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Isabela

Eu não estava entendendo completamente nada da minha vida. Só conseguia chorar, enquanto o Barão agarrava a minha cintura, beijando a minha barriga, o meu rosto, o meu ombro e a minha boca.

Isabela: Cara - chamei ele, segurando o seu rosto pra me olhar - Eu tô grávida.

Barão: Tá, amor! - falou, secando o próprio rosto - Como nós vai contar pros outros? Eles vão pirar.

Eu concordei com a cabeça, segurando a risada.

Isabela: Eles vão pirar muito - comentei, enquanto pensava o quanto eles enlouqueceriam com a ideia de mais um neném na família - Meu Deus, é por isso que eu tô meio maluca?

Barão: Por isso tu não tá batendo bem das ideia. Eu já tava quase mandando o teu corpo pra vala, mas agora tô suave de saber que minha porra tá tomando forma aqui dentro.

Eu dei um tapa na cabeça dele, quando beijou a minha barriga mais uma vez.

Isabela: Fala direito, caramba.

Ele gargalhou e me olhou, desmanchando o sorriso.

Barão: Levanta.

Isabela: Por que? - perguntei, sem entender.

O Henrique ficou de pé e me estendeu a mão, para me ajudar a levantar.

Barão: Eu vi a Raquel chutando a tua barriga. Tu machucou. Vamos no médico pra ver isso.

Eu tinha ficado tão anestesiada com a última descoberta, até porque nem sonhava com isso, minha menstruação era completamente desregulada e eu não estava atrasada ainda, então não tinha desconfiado de nada e fui pega de surpresa. No meio da loucura acabei me esquecendo completamente de que minutos antes eu estava descendo o cacete em uma piranha.

Isabela: Porra - coloquei a mão na frente da minha barriga, olhando no espelho.

Meus olhos voltarem a encher de lágrimas e eu só consegui rezar para que eu não tivesse machucado o meu bebê, durante todo o caminho que o Henrique me levou ao postinho, sem falar nada.

Ele também estava bem nervoso, eu conseguia ver isso somente em seu rosto.

Barão: Fica calma, minha Baronesa. Tá tudo certo com o nosso bebê - ele falou, quando estacionou na frente do posto - E se não tiver tudo no dez, eu vou fazer ficar. Fica tranquila.

Me apeguei em suas palavras, mas tava com muito medo de que tivesse feito besteira e acabado com um sonho que nem tinha começado.

O Henrique entrou no posto, de mãos dadas comigo, e logo fomos encaminhados para uma das salas de consulta, sem nem mesmo precisarmos cumprir qualquer processo que o local estabelecesse. Eu sabia que era ele quem bancava muita coisa daquele lugar, e por isso tinha muita moral ali dentro.

Flávia: Boa tarde, casal! - ela cumprimentou com um sorriso no rosto, provavelmente já sabia quem éramos - Sentem, por favor.

Barão: Ai, Doutora, na moralzinha... não enrola muito não, por favor. A gente acabou de descobrir que a minha mulher tá grávida e a pouco tempo atrás ela se machucou. Nós precisa saber se o nosso neném tá bem.

Flávia: Primeiro filho? - ela perguntou, me olhando e ficando de pé.

Barão: Nós tem quatro, mas é o primeiro que tá na barriga dela.

A médica concordou, e eu fuzilei ele com o olhar. Nem tava deixando eu falar.

Ela pediu pra eu deitar na maca e levantar um pouco da minha blusa. Fiz isso, e o Barão veio ficar do meu lado. Eu puxei a mão dele pra minha, entrelaçando os nosso dedos.

A doutora colocou um gel gelado na minha barriga e depois pressionou a maquininha encima da minha barriga.

Na televisão deu pra ver quando a imagem do anjo apareceu.

Nem se quer consegui piscar, querendo gravar cada detalhe do que eu via, mas ainda era muito pequeno e não conseguia distinguir os traços direito.

Flávia: Temos um baby bem pequenininho aqui - ela comentou, mexendo o aparelho na minha barriga - Umas oito semanas. Dois meses. Não mais do que isso.

Isabela: Ele tá bem?

Ela apertou em mais alguns botões, e o som do coraçãozinho batendo fez eu me derreter inteira. Finamente eu consegui respirar mais aliviada.

Flávia: Pequeninho mas o coração bate bem forte - sorriu pra mim - Ele tá bem, mamãe. Fica tranquila. Esses primeiros meses são muito importantes na formação do bebê, então você precisa ter muito cuidado com tudo. Vou te pedir uns exames e também dar início no seu acompanhamento pré-natal.

Isabela: Da pra ver o sexo?

Flávia: Não... ainda não. Acho que mais umas três semanas a gente já consegue ver melhor.

Ela me deu uns papéis pra limpar a minha barriga, e o Henrique me ajudou a descer da maca. Ficamos conversando por quase uma hora, e depois de tirar várias dúvidas e inclusive coletar o sangue para os exames, nós fomos liberados, mas ela pediu pra eu ficar mais quietinha durante o restante da semana, pra se recuperar do susto.

Barão: O Barbosa vai resolver o b.o da Raquel pra mim. Vai deixar o cabelo dela na régua, no meio da pracinha, pra ficar de exemplo - ele falou, colocando o celular no bolso assim que a gente entrou no carro - Graças a Deus tá tudo certo com o nosso menor.

Coloquei a minha mão por cima da mão do meu gato.

Isabela: E se for menina? - perguntei, prendendo o riso.

Barão: Ué - ele deu de ombros - Não vai ser. Eu não sei fazer menina, se tu não percebeu ainda.

Isabela: Ah, mas talvez eu saiba - ele continuou me encarando, com a mão encima da minha barriga - Ia ser muito legal não ser a única mulher naquela casa.

Barão: Ta, sonha aí. To muito ligado que vai ser mais um menorzinho. Mas falando em casa... vamo passar na tua agora e pegar tudo, jaé? - eu neguei com a cabeça - Pô, amor, para com isso. Não tem nem sentido essa porra.

O Henrique vivia enchendo o meu saco pra ir morar com eles, e o Patrick já tinha até ganhado um quarto naquela casa. Faltava só a mudança oficial mesmo.

Isabela: Eu só falei que não porque eu não quero arrumar as coisas agora. Respira, eu vou morar contigo! - ele sorriu - Preciso de ajuda pra trocar as fraudas.

Ganhei uns dois beijos do pescoço antes dele se afastar do meu corpo e ligar o carro, dirigindo até a casa. Fomos conversando sobre várias formas de contar para os meninos e a cada esquina que virávamos, eu me sentia mais ansiosa pra esse momento.

PredestinadosOnde histórias criam vida. Descubra agora