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LOBO

Depois do barulho da explosão quase me deixar surdo, eu forcei os olhos e no meio de toda a fumaça e poeira consegui enxergar a Isa deitada encima do corpo do Barbosa. O meu pai estava abaixado no chão, um pouco mais a minha frente e o PT se abaixou do meu lado.

O garoto foi o primeiro a levantar, e correu pro lado da Isabela e do Barbosa. Vi o PT empurrando o corpo de Isa pro lado, e ela caiu com as costas no chão, resmungando.

Eu respirei aliviado, pelo menos ela estava viva. O Matheus não ia conseguir sustentar o b.o de perder a Isabela também.

Me levantei, e igual o PT, fiquei do lado dos dois. Tinha sangue e cacos de vidros grudados em toda a pele dos dois. Isabela tava com um corte na cabeça e vários hematomas que não pareciam recentes. O Barbosa estava muito cortado, sangue pra todos os lados e sua pele estava muito mais pálida do que o normal.

PT: Caralho, garota. Acorda!

Olhei pro PT, vendo que ele balançava o corpo da Isa com força. Empurrei o ombro dele pra longe, fazendo com que caísse de bunda no chão.

Lobo: Não faz isso, porra. Vai machucar mais ainda!

PT: Essa desgraça tem que acordar - ele tentou mais uma vez avançar pra cima do corpo dela, mas eu empurrei seu ombro de novo.

Lobo: Ela tá acordando, para!

Por cima do meu ombro, vi o meu pai abaixado do lado do Barbosa, com a cabeça encima do peito dele.

Barão: Me ajuda aqui, Gabriel.

Ele tava maluco. Fora de si. Me chamou pelo nome mesmo na frente de outras pessoas. Eu tava ligado que ele se culparia pra caralho se acontecesse alguma merda com o Barbosa.

Soltei o PT e fui até o meu pai, ajudando a levantar o Barbosa do chão. O PT veio ajudar também, porque o maluco tava completamente desmaiado.

Lobo: Nós tem que sair daqui antes que a polícia chegue.

Barão: Levem ele pro meu carro - ele pediu - RAEL!

O Rael veio correndo, e ajudou a gente a colocar o Barbosa dentro do carro. Meu pai voltou correndo, trazendo a Isabela, e colocou a garota sentada no banco do carona. Ela tava com os olhos abertos, e resmungava de dor.

PT: Ai, Isabela. Fica acordada, porra. Eu preciso da tua televisão.

Ela soltou uma risadinha, que terminou com um gemido.

Isabela: Vai se foder, moleque.

Não tava entendendo de onde que rolava a interação daqueles dois. Nem sabia que se conheciam, na moral. Mas o PT tava zoando, só que na cara dele dava pra ver que tava preocupado pra caralho com a Isa.

Meu pai entrou no banco do motorista e o PT cortou as brincadeiras na hora. Ele deu partida no carro o mais rápido possível.

No caminho, de volta pro morro, conseguimos ouvir as sirenes. O carro que o Rael dirigia, junto com outro moleque do corre, estava logo atrás da gente.

PredestinadosOnde histórias criam vida. Descubra agora