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Júlia

O sentimento mais insano que tinha experimentado na minha vida foi a sensação de ver a minha filha pela primeira vez.

Eu não sabia se chorava de dor, de amor, de gratidão ou de ver que ela tinha nascido com a cara do pai.

O Ruan parecia muito assustado e atento com todo o caos que estava acontecendo. Fiquei em trabalho de parto por muitas horas e ele parecia se desesperar mais com isso a cada minuto que passava. Acabou me deixando muito mais nervosa do que o normal, e não conseguia me concentrar na chegada da minha Helena, porque tudo o que eu fazia era sentir uma ansiedade tremenda pra ter ela nos meus braços e acabar com a dor de uma vez por todas.

Chorei muito quando ouvi o primeiro chorinho dela.

Era a obra mais perfeita que Deus tinha colocado em minha vida.

A enfermeira acomodou ela no meu colo, e o meu marido passou os dedos pelas costas da pequena que chorava, conhecendo o mundo pela primeira vez.

Júlia: Oi, minha vida - tentei me acomodar melhor, pra ver ela com mais amplitude, mas o simples contato da minha pele com a dela, já era mais do que o suficiente - Seja bem vinda, Helena. Eu te amo tanto!

Vi o Ruan passando uma das mãos pelo rosto, e me olhando em seguida. Sorri pra ele, ao perceber que estava chorando também.

Barbosa: Caraca... - respirou fundo - Bagulho doido demais.

Júlia: Ela é parecida com você.

Barbosa: Ela é muito bonitinha, né? - eu assenti, vendo ele mexer na orelhinha pequena dela - Heleninha do papai.

Júlia: Você tá feliz? - ele sorriu pra mim, confirmando com a cabeça - Eu também. Tô muito feliz.

Barbosa: Não tem como não ficar feliz. Nem tem como chegar agora e não lembra de tudo que nós já passou pra estar aqui hoje - eu concordei, lembrando do tanto que eu relutei até ficar com o Ruan - Tem um pedaço de nós dois no mundo.

Júlia: Um pedacinho do nosso amor.

Barbosa: Deus é dahora mesmo! - senti sua boca encostando na minha testa - Te amo demais, linda. Tu tá ligada que eu nunca poupei e nem vou poupar a minha vida, pra tu ficar bem. Sempre vou fazer o corre que for preciso pra te ver feliz!

Júlia: Para que assim eu choro mais.

Barbosa: E essa parada de amor de pai pra filho é muito doida. Gostava tanto de sentir ela mexendo na tua barriga, mas agora, vendo a Helena aqui, eu amo tanto ela. É a melhor coisa do mundo!

Júlia: É. Sem dúvidas é a melhor coisa do mundo.

Barbosa: Ela vai ser muito feliz, não vai?

Assenti.

Júlia: Vai. Eu creio que a nossa menina vai ter uma vida incrível.

Barbosa: Faço o que for preciso pra essa parada ser de verdade.

Júlia: Faremos. Somos eu e você as pessoas que vão fazer de tudo pra ver ela bem.

PredestinadosOnde histórias criam vida. Descubra agora