BarãoOlhei muito puto para aquela merda, batendo um arrependimento fodido da hora em que eu deixei a Isabela ir comprar uma roupa nova pra ir pro baile.
Isabela: Você gostou? - perguntou, parecendo ansiosa.
Respirei fundo, estreitando os olhos e concordei.
Barão: Muito bonito - tentei mentir, mas o meu tom de voz não foi o dos melhores. Parecia que eu tinha falado que alguém morreu.
Ela colocou as mãos na cintura, e foi eu quem quase morreu quando percebi que ao fazer aquele simples movimento, o vestido mexeu no corpo perfeito dela, e apareceu ainda mais a barriga exposta pelo corte do vestido.
Isabela: Você não gostou! - rebateu - Desculpa, eu falei pra Júlia que não era uma boa ideia. Falei que esse era muito. Demais. Que não precisava de tanto.
Barão: Não é o vestido, preta. É tu, né?! É muito. Demais - levantei da minha cama, ficando em pé na frente dela - Ia sentir essa porra até se tu tivesse coberta da cabeça aos pés.
Tentei ignorar o nó na minha garganta, porque tava ligado o quando aquilo era uma parada importante pra ela e que a insegurança já tava começando a falar bem alto.
Isabela: Mas... você achou ele bonito? - perguntou, dando uma voltinha.
Antes mesmo que ela pudesse girar completamente eu segurei sua cintura, mantendo ela parada de frente pra mim. Minha mão em sua cintura tocou a pele exposta da barriga, e eu deixei que os meus dedos escorregassem, até se aproximar da sua coxa.
Franzi o cenho pra ela.
Barão: Ta sem calcinha, Isabela?
Vi as bochechas dela perdendo a cor quando ela concordou.
Isabela: Não da pra usar com esse vestido.
Achei que não tinha como ficar pior. Mas ficou. Boa, Barão. Muito boa a ideia de arrastar ela pro baile!
Soltei a Isabela e voltei a me sentar na cama, apoiando o meu queixo na minha mão, enquanto encarava o chão e tentava não surtar.
Pensei no Davi. Pensei no Matheus, no Gabriel. Pensei no Patrick. O mantra de sempre pra me manter calmo.
Mas dessa vez, pensei também como ela ia ficar se me visse surtando por causa daquele pedaço de pano então eu tive uma brilhante ideia.
Barão: Não sei se vai dar pra nós ir.
Isabela: Sério? Por que? - perguntou, se abaixando na minha frente, e apoiando os braços nas minhas coxas.
Barão: Tô me sentindo meio ruim, preta.
Isabela: Ah - ela abriu a boca, parecendo decepcionada - Logo agora que tinha conseguido convencer a Ju a ir.
Foda-se a Júlia, a culpa era dela.
A Isa tinha me dito que não tinha roupa bonita pra ir pro baile, eu falei que ela podia comprar. Então foi ela e a amiguinha escolher uma roupa nova e eu ganhei um quase infarto antes dos trinta e cinco anos.
Barão: Pois é. Eu falo com ela.
Isabela: Achei que você tivesse que ir, por ser o seu trabalho e tal. O Gabriel não para de falar que está muito ansioso pra esse show.
Papo reto, a gente tinha amassado. Poze e Cabelinho iam comandar a festa hoje e a parada ia ser foda!
Eu tava morrendo de vontade de ir. Até ver aquela roupa.
Parei pra olhar mais uma vez, mas como ela estava abaixada, tudo o que eu consegui ver foi o rosto preocupado me olhando, mesmo que ainda sem maquiagem, era perfeito.
Barão: Tu é muito gata.
Ela sorriu fraco.
Isabela: Você quer que eu traga um remédio?
Neguei com a cabeça. Não queria que ela saísse do quarto daquele jeito.
Puxei a Isa pelo braço, fazendo ela sentar no meu colo, com uma perna de cada lado do meu corpo. Abracei a cintura dela com uma das mãos, e deixei que a outra entrasse pela abertura lateral do seu vestido, fazendo um carinho em suas costas. Ela fechou os olhos e encostou a cabeça no meu ombro.
Barão: Tô me sentindo ruim. Tô muito puto. Tô com ciúme porque tu é muito gostosa, preta - ela tirou o rosto do meu ombro, e me olhou - Tu era só minha. E agora tá saindo sozinha, tá usando roupa curta, e todo mundo tá vendo o quando tu é uma porra de uma mulher bonita do caralho.
Isabela: Desculpa.
Neguei com a cabeça.
Barão: Desculpa eu, não posso te privar de nada, mas tá incomodando porque tô com ciúme.
Ela beijou o canto da minha boca, tão sútil que eu mal senti.
Isabela: Eu não quero ficar com outra pessoa. Eu juro. Quero ficar com você e com os meninos. Gosto muito de quando estamos juntos.
Sorri pra ela.
Barão: Nossa família é do caralho - ela assentiu abrindo um sorriso - Desculpa, não quero surtar de ciúme.
Isabela: Não quero que você se sinta mal por mim.
Barão: Como eu vou me sentir mal por ti? Me sinto mal pelos outros que vão te olhar mas não podem encostar.
Ela gargalhou e sua risada morreu aos poucos, enquanto continuava me olhando.
Isabela: Gosto de você. De verdade. Eu nunca senti isso antes, então por favor, se não for o que eu tô pensando, se não quiser o mesmo que eu, me manda embora. Não quero sofrer por você.
Barão: Tu não vai embora - segurei o rosto dela, me aproximando ainda mais - Eu gosto de ti, preta. Eu gosto de ti porque tu me dá a mesma paz que os meus filhos me dão. O mesmo amor. Mas pô, é diferente. Porque tu me dá um tesão do caralho - ela riu e empurrou o meu ombro - Vamo fechar. Tu e eu?
Ela abriu a boca pra responder, mas eu vi que não conseguiu, então concordou com a cabeça, abraçando o meu pescoço.
Isabela: Eu, você e eles.
Enfiei a minha mão no cabelo dela, puxando seu rosto pra ficar frente a frente do meu, e roubei um beijo daquela boca gostosa.
Paizão aposentou. Fechadão com a minha preta. Papo de futuro, aquelas coisas mais pra frente, e quem fosse maluco de entrar no nosso caminho, ia sair com a cabeça furada.
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Predestinados
RomanceNão há nada mais forte do que duas almas interligadas, predestinadas a se encontrarem.