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Barão

Eu tava doido pra acender um balão. Mas controlei a vontade, droga na mente não ia me ajudar em porra nenhuma.

O Barbosa chegou no monte arrastando a piranha pelos cabelos. Era bom ela guardar aquela sensação, porque ele ia ser a última pessoa que ia encostar naquela merda.

Ela fazia careta por estar tendo os fios puxados, mas não abriu a boca pra reclamar. Eu me desencostei do muro, e cheguei mais perto dela.

Barão: Fala na minha cara, Camile - tirei a arma da minha cintura, e prensei o cano da pistola contra a cara da vagabunda - Quero que tu diga pra mim, a mesma parada que tu falou pra eles!

O Barbosa meteu um chute atrás no joelhos dela e a piranha caiu no chão.

Camile: Para, Barão!

Barão: Agora é "para, Barão", mas na hora de fazer o meu filho chorar tu não pensou em parar, filha da puta?

Camile: Eu não fiz nada pro teu filho! Ele chorou porque aquela descontrolada veio pra cima de mim!

Barão: E quem fez ela perder o controle? - perguntei, apertando ainda mais o cano da arma contra a cara dela - Quem? Responde, porra!

Camile: Por favor, Barão. Me deixa sair daqui.

Barão: Quando tu pariu o meu filho, o que foi que eu te falei? Que não era pra ti tocar, que não era pra ti olhar pra ele, e que se eu pegasse algum vacilo, tu ia ser cobrada, não foi?! - ela apertou o olhos quando eu destravei a arma - Tu nunca pisou na bola, foi só a  Isabela chegar que ficou mordida. Qual foi, Camile? Arrependimento bateu?

Camile: Não - ela foi firme na resposta.

Barão: Então eu não tô te entendendo, porra. Mas só pra te lembrar a minha família é intocável e quem tentar contra, vai levar.

Tirei a arma da cara dela, e atirei pro alto. Ela se tremeu toda, e começou a chorar quando viu que não tinha sido em seu corpo.

Camile: Eu entendi. Eu entendi. Não vou fazer nada!

Barão: Não... não vai mesmo - olhei pros menor - Surra de madeira nas perna até ela não conseguir mais andar. E no final, quero esse cabelo todo no chão.

Camile: Que? Barão, não. Pera aí.

Ela tentou me segurar, mas o Barbosa foi mais rápido e puxou a mão da garota, amarrando ela.

Os menor pegaram as madeiras que estavam na água e chegaram perto da Camile, que gritou de desespero antes de começar a apanhar. Eu até queria ficar pra ver, mas tinha muito b.o pra resolver.

Chamei o Barbosa pra um canto, e nós começou a trocar muita ideia. Tinha uns carregamento pesado pro próximo mês, coisa boa, bagulho da pura mesmo mas eu tinha deixado essa missão pra eu resolver, porque tava precisando da cabeça do mano em outros esquemas: Pitbull primeiro e a desconfiança que tava rolando no Rael depois.

O Barbosa tava com sangue no olho, queria caçar o Pitbull a todo custo, mas a gente tava ligado que naquele plano tudo tinha que ser muito calculado, porque ele não era só um arrombado, ele era um arrombado aliado e protegido pelo comando rival.

Nós ficou resolvendo os bagulho até precisar parar pra comer, então fomos até a minha casa mais uma vez e comemos umas coisas que a Ju tinha comprado.

Ninguém tocou no nome da Isabela, mas ninguém falou porra nenhuma também. Maior clima estranho e eu sabia que os moleques tinham se tocado que tinha rolado alguma parada de errado.

Fiquei com o Davi o suficiente pra saber que ele tava melhor, e depois fui atrás do meus corre sobre o carregamento do próximo mês, trocando papo com um, com outro, e vendo se o esquema tava no dez mesmo.

Por volta de umas três horas da tarde a Júlia tinha mandado mensagem, falando que o culto seria as 18:30hrs, eu nem tava afim de ir, mas a Isabela ia e eu precisava falar com ela.

Então voltei pra casa era umas cinco horas, liberei a Ju, ignorei quando ela perguntou mais uma vez se eu ia nessa parada de agradecer pela vida deles, e fiquei com o meu menor até dar a hora de a gente se arrumar.

O Davi fez várias perguntas de pra onde a gente ia, e eu só falei que ele tava chatão e que era tinha que se arrumar logo. Mas com filho pequeno é foda, então quando cheguei no igreja, o culto já tinha começado.

De longe vi a Isabela do lado do Barbosa e da Júlia.

O pastor gaguejou quando me viu, mas soube disfarçar bem.

O meu filho reconheceu o trio, de costas, e puxou a minha mão até pararmos no banco ao lado deles. A Isabela era quem estava na ponta, então paramos bem do lado dela.

Ela levou um susto quando me viu, mas dei um sorrisinho fraco, tentando mostrar que tava tudo bem. Ela não esbouçou qualquer reação, mas olhou para o meu filho, e ele soltou a minha mão, pra pedir colo pra ela.

A Isabela sorriu de orelha a orelha, abaixando pra pegar o Davi no colo, e dar um beijo na bochecha dele. Eu cheguei mais perto dos dois, abraçando a cintura dela, e dando um cheiro em seu pescoço.

A Júlia olhou pra gente com um sorriso bobo na cara, e o Barbosa tava me olhando e negando com a cabeça, prendendo o riso.

Barão: Para com a putaria e vai prestar atenção no que teu sogro tá falando - mandei serinho pra ele.

Todos nós sentamos, e a Isabela continuou agarrada com o Davi até o final. De vez em quando ela me olhava, mas não dizia nada, preferi deixar pra conversar outra hora, e ali nós ficou na maior paz, com o meu braço envolta do corpo dela e com o pivete no nosso meio.

PredestinadosOnde histórias criam vida. Descubra agora