direito nas mãos, porque tremia muito.

A intenção era que ela chamasse o Barão. Ou então qualquer outra pessoa que pudesse nos ajudar.

Fechei a porta do quarto, onde estávamos, muito devagar. Não fez barulho, e eu me encostei atrás dela, fechando os olhos e apertando a arma na mão.

PredestinadosOnde histórias criam vida. Descubra agora