CAPÍTULO 07

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- Toc toc - mamãe bate na minha porta que há estava aberta e entra em meu quarto.

- Oi mamãe - sorrio, dona Carol é linda e eu tenho tudo dela, desde a pele pálida aos cabelos e olhos castanhos.

- Oi meu coração - ela se aproxima e fica de pé na minha frente.

- Aconteceu algo? - deixo meu livro de lado e me sento na cama.

- A enfermaria da sua escola me ligou - mordo a ponta da minha língua a olhando quieta.

- Hmm - murmuro e ela suspira se sentando na cama.

- Ela me disse que você tem ido com frequência para a enfermaria.

- Não é nada mamãe.

- Se não fosse nada você não iria para a enfermaria - mordo minha língua inalando minhas bochechas - Vou marcar uma consulta para você.

- Mamãe eu não preciso ir ao médico - faço bico e ela segura minhas mãos me olhando preocupada.

- Eu sei que tenho viajado muito e te deixado sozinha - seus olhos se enchem de lágrimas e eu automático me sinto mal - Me desculpe, eu prometo que quando receber a promoção isso vai acabar.

- Mamãe, está tudo bem - aperto sua mão e ela olha nossos dedos entrelaçados.

- Eu te amo querida - ela sorri com a voz embargada - Você pode me contar qualquer coisa, qualquer coisa mesmo - uma lágrima escorre e suspiro a limpando - Não esconda coisas de mim, eu sou sua melhor amiga.

- Eu sei - sorrio sentindo vontade de chorar por vê-la chorando - É a melhor que eu poderia ter.

- Prometa para mim que oque quer que aconteça você vai me contar - ela se senta mais perto e alisa meus cabelos - Qualquer coisa, até se estiver com chulé  - fala e dou risada.

- Ok - reviro meu olhos - Vamos ao médico.

- Ótimo - ela me abraça e afundo meu rosto em seu pescoço sentindo seu cheiro gostoso.

O cheiro da minha mãe é o melhor de todos.

Cheiro de casa.

Segurança.

Amor.

- Meu coração - ela faz carinho em meu rosto e me inclino para sua mão fechando meus olhos - Você é minha bebê e eu te amo.

- Eu também te amo - ela sorri e se ajeita na cama para se deitar ao meu lado e deito minha cabeça em seu peito enquanto ela me abraça - Chocolate - ela me estende uma barra e dou risada sentindo saber da onde ela tirou isso.

- Claro - eu abro e ela pega o controle.

Ela coloca Bob esponja e nós duas assistimos enquanto e apreciamos o chocolate e suspiro me aconchegante em seus braços.

Papai pode ter me abandonado mas mamãe sempre esteve aqui, ela me amou a cada dia em que eu crescia, ela me criou sozinha e me ensinou a ser uma pessoa carinhosa e fiel a quem amo mas também me ensinou a ser forte e lutar pelo que quero.

Sei que foi difícil algumas vezes por que ter que criar e moldar o caráter de uma pessoa não é uma coisa que se consiga fazer rapidamente, e isso tendo que lidar com seus sentimentos conturbados e mágoas e o abandono e a traição e seus trabalhos e contas e mais de mil e uma coisa com que se preocupar, mas mamãe sempre me amou, ela sorria e me abraça dizendo que tudo ficaria bem quando eu chorava pelo homem que partiu seu coração e ela pode ter surtado algumas vezes e ter dito coisas que me magoaram no momento mas ela é humana e tem o direito de errar e eu a amo.

Mamãe me chama de meu coração porque diz que quando nasce eu me tornei o centro de tudo na sua vida e por mais difícil que fosse eu era o amor de sua vida e seus coração se preenchia de felicidades por me ver sorrir, as vezes eu me sinto mal por não dizer com frequência que a amo e eu nem sei porque não falo porque eu a amo e isso é um fato, ela sempre esteve comigo mesmo com suas broncas e as vezes críticas desnecessárias e isso com toda certeza é tudo do que preciso.

Não vi o momento que peguei no sono mas acordo no outro dia sentindo o calor do corpo de mamãe e sorrio ainda de olhos fechados a abraçando e escuto sei riso.

- Acordou dorminhoca? - ela aperta meu nariz e abro meus olhos - Oh aí está os olhos mais lindos que eu já via.

- Oi mamãe - sorrio e ela beija minha testa.

- Oi querida, sai três horas da tarde sabia - arregalo meus olhos olhando para a hora em meu celular - Mas tudo bem, hoje é sábado e minha folga.

- Você está linda sabia? - falo e ela ri.

- Oh obrigada - beija a ponta do meu nariz como fazia quando era pequena e sorrio - Que tal ir escovar os dentes para fazermos nosso café da manhã.

- Café da manhã? - levanto uma sobrancelha me sentando.

- Exatamente - ela sorri se levantando - Eu acabei de acordar então é café da manhã - sorrio e ela suspira.

- Podemos ir na praia depois - sugiro e ela sorri.

- Oh sim - da pulinhos animada - Vamos ver o por do sol enquanto você ler seu livro e eu admiro os homens bonitos.

- Eu gosto disso - falo dando risada - Pretende me dar um padrasto?

- Oque? Tá doida? - ela dá um tapa no ar fazendo careta - Querida eu só os uso e então volto para minha vida, sem colocar meu coração em perigo - sorrio triste para ela que quando presta atenção no que disse vai murchando o sorriso - Escovar os dentes - ela gole do meu quarto e suspiro olhando por onde ela saiu.

- Sinto muito mamãe - sussurro sentindo meu coração apertar.

Sinto muito que papi tenha te fétido tanto ao ponto de você não conseguir se permitir se apaixonar outra vez, sinto muito que ele tenha partido seu coração, sinto muito ele ter nos abandonado sen olha para trás, sinto muito ele não ter pedido desculpas por ter destruído o seu felizes para sempre.

Era o que eu queria dizer para ela mas não  consegui, eu nunca conseguia, por que papai nunca se desculpou por ter me abandonado, ele nunca se desculpou por ter destruído minha família perfeita, não se desculpou por ter partido e deixado uma mulher tão magoada que se trancava em seu quarto e chorava toda maldita noite enquanto sua filha ficava sentada na porta agarrada com um urso enorme escutando sua mãe chorar por três anos seguidos.

As pessoas não pensam que uma atitude delas pode destruir quem elas mais amam e quando acontece elas são egoístas demais para pedir desculpas e fingem que nunca erraram.

Três é demais Onde histórias criam vida. Descubra agora