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Isabela

Fiquei parada, quase sem nem respirar, olhando pro Patrick. Fazia umas horas que o médico suspendeu o uso dos remédios que estavam fazendo com que ele dormisse o tempo inteiro, e a previsão era que ele voltasse a acordar a qualquer momento.

Eu sabia que o velório da Sofia já havia chego ao fim. O Barão já tinha voltado para o hospital e deixado os meninos em casa.

Ouvi os batimentos dele acelerarem aos poucos na máquina, e fiquei de pé, ao lado da maca, esperando.

Seus olhinhos foram abertos aos poucos. Ele piscou algumas vezes, e sem que eu me desse conta, estava fazendo um carinho em seus cabelos.

Isabela: Oi.

PT: Ai - resmungou, piscando mais uma vez.

Isabela: Ta com dor?

Ele tentou se mexer, mas eu segurei em seus ombros, mantendo ele parado no lugar.

PT: Ai, eu tô com sede. Me dá água.

Isabela: Acho que você não pode tomar água. Espera quietinho, eu vou chamar alguém.

Caminhei pra fora do leito rapidamente, procurando por alguém responsável. Mas encontrei o Henrique conversando com o doutor. Tratei logo de avisar que o Patrick tinha acordado e que estava pedindo por água.

Era contra as normas do hospital que ficassem duas pessoas dentro de um leito de UTI. Mas o doutor abriu uma excessão por alguns minutos, sabendo o quão difícil estava sendo a minha situação e do Barão.

Nós ficamos parados ao lado da cortina, até que eles fizessem todo o trabalho de examinar o Patrick. Nos falaram que ele estava bem, que seu corpo estava reagindo bem aos medicamentos e ao sangue doado. Agora ele precisava descansar e se recuperar, mas permaneceria por algum tempo em observação.

Logo o médio saiu junto do enfermeiro e ficamos sozinhos.

Percebi que o PT nem nos encarava, mas em compensação o Barão estava fuzilando ele com o olhar, de braços cruzados. Por mais aliviado que ele estivesse, já esperava que fosse dar um baita sermão no Patrick, por toda a inconsequência que ele agiu no dia.

Barão: Que sorte tu tá aqui hoje, né menor?

PT: Pô, minha garganta tá seca. Tô com sede - ele tentou desconversar.

Barão: Não ouviu o médico falando que tu não pode tomar nada por enquanto? - perguntou - Ah, esqueci que tu não escuta ninguém.

O Patrick olhou pra ele, bem bolado.

PT: Ta todo mundo bem? - perguntou na boa, tinha medo da resposta.

Isabela: A Sofia foi baleada.

PT: O Gabriel falou que ela tava grávida.

O Henrique respirou fundo.

Barão: A Sofia morreu.

PT: Não... - ele negou com a cabeça - Não morreu não. Vocês tão zoando, né?

Isabela: Não. Infelizmente não - mordi a bochecha, sentindo os olhos começarem a arder. Ainda era muito foda lembrar de tudo.

PredestinadosOnde histórias criam vida. Descubra agora