SofiaO primeiro amor é oficialmente uma grande droga.
Por duas semanas eu não fui pra escola, mas por duas semanas todos os dias eu recebia uma mensagem no meu celular, perguntando como eu estava.
Raramente eu respondia, mas tinha dias que eu queria muito saber dele, e acabava também perguntando se ele estava bem.
A resposta era sempre a mesma. Tanto a minha, quanto a dele.
"Bem".
Minha mãe encheu o meu saco por duas semanas. Ela amava muito o Gabriel, e torcia para que ficássemos juntos de uma vez por todas. Mas nem era tão simples assim, e tinham muitos detalhes na nossa história, que não era bom ela nem sonhar.
No décimo quarto dia, ela me obrigou a sair de casa antes de ir pro plantão no trabalho dela. E ao invés de eu ir pra escola, fui pro morro.
Tinha um plano em mente caso fosse sufocada pela saudade, e realmente não conseguisse ficar sem o Gabriel.
Fui até a primeira boca que eu vi e pedi pra falar com a Isabela.
Um dos meninos que tinha ali, pediu pra eu segui-lo e eu fiz o que foi pedido, com medo de sair dali com um tiro na testa.
Ele me levou até uma casa, onde haviam vários homens na frente.
Eu sabia que era a casa do Gabriel, porque além de tudo, ele estava olhando pela janela quando cheguei.
Respirei fundo antes de entrar. A Isabela abriu a porta pra mim. Ela segurava o irmãozinho menor do Gabriel no colo.
Isabela: Oi, Sofia.
Sorri sem graça, entrando na sala da casa.
O Patrick estava sentado no sofá, com um pacote de salgadinho na mão, e o Matheus estava ao lado dele, com um controle de videogame.
O Barão estava em pé, do lado do meu ex-namorado, e todos eles olharam pra mim assim que eu entrei na casa.
Na verdade, eu queria falar sozinha com a Isabela, e não com aquele monte de homens nos olhando.
O pai do meu ex esticou o pescoço na minha direção, com os braços cruzados.
Barão: Tu tá querendo falar o que com a minha mulher?
A Isabela passou do meu lado, e foi sentar no sofá, ao lado do Matheus, com o Davi no colo.
Sofia: É que... eu... eu queria falar só com ela.
Isabela: Senta, Sofia - ela pediu, apontando pra poltrona que tinha ali.
Sentei no lugar, e encarei o Gabriel. Tinha evitado o olhar dele, porque ainda machucava muito.
Lobo: O que tu quer com ela, cara? - perguntou - É coisa do teu pai, não é?
Sofia: Não - rebati - Quer dizer, mais ou menos. É tipo coisa minha, envolve ele e envolve vocês.
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Predestinados
RomanceNão há nada mais forte do que duas almas interligadas, predestinadas a se encontrarem.