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Barão

Ela saiu da sala, indo em direção ao banheiro, mas manteve a porta aberta. Eu nem sabia o que fazer. Mataria a Raquel tranquilamente, sem o menor peso na consciência, o problema era o peso que que a Isabela sentiria depois que passasse a raiva, porque eu sabia que ela não era igual eu e que o seu lado humano e bom acabaria falando mais alto.

Isabela: Amor? - ela me chamou, ainda no banheiro.

Levantei do sofá e fui até o corredor que levava ao cômodo. Parei quando vi que ela tinha arrancado a blusa pra fora do corpo, e estava só de sutiã, se olhando no espelho.

Barão: O que tu tá fazendo?

Ela fez uma careta me olhando, e encarou o reflexo mais uma vez.

Isabela: Eu não sei... tô pensando aqui.

Barão: Pensando no que? - perguntei, juntando a blusa que ela tinha jogado no chão.

A Isabela passou as mãos nos seios, enquanto se olhava no espelho, e porra... minha boca salivou na hora.

Isabela: Meu peito tá estranho - ela me olhou - Quero colocar silicone.

Estreitei os olhos e me aproximei dela, segurando suas bochechas na minha mão. Ela fez um biquinho me olhando.

Barão: Tu tá chapada?

Isabela: Hum?

Barão: Isabela, tu tá se drogando, porra? Eu não gosto dessas paradas não. Não aceito essa porra dentro da minha casa e não quero isso pra tua vida, mano.

Isabela: Ta louco, Henrique? - ela empurrou a minha mão pra longe - Eu só pedi um peito, eu hein.

Barão: Preta, tu tá muito doida da cabeça, cara. Eu não tô te entendendo legal. É treta com todo mundo, mudança de humor do nada, uma hora tamo falando de uma parada séria e tu muda pra outra nada a ver - eu falei tudo de uma vez, e ela ficou me olhando com atenção - Tu jura pra mim que não tá se drogando?

Isabela: Juro, cara. Eu não uso nada! - ela rebateu e eu concordei, confiando em suas palavras. Ela virou pro espelho mais uma vez - Mas e aí... vai me dar um peito ou não? Tô precisando, isso aqui não tá maneiro.

Barão: Dou, amor. Dou!

Ela sorriu, batendo palmas com as mãos e eu cocei a nuca, me encostando na parede do corredor. Fiquei olhando a maluca encarando o próprio reflexo no espelho e mexendo no sutiã de várias e várias formas.

Fiquei martelando essa fita na minha cabeça, enquanto ela se admirava. Nada fazia sentido.

Peguei o radinho na mão, e mandei uma mensagem pro Barbosa. Ele me encheu de mensagem de volta mas eu só mandei ele fazer o que eu tinha pedido e ficar em silêncio.

A Isabela tirou a blusa da minha mão e vestiu, ainda na minha frente, e depois me abraçou. Deixei um beijo na cabeça dela, tentando deixar ela mais de boa.

Barão: Ta doendo os machucados aí?

Isabela: Não quero matar a Raquel. Você sabe, não sabe?

PredestinadosOnde histórias criam vida. Descubra agora