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Isabela

Andei um pouquinho até chegar no mirante onde a Júlia tinha me indicado, mesmo depois de pegar um mototáxi. Procurei ela com o olhar mas infelizmente a primeira pessoa que eu vi foi o Barbosa.

Ele sorriu e acenou pra mim, e eu vi o seu sorriso alargar quando eu cheguei ainda mais perto de cara fechada.

A Ju sorriu fraquinho, mas levantou pra me abraçar quando eu parei ao lado da mesa que eles dividiam.

Júlia: Oi amiga, você tá linda.

Isabela: O que ele tá fazendo aqui? - perguntei olhando direito para a loira.

Ela deu de ombros, e voltou a sentar na mesa.

Barbosa: Oi Baronesinha, eu tô trabalhando - fiz careta pela forma como ele me chamou, e cruzei os braços sem acreditar naquele papo de "trabalhando".

Isabela: Vaza, Barbosa. Eu não vou pegar a tua mulher e o bebê de vocês pra mim.

Barbosa: Para, feia. Eu tô falando sério, eu tô trabalhando - ele apontou pra um menino que estava sentado em outra mesa, olhando pra gente - O Mingau, o Vitin e o Furão também.

Vi que o tal "Mingau" por pura conhecidência era o meu mototáxi.

Isabela: Mas como assim trabalhando? Vocês vendem drogas aqui? - questionei, sem entender. Nem tinha muito movimento naquele lugar, não fazia sentido.

Ele riu, parecendo que eu tinha falando a coisa mais divertida do mundo.

Barbosa: Não. Tamo trabalhando porque o Chefe mandou ficar de olho em ti - dedurou, apontando pra mim.

Isabela: Oi?

Barbosa: Maior loucura, menina.

Isabela: O que o Barão...? Eu falei pra ele... ah, que saco! - desisti, sentando na mesa - Você pode pelo menos fazer o seu trabalho sentado junto com o Mingau? Eu quero conversar sozinha com a minha amiga.

Barbosa: Isso aí, Baronesa, chega metendo ordem e moral! Eu gosto assim! - falou, dando duas batidas na mesa.

Júlia: Amor, a Isa vai tacar uma cadeira em você e eu nem vou achar ruim - brincou - Para de irritar ela!

Isabela: Para de me chamar assim - apontei pra ele.

Barbosa: Assim como? - provocou, ficando de pé.

Isabela: Assim. Eu não sou isso que você tá falando.

Barbosa: Isso o que? - o sorriso dele era tão debochado que me dava vontade de dar um soco em seu rosto só pra destruir aquele sorrisinho.

Júlia: Mano, você é muito pior que criança. Não sei como vou criar duas - resmungou, jogando um guardanapo amassado no peito do marido.

Barbosa: Calma, vida. Tô só brincando com a dona baronesa - ele mandou um beijinho pra esposa e eu achei um tiquinho fofo, mas aí lembrei que estava irritada com ele e voltei a fechar a cara - Para com isso, eu sei que tu quer sorrir, tá toda felizinho aí.

PredestinadosOnde histórias criam vida. Descubra agora