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Isabela

Depois de me levarem até a sala do raio x e fazerem todo o procedimento, eu comecei a sentir meu corpo esfriando e a dor voltando com tudo. Já era de se esperar, por toda a força que eu fiz pra arrastar o Barbosa de dentro daquela casa que tinha sido o meu verdadeiro pesadelo.

Minha costela não sofreu mais fraturas, e nenhum outro osso ou membro do meu corpo. Eu estava sentindo as dores porque era perfeitamente normal, afinal eu ainda nem havia me recuperado totalmente da violência sofrida.

- Eu te libero em breve - o médico falou, quando me levou novamente ao quarto - Vamos apenas te deixar em observação por mais algumas horas.

Eu concordei com um aceno.

Isabela: Doutor, você sabe algo do Barbosa?

O Barão estava encostado perto da porta, de braços cruzados e cara fechada. Como sempre. Mas pareceu prestar mais atenção quando eu mencionei o nome do marido da Júlia na conversa.

- Ah, sim. Está em observação. Provavelmente vai ficar por umas quarenta e oito horas por conta da substância que inalou. Vocês ficaram durante o mesmo tempo no local, não foi?

Barão: Graças a Deus! - ouvi ele sussurrando baixinho e olhando pro teto.

Isabela: Fiquei com um pano no rosto na maior parte do tempo - respondi ao médico, mas não tirei os olhos do Barão - Deve ter sido por isso que não apaguei.

- Com certeza foi. Se estiver com muita dor, pode nos chamar. Tenta descansar um pouco.

Eu concordei com a cabeça e agradeci.

O médico saiu da sala e o Barão estava com as mãos atrás da cabeça, de olhos fechados, com a cabeça pra cima. Imaginei que estivesse orando.

Isabela: Você gosta muito dele, né?

O Barão abriu os olhos, me olhando. Deixou os braços caírem ao lado do corpo e confirmou assentindo.

Barão: Tu me deu um papo de que a Júlia tá grávida. Isso é sério?

Assenti.

Isabela: Ela me disse pra não contar pra ninguém. Eu te falei sem pensar... foi na hora da raiva.

Vi um sorriso crescer no rosto dele.

Barão: Esse moleque merece viver isso, pra caralho. Ele vai ser um paizão dahora. Boto muita fé nisso. O Babosa tinha que viver essa porra.

Isabela: É. Eu pensei muito nisso lá dentro. A Júlia gosta demais dele. Ela quer muito isso.

Barão: Eu tive que ligar pra ela. Tá vindo pra cá ver o marido... o Matheus tá vindo também.

O meu coração errou a batida.

Isabela: O que?

O Barão concordou com a cabeça, se aproximando da minha cama.

Barão: Tô te ouvindo.

PredestinadosOnde histórias criam vida. Descubra agora