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Isabela

Virei de um lado para o outro, na cama. O sono não vinha, de jeito nenhum.

Eu comi sozinha. O Barão tinha sumido. Eu ouvi ele tomando um banho, e perguntei se ele ia comer, mas a resposta foi negativa. Então eu comi e fui pro meu quarto, tentar dormir. Mas já fazia mais de duas horas que eu estava tentando encontrar o sono, e nada vinha.

Resolvi buscar água. Minha garganta estava muito seca.

Meus passos não faziam barulho, porque meus movimentos eram lentos e limitados, então o Barão nem percebeu quando eu saí do corredor, entrando na sala.

As luzes estavam apagadas. Ele estava sentado no sofá, de costas pra mim. Televisão desligada e sem sinal de celular em mãos. Ouvi o grunhido escapar de sua boca, na exata hora em que ele jogou a cabeça pra trás, repousando no encosto do sofá.

Ele estava de olhos fechados.

Avancei um passo a mais, e só então me dei conta do que estava acontecendo. Percebi que sua calça estava aberta, e a cueca um pouco abaixada. Ele segurava o membro com uma das mãos, massageando com a maior calma do mundo.

Na mesma hora a vergonha por possivelmente ser flagrada tomou conta de mim. Mas eu nem consegui sair do lugar. Não quis, na verdade. Aquela cena era como ter o próprio inferno na terra.

O Barão continuava de olhos fechados. Bem relaxado coisa que não era nem um pouco comum. Ele estava sem camisa, e um pouco do suor se acumulava na testa.

De repente o Rio de Janeiro passou a fazer cinquenta graus e ninguém me avisou.

Ele abriu os olhos, e me encarou. Não pareceu surpreso. Talvez já estivesse notado a minha presença, e nem ao menos se deu o trabalho de parar.

Ele piscou lentamente, soltando o ar que estava preso em seus pulmões, me olhando.

Engoli seco e o vi trincando o maxilar.

Barão: Vem aqui?! - a voz rouca pediu.

A proposta pareceu tão indecente e tentadora ao mesmo tempo. Eu não sentia vontade de transar com alguém já fazia muito tempo. Mas ainda tinha os meus desejos. Eram poucos, mas existiam. E agora, parecia que todos eles tinham vindo átona de uma só vez, pra tirar a minha paz.

Eu neguei com a cabeça. Mesmo querendo dizer o contrário.

Ele soltou uma risadinha, mordendo o próprio lábio enquanto encarava descaradamente as minhas pernas.

Barão: Se não quer, para de esfregar as pernas!

Isabela: Eu não tô fazendo isso! - rebati, mas a minha voz falhou, e o desgraçado aumentou o sorriso cafajeste - Para de me olhar assim, Barão!

O sorriso sumiu de seu rosto, dando lugar a uma expressão de dor.

Barão: Eu tô precisando disso. A gente faz ser bom pros dois.

Travei no lugar.

Isabela: Não quero.

Barão: Tu tá com medo? - perguntou, me olhando com estranheza. Percebi que ele tinha se ajeitado minimamente, e aquela poderia ser uma conversa normal - De mim?

PredestinadosOnde histórias criam vida. Descubra agora