10 meses depois
Isabela
Barão: E aí, minha preta. Algum sinal?
Encarei o meu marido, me desencostando do corrimão da sacada. Neguei com a cabeça, guardando o meu celular no bolso da saia jeans.
O Henrique respirou fundo, e fitou o chão.
Me aproximei dele, buscando um conforto que só ele poderia me dar, e o puxei para me abraçar.
Isabela: Eu tô com muita saudade dele. Tem semanas que ele não aparece naquele maldito Instagram!
Barão: Eu só quero mandar pra vala qualquer pessoa que tente contra a nossa família, e poder trazer o Patrick de volta.
Isabela: Será que ele sabe que a gente não desistiu? Que a nossa família é incompleta sem ele?
Barão: Ele sabe. Eu sei que ele sabe.
A vida seguiu. Nós tivemos que seguir, por mais difícil que fosse. Seguimos todos os dias esperando por noticia, mas respeitando o espaço que ele tinha pedido.
Ninguém queria colocar em risco a vida do Patrick. E por mais bizarro que fosse, ao tentar fazer isso, colocamos uma mira exatamente em nossa família.
O Barão invadiu o morro. A guerra declarada parecia não ter fim, e eu não sei se teria.
Eram raros os momentos em que um dos morros não estavam sendo atingidos. E quando um recuava, o outro atacava.
Isabela: A gente precisa descer - murmurei baixinho, ganhando um beijo no pescoço - A Júlia, o Ruan e a Helena já devem ter chegado.
Era natal.
Eu só queria realizar um desejo. Só um. Eu só queria notícias dele.
O Henrique respirou fundo e se afastou um pouco, mas entrelaçou os nossos dedos.
Barão: Bora lá.
Descemos as escadas juntos. De fato, a Júlia e o Ruan haviam chegado.
A Lena brincava ao lado da Aurorinha, envolta da árvore de natal. A minha filha engatinhava, em quanto a Helena já dava os primeiros passinhos.
O Davi estava brincando com um tubarãozinho que era a nova paixão dele. E o Matheus e o Gabriel estavam conversando com o Ruan, tomando cerveja, sentados no sofá.
O Henrique logo foi se juntar a eles e eu aproximei da Ju, abraçando ela.
Júlia: Feliz natal, amiga.
Isabela: Feliz natal, Ju.
Júlia: Notícias? - eu neguei com a cabeça e ela afagou o meu braço - Sinto muito.
Isabela: Ele tá bem - falei, tentando afirmar mais pra mim, do que pra ela - Eu sei que ele tá bem.
A minha princesa me olhou ao ouvir o som da minha voz, e veio engatinhando rapidinho até se aproximar dos meus pés. Me abaixei pra pegar ela no colo, e fui recebida como o sorriso que me dava forças pra continuar todos os dias.
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Predestinados
RomanceNão há nada mais forte do que duas almas interligadas, predestinadas a se encontrarem.